WANDERLEY CINTRA FERREIRA
Cafeicultor, ex-presidente da COCAPEC – Cooperativa dos Cafeicultores
e Agropecuaristas e ex-presidente da Sicoob-CREDICOCAPEC –
Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Alta Mogiana.
(wcintraferreira@outlook.com)
No dia 02-05-2021 publiquei nesta prestigiada Revista Attalea Agronegócios uma matéria sobre as vendas futuras de café.
“ A seca e altas temperaturas em 2020 já estão causando forte impacto na produção cafeeira a nível nacional, na safra de 2021 e com consequências em 2022.”
“ O Cafeicultor vai iniciar uma safra pequena, e com certeza, não conseguirá honrar seus compromissos “.
Alertamos, que era o momento das Associações, CNC, Cooperativas e Sindicatos, iniciarem um movimento para discutir essa nova realidade que poderá comprometer todo o setor, principalmente, o PRODUTOR, principal elo da cadeia e o que PAGA TODA A CONTA.
Omissão total, nada fizeram até agora, o café não está chegando nos armazéns e ninguém sabe o que vai acontecer. Já estamos na metade da colheita e a pergunta de todos é “CADÊ O CAFÉ” ??
A acentuada queda na produção no corrente ano e em 2022, os altos custos de produção, está colocando o produtor numa situação complicada, e fatalmente, colocará em risco a sua atividade e a preservação de seu Patrimônio.
A geada do dia 20-7 p.p.. foi a gota d’água, para completar o trágico cenário.
Com efeito, quanto aos CONTRATOS DE RISCO – VENDA FUTURA, está bem claro, que cabe as Entidades representativas do Setor Produtivo, “atenuar a responsabilidade do devedor, quando a superveniência de circunstancia imprevisível altere a base econômica objetiva do contrato, gerando, para uma das partes, uma onerosidade excessiva, e, para a outra, um benefício exagerado.”
INADIMISSÍVEL, neste momento, deixar ao abandono milhares de produtores que correram todos os riscos da atividade produtiva, em benefício de uma minoria de especuladores que apenas “apostaram”, para garantir-lhes um produto que ainda não existia e que dependia de muitos fatores para se concretizar.