Tecnologia

Agricultura digital: entenda o que é, vantagens e como fazer

Agricultura digital é um conjunto de tecnologias que auxiliam o produtor nas atividades rurais. Isso inclui softwares e dispositivos que coletam e analisam dados sobre a lavoura para viabilizar a automação e dar base para decisões estratégicas.

A agricultura sofreu diversas evoluções ao longo da história humana. No começo, eram instrumentos rudimentares que auxiliavam o trabalho no campo. Com o tempo, vieram as máquinas que iniciaram um processo de mecanização na atividade rural. Hoje, alcançamos um novo patamar: a agricultura digital. Já ouviu falar?

Saiba mais sobre as novas tecnologias que estão sendo aplicadas nas propriedades rurais e entenda o real impacto que exercem na produção!

O que é agricultura digital?

A agricultura digital, ou Agricultura 4.0, herdou esse nome da Indústria 4.0. Assim como sua predecessora, ela reúne tecnologias para otimizar as atividades do campo por meio de conectividade, sensoriamento remoto, entre outras ferramentas relativas à tecnologia da informação.

Todos esses instrumentos de TI empregados na propriedade rural terão a função de coletar e analisar dados sobre o clima, o solo, a lavoura e os equipamentos. Munido dessas informações, o sistema consegue entender as variabilidades que ocorrem dentro da fazenda e, assim, propor as melhores soluções, como pulverização, adubação em taxas variáveis e planejamento mais preciso na aplicação de defensivos.

Por esse motivo, a agricultura digital é mais conhecida como agricultura de precisão. Essa tendência promete revolucionar o campo. Afinal, quando mais sensores e inteligência artificial são aplicados às atividades rurais, o produtor consegue aumentar sua produtividade com custos menores, sem necessitar aumentar a área de cultivo.

Isso vai ao encontro dos desafios impostos pelo aumento da demanda de alimentos. Com a agricultura digital, o agricultor lança mão de diversas tecnologias que o auxiliam tanto no operacional quanto nas decisões estratégias do negócio.

QUAIS SÃO AS VANTAGENS?

Aumento da produtividade

Com as ferramentas que orientam o produtor no melhor aproveitamento do solo e dos insumos, a produtividade da fazenda aumenta substancialmente, produzindo mais, com menos recursos e com maior qualidade.

Redução de custos

Por meio do auxílio da tecnologia, o produtor consegue medir e enxergar onde ele erra. A agricultura digital vem muito voltada a isso: conseguir mensurar os processos e auxiliar nas decisões estratégias capazes de reduzir o desperdício.

Aumento da eficiência

Por meio de equipamentos conectados, o produtor consegue medir sua eficiência operacional e, com isso, fazer modificações que possam otimizar ainda mais seus resultados.

Por exemplo, na pulverização, muitas vezes o agricultor não sabe calcular por quanto tempo a máquina está em deslocamento, parada ou fazendo manobras. Perder tempo em algumas dessas ações pode representar uma grande perda operacional.

Sem um sistema informatizado, o produtor simplesmente pode não saber o que está reduzindo o seu rendimento. A agricultura digital vem para dar essas respostas e elevar a eficiência do produto em aspectos que antes eram invisíveis aos seus olhos.

Que desafios são encontrados na implementação?

Em primeiro lugar, temos o problema da conectividade, pelo menos nos países em desenvolvimento. As ferramentas da agricultura digital no campo precisam, em sua maioria, de uma conexão com a internet, recurso escasso nas grandes propriedades rurais brasileiras.

Como forma de vencer essa barreira, algumas empresas conseguem conectar as máquinas por meio de um sinal de rádio emitido a partir de um escritório central na fazenda. Esse local recebe a conexão com a internet e a transmite via rádio para locais mais distantes da propriedade.

Assim, uma deficiência das operadoras de telefonia móvel e do poder público acaba resultando em um investimento adicional que encarece a adoção de tecnologias no campo. Isso limita o potencial produtivo de pequenos e médios proprietários.

Adicionalmente, existe um entrave cultural em relação à aplicação de tecnologias digitais no campo. É importante haver disposição para aprender sobre o sistema e entender os seus benefícios e aplicações.

Essas novas ferramentas ajudam o produtor a entender o processo produtivo como um todo, monitorar sua lavoura e extrair dela dados exatos sobre a produção. Negar-se a absorver esse novo modelo de gestão e controle pode ser um fator bem limitante para o avanço da agricultura digital.

Quais ferramentas adotar?

A agricultura de precisão utiliza tecnologias nas máquinas para agregar funcionalidades que otimizam a produção.

