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[Wanderley Cintra Ferreira] – Agosto/2021 – Vencimento Contrato de Risco – Café

WANDERLEY CINTRA FERREIRA
Cafeicultor, ex-presidente da COCAPEC – Cooperativa dos Cafeicultores

e Agropecuaristas e ex-presidente da Sicoob-CREDICOCAPEC –
Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Alta Mogiana.
(wcintraferreira@outlook.com)

A seca e as altas temperaturas em 2020 já estão causando forte impacto na produção cafeeira a nível nacional, nas safras de 2021 e com consequências em 2022.

O agravante é que em 2021 já está sinalizando a repetição do fenômeno climático, objeto de meu artigo anterior na Revista Attalea Agronegócios – abril/21.

De janeiro a abril deste ano, já estamos com um déficit hídrico de mais de 530 mm., comparado com 2020.

Esta situação já está sendo refletida pelo mercado, provocando uma alta dos preços há muito tempo não vista, num momento que o cafeicultor não tem café e vai iniciar uma safra pequena e que, com certeza, não conseguirá honrar os seus compromissos.

Não podemos esperar AGOSTO. Este é o momento das Associações, CNC, Cooperativas, CNA e Sindicatos Rurais iniciarem um movimento para discutir essa nova realidade que poderá comprometer todo o setor, principalmente, o produtor, principal elo da cadeia. Não podem se omitir, a hora é agora.

Tenho conversado com muitos produtores que realizaram VENDAS FUTURAS (CONTRATO DE RISCO) que já estão apavorados, pois, não conseguirão cumprir tais contratos.

“Problema seu” dirão alguns. ERRADO, problema nosso, pois, grande número de produtores foram induzidos, pelos ENTENDIDOS na matéria, a fazerem vendas futuras (vender aquilo que ainda não tinham) na ilusão de terem lucro mais satisfatório.

Situação crítica, muito grave, vai faltar café para honrar os contratos e sobrar serviços para os advogados.

O Contrato de Risco de Venda Futura de café poderá levar os cafeicultores a uma situação muito complicada, pois, terão que comprar café por um preço alto e entregar num preço muito abaixo.

Vimos, recentemente, de uma experiência dolorosa da Exportadora TERRA FORTE (em recuperação judicial) que não honrou seus contratos com a COCAPEC, com cafeicultores e outras empresas, causando grandes prejuízos .

Este é o momento de mobilização do setor. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

 “FAZENDA NÃO QUEBRA, MUDA DE DONO”.

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