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[Cíntia Fázio e Ivam Mendonça] – Manejo na pós-colheita do café

CÍNTIA FÁZIO ROSSATO
e IVAM JOSÉ MENDONÇA
Engenheiros Agronômos – Dedeagro

Como sabemos, o pós-colheita demanda diversos cuidados para produzir bons cafés, o que se torna fundamental para garantir os bons lucros da safra. Observamos alguns cuidados que devem ser realizados no terreiro e secadores, mas outros cuidados devem atingir as lavouras, sempre visando sanidade, qualidade e alta produção nas safras futuras.

Assunto bastante discutido por inúmeros pesquisadores, o manejo pós colheita, interfere nos custos de produção e no bom desempenho da lavoura. Podemos enumerar os principais pontos a serem observados no pós colheita.

COLHEITA E VARRIÇÃO

Café no pé e varrição mal conduzida, torna a infestação de Broca (Hypothenemus hampei) uma certeza nos cafezais. Sem dúvidas uma das principais preocupações dos produtores, é como fazer seu manejo correto e evitar a infestação dela nas lavouras. Mesmo com a disseminação de diversas informações a respeito deste assunto, a infestação de broca nas lavouras tem aumentado a cada safra.

A broca é uma praga de difícil controle, e atribuímos isso ao local em que ela se localiza na planta, no fruto do café. O manejo integrado é a recomendação mais eficaz e assertiva para controle desta praga.

Levando isso em consideração podemos afirmar que a colheita e a varrição, quando bem feitos, evitam deixar frutos de café na lavoura tornando-se uma das ferramentas mais eficazes para o manejo, que diminui o risco de infestação de broca na próxima safra.

Então é correto quando os técnicos dizem que o manejo da broca para a próxima safra se inicia agora e depende de boas práticas agrícolas na lavoura.

PODAS

Pode-se citar além da colheita e varrição bem feitas, as podas das lavouras. A poda participa estrategicamente no bom manejo da broca. Além de ser muito importante para o desenvolvimento do cafeeiro, pois aumentam a produtividade e reduzem os custos de colheita.

Existem diferentes opções de podas para lavouras cafeeiras, e claro que inúmeros fatores influenciam na escolha do tipo de poda a se fazer. É necessário avaliar o histórico produtivo, possíveis sinais de deformação, danos por geadas, excesso de brotos, estrutura prejudicada e grande perda de ramos produtivos, entre outros.

Quando se observa essas particularidades na lavoura, elas devem ser corrigidas através das podas. Após a colheita, as podas devem ser realizadas para surgir as primeiras brotações o quanto antes, o que viabiliza o grande potencial produtivo da lavoura. A recomendação é de que as podas sejam realizadas nos meses de julho e agosto.

ANÁLISE DE SOLO

Nesta mesma época é hora de retirar as análises de solo, que permitem melhor visualização de como nutrir sua lavoura e iniciar as recomendações de correções no solo. A correta recomendação gera economia para o produtor e torna a lavoura mais produtiva.

A gessagem quando recomendada de forma correta, fornece enxofre para as plantas e promove uma maior fertilidade nas camadas mais profundas dos solos, o que permite melhor desenvolvimento radicular atingindo maiores profundidades e auxiliando as plantas nos momentos de estresse hídrico.

Já a calagem promove a correção do pH do solo, e fornece nutrientes importantes para o café. Auxilia também no melhor aproveitamento dos fertilizantes recomendados e aplicados.

Sendo assim a análise de solo é a uma importante ferramenta disponível para determinar os níveis de nutrientes do solo e permitir o uso econômico dos fertilizantes, evitando dessa forma, gastos desnecessários e o equilíbrio de nutrientes disponíveis para as plantas.

MANEJO

Logo após a colheita, deve-se realizar uma pulverização, utilizando fungicidas cúpricos nas lavouras, para promover de forma eficaz a cicatrização de ferimentos causados durante a colheita, contribuindo para prevenção de doenças que surgem no período de florada.

Na tomada de decisão da aplicação, é preciso analisar a lavoura visualmente e verificar se existe infestação de pragas e doenças, sendo talvez necessário o controle de Bicho-Mineiro ou Ferrugem. Esses são problemas que surgem em grande parte das lavouras e quando não controlado a tempo, causa desfolhas, prejudica a florada e consequentemente os resultados da próxima safra.

Com respaldo de um técnico de confiança, o pós colheita tem tudo para ser realizado de forma que garanta o sucesso da lavoura. Lembrem-se que economia neste momento, gera maiores custos nas outras etapas, prejudicando o andamento das safras futuras. É necessário também avaliar cada talhão como sendo único, com seus potenciais e particularidades, extraindo deles o máximo potencial produtivo.

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