GPS

O sistema de georreferenciamento associado a outros instrumentos abre uma gama de aplicações. Por exemplo, o GPS auxilia no sistema de piloto automático, que permite à máquina circular sempre pelo mesmo lugar na lavoura, reduzindo a compactação do solo e o amassamento da cultura. Além disso, o produtor consegue controlar o tráfego dos veículos em seu talhão, traçando uma área imaginária destinada ao trânsito do maquinário.

Sensoriamento

Um outro exemplo é o sensoriamento. Digamos que o produtor precise aplicar um herbicida na sua cultura para matar ervas daninhas. Só que a área dele não está toda infestada. Com um sensoriamento Spot Spray, ele consegue identificar a presença de plantas infectadas.

Com essa informação, abre-se a pulverização somente nesses locais específicos — e isso representa um impacto extremamente agressivo na economia. Em vez de aplicar a pulverização na área total, é possível focar somente no ambiente em que foi identificada a planta daninha.

Um outro sistema é o Repetidor de Operações. Por meio dele, o pulverizador consegue reproduzir ações já tomadas em relação ao movimento da barra e a velocidade de deslocamento da máquina. É como dar um replay em uma operação já gravada. Com essa tecnologia, une-se o melhor dos dois mundos, que é a automação com a supervisão humana. A máquina ganha autonomia, porém o operador supervisiona o serviço.

Big Data

Com uma análise de dados apurada, é possível prever cenários em relação à produção. Tendo por base casos já registrados, diversas variáveis são utilizadas para prever falhas ou propor configurações a fim de obter os melhores resultados.

Big Data possibilita ainda a coleta e o armazenamento de informações das mais diversas sobre a lavoura: acidez do solo, umidade do ar, nível de nutrientes etc. E isso viabiliza a construção de um histórico da área que vai garantir a tomada de decisões mais precisas no futuro.

Internet das Coisas

A Internet das Coisas é o uso de dispositivos e máquinas agrícolas interconectados: trator conectado à plantadeira, que estará conectada à colhedora, ao pulverizador, à adubadora automotriz e assim por diante.

Dessa forma, a automação é elevada a um outro nível e geram-se ainda mais dados para o Big Data transformar em informações úteis à produção. Isso provoca uma sinergia no campo, otimizando os processos.

Gestão e monitoramento remoto da colheita (telemetria)

Telemetria refere-se à coleta, ao compartilhamento e à gestão dos dados acerca dos equipamentos e veículos que estão atuando na propriedade — tudo feito remotamente. Para que isso aconteça, são instalados nas máquinas diversos sensores que detectam informações sobre temperatura, umidade, pressão, óleo, entre outros.

Tudo isso é ligado a um software que roda no computador ou em um aplicativo instalado no celular ou no tablet. Dessa forma, o produtor visualiza um mapa que informa dados sobre a produtividade da colheita e o status dos equipamentos em campo.

Depois de analisar esses registros, o gestor vai ter condições de concluir onde ele consegue melhorar ou não. Pode acontecer, por exemplo, de haver um problema de solo que vai determinar o potencial produtivo daquela área. O que ele vai ter que fazer? Provavelmente precisará investir menos naquele local e, assim, evitar o desperdício de adubos.

Com o monitoramento remoto o produtor consegue comparar diferentes áreas, até mesmo, separadas geograficamente. Ele pode conferir, por exemplo, a produção e colheita em duas fazendas. Dessa forma, é possível criar indicadores para avaliar e melhorar a eficiência das propriedades.

Gostou do que a agricultura digital é capaz de fazer por você? Então, saiba como ingressar nesse novo modelo de administração rural!

Que passos o médio produtor rural deve tomar para ingressar na Agricultura 4.0?

A primeira coisa que você deve fazer é estudar e conhecer as últimas inovações tecnológicas para o campo. Um bom caminho para isso é visitar exposições e feiras agrícolas pelo país, em que os fabricantes apresentam para o mercado as novidades do setor.

Outro caminho, que também pode ser alcançado por meio dessas feiras, é o contato com especialistas em agricultura digital. Esses consultores serão capazes de orientá-lo nos investimentos a serem feitos na sua propriedade.

Algumas empresas do setor têm equipes específicas para dar esse suporte, como o Otmis, um grupo focado na agricultura 4.0. São profissionais habilitados para mostrar os melhores rumos a seguir conforme a realidade do produtor. Geralmente, o primeiro investimento recomendado é adotar um sistema de GPS. Depois, é possível investir em tecnologias de telemetria.

Não há dúvidas de que a agricultura digital é uma tendência que veio para ficar e está revolucionando o agronegócio. Não fique para trás e faça você também parte dessa revolução.

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