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[Luiz Chacon] – Café já é beneficiado pela nova geração de fertilizantes

LUIZ CHACON
Presidente da SUPERBAC

O Brasil responde por 1/3 da produção mundial de café, sendo que Minas Gerais é responsável por 55% da safra nacional. Desse total, 50% da produção está dividida pelas regiões das Matas de Minas (Zona da Mata Mineira), Cerrado Mineiro, Sul de Minas e Chapada de Minas (Vale do Jequitinhonha). Em 2018a produção brasileira foi recorde, com um total de 32 milhões toneladas de café exportadas para 87 países.

Mas o que faz de Minas Gerais um estado tão importante quando o assunto é a produção de café? É certo que a diversidade de ambientes, as boas condições climáticas e do solo naturalmente favoráveis têm um peso importante nesse resultado. Segundo levantamento do governo de Minas Gerais realizado por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), há lavouras comerciais em 463 municípios mineiros, o que significa 55% de todo o estado.

Mesmo o ano de 2018 tendo registrado uma supersafra, fato que acontece a cada oito ou dez anos, outras medidas têm colaborado para a melhoria do desempenho do setor cafeeiro no estado. Para se ter uma ideia, em 2001 a produtividade do cultivo do café em Minas Gerais era de 16,5 sacas por hectare. Em 2018, esse volume dobrou, alcançando 33 sacas por hectare.

Uma dessas medidas é a adoção de fertilizantes de nova geração, produzidos por meio de processos naturais, inovadores e que combinam matéria orgânica com macro e micronutrientes. Essa combinação melhora a qualidade do solo e enraizamento das plantas, aumenta a produtividade e, com isso, agrega valor ao produto final.

E como é a atuação da nova geração de fertilizantes no cultivo do café? Por ser uma planta perene, que significa que tem um ciclo de vida mais longo, o café tem uma demanda nutricional mais alta. Assim, o adubo convencional pode salinizar o solo, fazendo com que os minerais não sejam plenamente absorvidos pela planta e ainda comprometer a fixação de elementos como o fósforo.

Nesse ponto, os adubos da nova geração reduzem, significativamente, a salinização do solo e tornam o ambiente de raiz mais favorável para absorção de minerais pela planta. Em paralelo, aceleram a decomposição da matéria orgânica e aumentam a eficiência na disponibilidade de minerais para o bom crescimento do café. Este processo estimula o enraizamento da planta e promove o reequilíbrio químico e biológico do solo.

A aplicação do fertilizante é feita em dois momentos: no sulco de plantio, proporcionando um melhor ambiente para o crescimento radicular, e quando a planta já está em produção, geralmente quando atinge uma altura entre 1,5 metro e 2,0 metros de altura.

A melhor época do ano para o plantio do café e de desempenho dos fertilizantes da nova geração é pós-período das secas, que vai até dezembro. Nesse intervalo, a planta sai do estresse da seca e entra em um período favorável, que é o da umidade e pré-florada. A boa nutrição nessa fase vai proporcionar crescimento vegetativo, melhor enfolhamento e frutos de qualidade superior. Quanto mais flores, mais frutos. Para a manutenção da qualidade da planta novas adubações são feitas em dezembro e fevereiro.

O resultado final também vai gerar maior rentabilidade ao produtor, que é um dos maiores desafios do setor cafeeiro. Vale lembrar que a rentabilidade dos produtores de café vem caindo nos últimos quatro anos.

Além dos fertilizantes da nova geração, que integram o melhor da natureza com o uso de novas tecnologias, o trabalho de pesquisa realizado pelas entidades do setor é outro forte aliado dos cafeicultores. Há uma preocupação com o melhoramento genético das plantas para que se tornem mais resistentes e produtivas e também as certificações para plantações e processos de cultivo mais sustentáveis.

O resultado final será um produto de altíssima qualidade exportado para o mundo inteiro e uma experiência sensorial inesquecível.

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