Sementes resistentes a insetos (Bt) também estão disponíveis no Brasil para variedades de soja, milho, algodão e cana.
Recente relatório divulgado pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) revelou que a tecnologia Bt, que confere a plantas e grãos a característica de resistência a insetos, gerou um lucro adicional de R$ 21,5 bilhões aos agricultores brasileiros entre 2005 e 2018.
O levantamento feito em parceria com a consultoria Agroconsult, focado em soja, milho e algodão, revelou também que as sementes Bt permitem a otimização do uso de insumos, a facilitação do manejo e, consequentemente, o incremento da produção. A tecnologia que gerou tantos benefícios ao País está disponível em outras nações e, no caso específico de Bangladesh, para a cultura da Berinjela.
Também na nação asiática a inovação tem se mostrando vantajosa, como revela estudo publicado na revista científica PLOS One
Segundo a publicação, a variedade transgênica apresentou infestação mínima pela broca da berinjela (Leucinodes orbonalis), responsável por 86% das perdas das lavouras da versão original do alimento no país.
Um dos autores do estudo, Dr. M.Z.H. Prodhan, ressalta a importância da berinjela resistente a insetos em entrevista à Cornell Alliance for Science pois, segundo ele, “a broca não pode ser bem controlada, mesmo com pulverização constante de inseticidas. […] As plantas Bt, por outro lado, oferecem controle eficaz do inseto. Isso reduz a necessidade de pulverizações de inseticidas”. O mesmo efeito, a redução no uso de defensivos para insetos, foi observada no Brasil no manejo de variedades de soja, milho e algodão resistentes a insetos.
Para a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani, a tecnologia de resistência a insetos é uma parceira dos produtores e tem potencial para gerar os mesmos benefícios em outras culturas.
“O ataque de insetos é um fator limitante à produtividade de diversas variedades agrícolas. Poder contar a proteção oferecida pela biotecnologia reduz significativamente os danos causados por essas pragas e tende a otimizar o uso de outros métodos de controle.”
Ela lembra, inclusive, que nos próximos anos já poderemos avaliar o impacto dessa inovação na cultura da cana-de-açúcar, já que a primeira variedade Bt foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 2017 e foi para o campo no ano seguinte.
O estudo também conta com o apoio da Parceria de Melhoria de Berinjela da Ásia do Feed the Future, que recebeu uma doação de 4,8 milhões de dólares da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O projeto busca promover a produtividade agrícola e a sustentabilidade entre os pequenos agricultores.
A berinjela Bt no Bangladesh
Por enquanto, a nação asiática é a única em que a variedade modificada do vegetal está disponível comercialmente. O governo local aprovou, em 2013, quatro tipos de berinjela Bt que foram distribuídos, pela primeira vez, a 20 agricultores no início de 2014. Isso tornou a nação pioneira no mundo em permitir o cultivo comercial de berinjelas geneticamente modificadas (GM). Desde então, a adoção vem crescendo e, atualmente, a tecnologia é cultivada por mais de 27 mil agricultores em todos os distritos do país.
Sobre o CIB
O Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), criado no Brasil em 2001, é uma organização não governamental, cuja missão é atuar na difusão de informações técnico-científicas sobre biotecnologia e suas aplicações. Na Internet, você pode nos conhecer melhor por meio do site www.cib.org.br e de nossos perfis no Facebook, no LinkedIn e no YouTube.
FONTE: Giovana Iniesta – Edelman
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