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Pesquisadores criam sistema que substitui lenha na secagem de grãos

A patente já foi concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Tecnologia traz benefícios para o meio ambiente e para a economia.

Uma equipe de pesquisadores da UNIFOR – Universidade de Fortaleza obteve no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) o registro e concessão da patente do sistema de secagem de grãos em silos com controle automático da temperatura e da umidade relativa do ar insuflado.

O sistema, criado pelos professores Antônio Roberto Menescal de Macêdo, Antônio Roberto Lins de Macêdo, Heraldo da Silva Couto e João Batista Furlan Duarte no Núcleo de Tecnologia da Combustão (NTC) da Unifor, tem como principal vantagem a substituição da queima de madeira pelo gás liquefeito de petróleo (GLP) no aquecimento dos silos de grãos como café, cacau, milho, soja, arroz, feijão, etc.

Os professores João Batista Furlan, Roberto Menescal e Roberto Macêdo. (Foto: Ares Soares/Unifor)

Segundo o professor Roberto Macêdo, do curso de Engenharia Elétrica da UNIFOR, a tecnologia é inédita no mundo e vai beneficiar não só o agronegócio, com o aumento da eficiência energética, mas também o meio ambiente, por substituir a lenha pelo chamado gás de cozinha. “A um custo ínfimo, o sistema troca a madeira pelo GLP, gás com queima facilmente controlável e ecológico”, frisa.

Além dessas vantagens, o professor Furlan Duarte, do curso de Engenharia Mecânica, destaca que o uso de GLP evita o odor característico da queima de madeira, que acaba por impor sérias restrições aos produtos no mercado internacional de grãos, e elimina por completo o mal que a fumaça produzida pela queima da madeira provoca na saúde das pessoas que residem nas áreas próximas à região de secagem.

Sistema realiza com eficiência a secagem de grãos em baixas temperaturas, com a vantagem de ser automatizado. (Foto: Unifor/Divulgação)

O professor Roberto Macêdo explica que o sistema não requer grandes investimentos para instalação, estando ao alcance de cooperativas e produtores agrícolas de médio porte. “É uma tecnologia de baixo custo e, além de mais ecológica, bem mais barata do que a queima de madeira”, complementa.

O professor Roberto Menescal, coordenador do NTC, explica que a concessão da patente pelo INPI representa um grande marco para a Unifor, em especial, para os cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica. “Professores e alunos dessas graduações têm a oportunidade de participar de novos estudos e de inovações tecnológicas de grande impacto em áreas como petroquímica, metalmecânica, agronegócio, siderurgia e alimentação”, destaca.

Ele lembra que o NTC nasceu em 2001, a partir de uma ideia do chanceler Airton Queiroz, falecido em 2017, tendo se tornado um núcleo especializado no desenvolvimento de projetos de gás liquefeito de petróleo, referência em todo o Brasil. Até o momento, esta é a segunda patente gerada pelos pesquisadores do NTC, havendo outras em análise no INPI. A primeira patente do NTC, obtida em 2004, criou a válvula de engate rápido para botijões de gás de cozinha.

Atualmente, o NTC, além de pesquisar novas soluções tecnológicas para a indústria, presta, por meio de seus pesquisadores, consultoria para empresas públicas e privadas de todo o Brasil, dos mais diversos segmentos da economia. “Esse trabalho de consultoria é outro diferencial que a Unifor coloca à disposição de seus professores e alunos, que têm assim a possibilidade de ampliar seus conhecimentos”, salienta.

Como funciona

O sistema desenvolvido pelo NTC, em parceria com a Nacional Gás, utiliza queimador a base de GLP para aquecer o ar a ser insuflado na unidade de armazenamento de grande capacidade, compreendendo um queimador do tipo “swirl”, um sensor de chama, termopares para o controle da temperatura, um sensor de umidade relativa para controlar a qualidade do ar a ser usado na secagem e um microprocessador para controlar o funcionamento automatizado.

O sistema é capaz de realizar com eficiência a secagem de grãos em baixas temperaturas, com a vantagem de ser automatizado. A partir do momento em que o ventilador do silo é acionado, o sistema passa a controlar o ar que é enviado para dentro do silo, por meio de um microprocessador, que possibilita o monitoramento sistemático da temperatura e da umidade relativa do ar insuflado. Para isso, utiliza sensores que se comunicam com o controle lógico para acionamento ou não do queimador a base de GLP para o aquecimento do ar.

Fonte: G1

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