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Contratos assinados em um clique

A tecnologia, que transforma o cenário nas lavouras, onde máquinas substituem o trabalho braçal, também muda a forma de o empreendedor rural fechar negócios. “Contratos de trabalho, por exemplo, hoje são celebrados com a praticidade de um clique”, diz o advogado George Augusto Mendes e Silva, do escritório Lima Netto Carvalho Abreu Mayrink. Ele lembra que os serviços, antes realizados por empregados ou prestadores autônomos contratados diretamente pelo produtor rural, passaram hoje a ser intermediados pelas plataformas digitais. Mas, embora o processo seja ágil, George Mendes alerta que a assinatura de contratos requer mais atenção do produtor a fim de evitar possíveis imbróglios judiciais. 

“O crescimento e o amadurecimento das startups voltadas ao agronegócio estão provocando o surgimento de novas relações comerciais e trabalhistas que se ressentem da inexistência de regramento mais específico e atual”, explica o advogado lembrando que nos últimos três anos houve grande incremento do uso de ferramentas digitais no agronegócio.

De acordo com o George Mentes, levantamento da Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina revela que os aportes financeiros em agtechs (empresas que promovem inovação tecnológica no agronegócio) quadruplicaram em 2018 em comparação ao ano anterior, atingindo o montante de US$ 80 milhões. “O Brasil é protagonista desse movimento, sendo que, somente neste ano, tivemos um aporte emblemático de US$ 40 milhões na Solinftec, que criou um sistema de automatização da agricultura, liderado pela empresa de investimento Unbox Capital”, exemplifica.

George Mendes lembra que em 2018 o Brasil contava com 338 agtechs, conforme o estudo Radar AgTech Brasil 2019. Grande impulso se deu a partir de 2019, quando o número saltou para 1.125 agtechs, com aportes milionários como os efetuados na Agrono – criadora de um sistema online de monitoramento de lavoura ­ e na plataforma de agricultura digital Agrosmart.

Com propósito de levar conectividade, métodos de precisão e inovação tecnológica ao campo, o movimento Agro 4.0 capitaneado pelas jovens empresas visa atender à crescente demanda global por alimentos, conferindo otimização por área utilizada na produção de commodities agrícolas.

Desafios

Uma das questões que as agtechs visam responder é como produzir mais diante da demanda crescente da sociedade por alimentos, numa menor área e com menor impacto ao meio ambiente. Mas, apesar do avanço no número de agtechs nos últimos anos, ainda são muitos os desafios para a inclusão tecnológica no campo. “Embora os grandes produtores estejam cada vez mais automatizados e habituados ao uso dessas empresas de tecnologia, tal premissa não é verdadeira nos casos do pequeno e do médio produtores, que carecem de mais investimentos e atividades de conscientização voltadas à definição de metas e avaliação do modelo de negócio, com palestras, workshops e networking com profissionais do agro”, diz George.

Ele cita como prova da pouca adesão às ferramentas digitais  pesquisa  feita  pelo McKinsey em maio de 2020. O estudo aponta que apenas um terço dos produtores considera usar ferramentas online para comercializar seus produtos.

Outra pesquisa feita pela Radar AgTech Brasil em 2019 apontou São Paulo como o local que concentra o maior número de startups orientadas para o setor agropecuário. O estado paulista sedia 590 das 1.125 distribuídas pelo país. O mesmo estudo aponta que, embora cerca de 90% dessas empresas estejam no Sul e no Sudeste, há estados fora dessas regiões que concentram grande número delas, como Goiás (22), Mato Grosso (18), Mato Grosso do Sul (17) e Distrito Federal (13).

FONTE: MOMBAK COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA – Márcia Queirós – marcia@mombakcomunicacao.com.br

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1 comment

Revista do Agronegócio – Contratos assinados em um clique – Lima Netto Carvalho Abreu Mayrink 05/06/2021 at 20:28

[…] Publicado originalmente na Revista do Agronegócio […]

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