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ARTIGOSCafés Especiais

[André Luis Cunha] – Mercado Interno: Café & Cultura

ANDRÉ LUIS CUNHA
Cafeicultor, Diretor-Presidente da AMSC – Associação dos Produtores
de Cafés Especiais da Alta Mogiana
altamogiana@amsc.com.br

 

O mercado de cafés especiais no Brasil segue em franca expansão e os sinais disso podem ser percebidos no dia a dia, cada vez com maior frequência. Iniciativas, algumas em escala nacional, têm sido implantadas, sempre com o foco de educar o consumidor quanto aos atributos positivos da bebida do café e sua relação com a qualidade do grão, reflexo dos esforços dos cafeicultores no campo.

Em 2016, o consumo de cafés especiais no País chegou a 489,6 mil sacas de café, o equivalente a 29,4 mil toneladas do grão. Na outra ponta da cadeia, no varejo, o movimento chegou em R$1,7 bilhão, com perspectivas de crescimento pelos próximos anos*. A tendência nas cafeterias específicas do setor é de aumento no consumo de grãos especiais e na venda das suas embalagens, bem como dos métodos de preparo, para que o consumidor consiga replicar a experiência da excelência na bebida no conforto do seu lar.

Esse movimento transparece os novos valores, prioridades e hábitos dos consumidores mais exigentes, que buscam uma vida mais saudável e informações dos produtos consumidos, como origem, segurança do alimento, valores éticos nos produtos consumidos (transparência ao longo da cadeia) e autenticidade.

Além disso, o movimento também tem contribuído para estimular a busca por conhecimento ao longo da cadeia, com profissionais que lidam com o público buscando conhecer com maior profundidade o processo de produção e qualificação do café servido nos estabelecimentos. Esse segmento de Food Service (hotéis, restaurantes e cafeterias) representa, atualmente, de 35% a 45% da força de vendas dos cafés especiais*  – um mercado mais representativo nos grandes centros urbanos, mas que tem ganhado espaço em cidades no interior.

Como reflexo dessas tendências, está o aumento pela procura, na Região da Alta Mogiana, por profissionais e consumidores que desejam conhecer o trabalho da Indicação Geográfica e fazendas engajadas no projeto, que focam a produção de cafés especiais. Iniciativas como as “Terças do Produtor” promovida pela cafeteria Olinto Café; e a Confraria do Café promovida em conjunto pelas cafeterias Vila do Café e Olinto Café, ambas em Franca (SP), são ilustrações disso. A 5ª edição da Confraria, ocorrida no início de fevereiro, chegou, inclusive, a promover um tour a consumidores por lavouras de café no Sítio Capoeira em Jeriquara (SP).

Não obstante, a Região da Alta Mogiana também tem sido demandada por cafeterias de outros municípios, como a Zip Café de Piracicaba (SP) e a Josephine & Louise de São Carlos (SP), que buscam uma aproximação com a origem produtora com o objetivo de melhor servir os seus clientes.

Os consumidores brasileiros também estão se sensibilizando quanto à qualidade do cafezinho de todo dia. E precisamos estar atentos para apresentar a eles a Região da Alta Mogiana e todo seu potencial em termos de excelência em cafés, incluindo, também, suas vertentes culturais.

* Dados da Euromonitor (2017)

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