Secador SMI garante eficiência e qualidade, além de solucionar problemas de águas residuais.
Fundada em 2001, a Cool seed é uma empresa sediada em Santa Tereza d´Oeste (PR) e especializada em fabricar e comercializar equipamentos de resfriamento artificial de grãos e sementes a granel. Especificamente na cultura do café, a Cool seed planejou, estudou e realizou vários testes e experimentos para o desenvolvimento dos primeiros equipamentos na Fazenda Aleluia, situada no município de Franca (SP), com total apoio e participação de Ismael Rodrigues Alves, tradicional cafeicultor na região.
Atualmente, os SBJ – Secadores de Bandejas estão instalados em várias propriedades das principais regiões cafeeiras do Brasil, em especial, na Alta Mogiana.
Mantendo a premissa de sempre inovar e desenvolver novas tecnologias, a Cool seed projetou e lançou o SMI – Secador de Múltipla Intermitência, um novo conceito em secagem em café. Trata-se de um secador que permite secagem segura e eficiente.
De operação simples, o equipamento permite regular o tempo de exposição dos grãos ao ar de secagem. Com capacidades entre 50.000 e 110.000 litros, o SMI pode secar cargas parciais em frações de 25 – 50 – 75 e 100%.
INOVAÇÃO
O mercado cafeeiro brasileiro e mundial exige o desenvolvimento de novas tecnologias para manter o negócio do cafeicultor competitivo frente aos concorrentes. E, para isto, os secadores SMI se apresentam como solução inovadora, em comparação com os secadores desenvolvidos anteriormente: rapidez, eficiência e qualidade final do produto.
Todas estas características deste novo conceito em secagem de café da Cool seed está atraindo os olhares de cafeicultores da Colômbia.
No início do mês de setembro, a região da Alta Mogiana recebeu a visita do Engº Agrônomo e pesquisador Gabriel Bernal, gerente da Brascol Ingenieria, de Bogotá, Colômbia. Ele esteve no Brasil para conhecer o SMI, a nova tecnologia de secagem da Cool seed. “A minha vinda ao Brasil tem por objetivo conhecer novas tecnologias para secagem de café, mais modernas, mais eficientes, mais inovadoras e que permitem secar mais rápido, obtendo melhor qualidade final do grão e, em consequência, melhores preços para o produtor”, disse Bernal.

Acompanhado de Mário Domingos, Supervisor da Divisão Café da Cool seed, o pesquisador colombiano visitou e conheceu a operacionalização de cada um dos sistemas de secamento da empresa, já instalados na Fazenda Aleluia (Franca/SP), Sítio Capoeira (Jeriquara/SP), Morada da Prata (Batatais/SP), Sítio São José (Franca/SP), Fazenda Santa Fé (São Tomás de Aquino/MG) e Fazenda Sertãozinho (Botelhos/MG).
“Visitamos projetos, de diferentes tamanhos e diferentes níveis e tivemos uma impressão muito positiva quanto à eficiência, rendimento, tipo de secamento e impacto final na qualidade no grão do café. Tudo isto traduz em melhores preços ao produtor. Penso que é muito importante para os produtores colombianos ter acesso a tecnologias como estas, que lhe permitem agregar valor, melhorando sua tecnologia de produção e alcançando rentabilidade mais alta”, explicou Bernal.




PRINCIPAL DIFERENCIAL
Tradicionalmente, em decorrência das altas declividades nas regiões produtoras de café na Colômbia, associado à característica intrínseca daquele país em que mais de 90% das propriedades cafeeiras são de pequenas propriedades, o cafeicultor colombiano colhe o café “na forma cereja e na mão”, despolpa e põe para secar no terreiro.
“Com o novo conceito de secagem de café desenvolvido pela Cool seed nos SMI, os cafeicultores colombianos poderiam colocar o café cereja diretamente no secador, com casca e tudo. Segundo eles, manter a casca no grão melhora a qualidade final do café, sem falar na redução de custos que se tem para despolpar”, explicou Marinho.
Além de garantir esta qualidade, considero que os SMI são a solução completa para o destino das águas residuais provenientes da etapa de despolpa. “Reduziremos o enorme impacto ambiental que já observamos atualmente nos mananciais da Colômbia. Em decorrência dos resíduos de mucilagem e do alto teor de potássio encontrado nas águas residuais, o cafeicultor colombiano tem dificuldade em encontrar uma saída para este resíduo. Este novo conceito de secagem solucionaria de vez esta questão”, disse Bernal.
A CAFEICULTURA COLOMBIANA
A Colômbia possui um sistema de produção cafeeira bem diferente do sistema utilizado aqui no Brasil. “A produção de café no Brasil é muito grande, com mais de 50 milhões de sacas por ano. Na Colômbia, agora que estamos recuperando de uma forte depressão que tivemos no passado. De 8 milhões de sacas que tínhamos há uns 4-5 anos atrás, hoje estamos com produção anual em torno de 14-15 milhões de sacas. Isto é consequência de uma campanha iniciada pelas autoridades do setor, especialmente pela Federación Nacional de Cafeteros, que fizeram renovação de muitos cafezais. Mesmo com uma produção bem menor – em comparação com a do Brasil -, a qualidade do café da Colômbia é bastante reconhecida a nível mundial. E conseguimos isto graças à algumas características peculiares de nosso próprio país. Por exemplo, todos os nossos cultivos de café encontram-se na zona andina, entre 1.200m a 1.500m de altitude. Isto permite termos um clima e temperatura muito mais amena, quando comparado com o clima que observei em Minas Gerais e em São Paulo. Em decorrência desta declividade nas áreas de produção, é praticamente impossível mecanizar a colheita em meu país. Desta forma, a colheita é realizada manualmente, apenas do grão cereja maduro, grão a grão, aproveitando as melhores características organolépticas. Outro fator preponderante e que contribui para o cultivo de café na Colômbia é que os solos são de origem vulcânica, porosos e extremamente férteis”, relatou Bernal.

Com relação à questão fundiária, o pesquisador explica que cerca de 90% dos produtores de cafés da Colômbia são pequenos proprietários (1 a 4 hectares). São muito poucos os empresários que possuem grandes extensões de área de cultivo de café. E somente estes grandes empresários é que tem condições de adquirir sistemas de secagem próprio. Já os pequenos, mantém sistemas tradicionais de secagem.
“Viemos ao Brasil conhecer tecnologias que possam agregar rentabilidade ao cafeicultor colombiano. Vou levar informações necessárias para que, com o apoio do Governo da Colômbia, da Federación Nacional de Cafeteros e de fontes financiadoras, possamos dar suporte para que as associações de cafeicultores passem a auxiliar os pequenos produtores, com a implantação destes sistemas de secagem da Cool Seed”, finalizou Bernal