DANIEL PEDROSO
Especialista Agronômico da Netafim
https://www.netafim.com.br/
O Brasil possui aproximadamente 10 milhões de hectares plantados com cana-de-açúcar. No entanto, apesar de sermos o maior produtor de cana do mundo, a nossa produtividade é relativamente baixa quando comparada a outros países produtores. Por exemplo, na última safra, o Brasil produziu aproximadamente 77 ton/ha, enquanto países como Colômbia e Guatemala produziram 118 ton/ha e 88 ton/ha, respectivamente.
Muito se discute sobre os vários modos de manejo e tecnologias para o aumento da produtividade. Em várias reuniões técnicas, foi ressaltado que o clima representa 50% das condições que impactam na produtividade de cana-de-açúcar e que, os demais fatores se distribuem entre variedades, fertilidade do solo e fatores biótipos. No entanto, erroneamente esquecemos que o clima não é simplesmente o volume de chuva, mas também, outras variáveis, como: insolação solar e temperatura; e que esses fatores estão totalmente interligados com os demais, levando a um ambiente propício para o desenvolvimento da cultura.
Conhecer o período de maior propensão ao crescimento vegetativo da cana é de extrema importância para planejar seu manejo. Realizar o melhor manejo de adubação da cultura (estimulação nutricional), melhor época de plantio, o tipo de irrigação a se adotar, manejo de maturação e a época de colheita.
Após alguns levantamentos de dados de estações meteorológicas nas regiões sudeste e centro-oeste do país, podemos observar o gráfico abaixo referente ao potencial de crescimento dentro do ciclo da cana-de-açúcar, quando avaliados fatores climáticos.
O que podemos observar nos gráficos é que a cultura tem um potencial de crescimento muito maior entre os meses de setembro a abril, e que esse potencial diminui nas regiões entre os meses de maio a agosto.
Podemos concluir que as ações voltadas ao desenvolvimento da cana-de-açúcar devem ser realizadas nesse período, deixando o período de menor desenvolvimento voltado para a colheita.
Temos que considerar outro fator, no segundo semestre, nas duas regiões (sudeste e centro-oeste), é quando ocorre o maior déficit hídrico, e coincide com o período de grande, ou senão de maior crescimento e isso demonstra a grande necessidade do uso da irrigação nesse período. Principalmente o uso de tecnologias que permitam a irrigação em cana grande e também, o parcelamento nutricional (nutrirrigação), como no caso do sistema de irrigação por gotejamento.
FONTE: Mariana Cremasco – ALFAPRESS COMUNICAÇÃO
E-mail: mariana.cremasco@alfapress.com.br