Focados na área de bovinocultura leiteira para produção de queijos, especialmente à produção de leite em São Paulo, a delegação francesa cumpriu mais um dia da agenda de visitas técnicas, desta vez no Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) e no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-APTA), instituições de pesquisa ligadas à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em 9 de junho. As visitas fizeram parte do Acordo de Cooperação Técnica entre São Paulo e França, assinado em 2021, para ações em diversas áreas, dentre elas a agropecuária.
No IZ, o diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica do Instituto, Waldssimiler Mattos, fez uma breve apresentação sobre os Centros de Pesquisas do IZ. O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros, Luiz Carlos Roma Jr, falou dos projetos sobre Análise da Qualidade do Leite e o geneticista Rodrigo Giglioti apresentou o Laboratório de Genética e Biotecnologia. O grupo também conheceu o Laboratório Móvel de Análise da Qualidade do Leite e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros. Eles foram acompanhados também pelo pesquisador Weber Vilas Boas Soares e da assistente técnica de pesquisa Livia Castelani.
Participaram da visita o diretor geral de Alimentação e encarregado Nacional de Laticínios do Ministério de Agricultura e Soberania Alimentar, Frederic Bertassi; o professor da Escola Nacional da Indústria Leiteira, Maxence Virelaude; o presidente da União de Produtores de Beaufort, Ivon Bochet, acompanhado de Isabelle Jalkh; e o conselheiro agrícola da Embaixada da França no Brasil, Franck David Foures.
Franck David comentou que foi extremamente importante ter a visão da pesquisa e das técnicas empregadas para diferentes produtores e diferentes regiões do Estado. “Considero tudo isso aqui um verdadeiro tesouro de instituição, de profissionais que conhecem a ciência, junto com a extensão rural”, afirmou.
Para ele, os equipamentos e tecnologias encontradas no Instituto são surpreendentes e os produtores deveriam buscar mais os órgãos de pesquisas, “pois é de muita excelência o conhecimento dos pesquisadores”.
O grupo também se mostrou muito interessado no leite A2, pesquisado pelo IZ. “Na França, por exemplo o leite A2 é pouco desenvolvido e podemos tratar sobre isso na cooperação”, destacou Franck.
Frederic também destacou a importância do apoio técnico oferecido aos produtores pelo Instituto de pesquisa paulista. Maxence, por exemplo, considerou muito interessante o Laboratório Móvel, “poder ir no campo e não ficar isolado só no laboratório fixo”.
No período da tarde a delegação conheceu parte da estrutura do Ital, acompanhada da diretora geral da instituição, Eloísa Garcia. No Centro de Tecnologia de Laticínios e Bactérias Lácticas (Tecnolat), as pesquisadoras Adriana Torres, diretora da unidade técnica, Leila Spadoti e Patrícia Blumer Zacarchenco apresentaram os laboratórios de Microbiologia, Biotecnologia, Bromatologia e as plantas-piloto de Queijos, Requeijões, Microfiltração de Leite e Outros Produtos Fluidos, de Iogurtes, Bebidas Lácteas, Leites Fermentados e Doce de Leite, de Sorvetes e de Processamento Térmico.
Na oportunidade, o grupo ti rou dúvidas sobre as possibilidades de interação com o instituto através de pesquisa, desenvolvimento, inovação, assistência tecnológica, capacitação e difusão do conhecimento, além de parcerias como o inédito acordo de cooperação com a startup BioinFood. “Acreditamos que o Acordo SP-França permitirá que muitos produtores artesanais se aproximem do Ital que já possui forte atuação junto à indústria tanto na área tecnológica quanto na área analítica”, avalia Adriana.
O encerramento da visita ocorreu no Centro de Ciência e Qualidade dos Alimentos (CCQA), onde a pesquisadora e diretora da unidade técnica Roseli Ferrari apresentou parte das instalações, destacando o credenciamento do Instituto junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como laboratório oficial para realização de análises fiscais e monitoramento.
A delegação conheceu ainda os laboratórios de Análises Físicas, Análises Sensoriais, Estudo de Voláteis, Bacteriologia, Micotoxinas, Biologia Molecular, Preparo de Amostras e Meios de Cultura, Treinamento (Análises Sensoriais e Microbiologia), Físico-Química, Resíduos e Contaminantes, Vitaminas, Bioquímica, Bromatologia – Rotulagem e Avaliação Nutricional, Fibra Alimentar, Macro e Micro Nutrientes Minerais, Destilação Molecular, Corantes Naturais, Instrumentação e Microscopia, além do torrador de café em escala piloto.