WALDEMAR PIRES DE CAMARGO FILHO
Engenheiro Agrônomo,Mestre em Economia Agrária, Pesquisador Científico
do Instituto de Economia Agrícola – IEA-APTA-SAA
camargofilho@iea.sp.gov.br
FELIPE PIRES DE CAMARGO
Engenheiro Agrônomo, Mestre em Planejamento e Gestão de Territórios,
Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola – IEA-APTA-SAA
felipe@iea.sp.gov.br
1 – APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS
A produção de 53 espécies de hortaliças, em 2017 no Estado de São Paulo foi de 4,19 milhões de toneladas, cultivadas em 156,77 mil hectares, produtividade 26,73 t/ha. A produção foi 10,85% menor que em 2016, resultado da menor produtividade, posto que a área reduziu apenas 2,8%. A maioria dos estudiosos, usam o termo olericultura como sinônimo de produção de hortaliças, é o que consideramos.
O Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) realizam levantamento de estatísticas de produção por município de todas as culturas, criações e florestas, no Estado de São Paulo.
No Brasil o IBGE realiza o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) que publica informações de área e produção de culturas temporárias e algumas hortaliças. Assim outras informações foram obtidas em revistas especializadas e citadas na literatura. Também foram utilizadas informações publicadas em: A Produção e o Mercado de Hortaliças com a Crise Hídrica 2013-2015, 2016 (www.cati.sp.gov.br).
O objetivo do texto é elaborar análise das informações do IEA-CATI e de outras instituições com o propósito de apresentar a produção de hortaliças pós crise hídrica 2013-2015 e calcular o valor da produção olerícola paulista em 2017 e inferir o PIB das cadeias produtivas de hortaliças.
O artigo é uma revisão de literatura. Outro objetivo é realizar prospecção para as transformações na cadeia produtiva, do setor produtivo à comercialização para 2019 e 2020 e como o poder público pode interceder com ações efetivas. Também é objetivo sensibilizar técnicos, pesquisadores e gerenciadores do agronegócio de que os órgãos da SAA podem contribuir num programa estadual de olericultura, com objetivos de produção de alimentos saudáveis e com sustentabilidade.
Além da irrigação e das condições climáticas uma variável importante para o cultivo de hortaliças é o preço. A elevação, fora do padrão, estimula o aumento da área e da produção que força a queda de preços, em seguida; é o efeito chamado de a “Teoria da Teia de Aranha” ou resposta da produção aos preços, ver Camargo Filho & Camargo, 2015b.
2- A PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS
A produção dos três principais cereais e soja no mundo, no triênio 2011-13 foi de 2.482,26 bilhões toneladas/ano, a de milho foi de 865,13 bilhões de toneladas/ano, a produção de arroz em segundo lugar, atingiu 691,26 bilhões de toneladas/ano, enquanto a de trigo foi de 668,15 bilhões de toneladas/ano e a de soja foi de 257,72 bilhões de toneladas/ano, Food Agriculture Organization – FAO (2015).
A produção mundial de hortaliças em 2011-13 foi de 1,11 bilhão de toneladas/ano. A China responde por 51,0% do total. No período 2005-14 a produção mundial aumentou 29,76% Food Agriculture Organization – FAO apud Hortoinfo.es (2016). Em 2013 a participação do alho, batata, cebola, melancia e tomate foi de 66,5% do total, A estimativa da produção brasileira considerado pela FAO não engloba todas as hortaliças. Assim o Brasil ocupa a 13º posição com 11,4 milhões de toneladas, deveria ser a 6º posição com 19,5 milhões de toneladas.
A parte a seguir foi baseado em “A Produção de Hortaliças no Brasil e em São Paulo”, dos mesmos autores Camargo Filho & Camargo, 2015, disponíveis nos sites: www.cati.sp.gov.br
Em 2012 a produção brasileira de 40 espécies de hortaliças foi de 19,5 milhões de toneladas, cultivadas em 810,0 mil hectares, (EMBRAPA- Hortaliças, 2015) (www.cnph.embrapa.br). A Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas – (ABCSEM, 2011) calculou que as 17 principais hortaliças propagadas por sementes genéticas atingiram 533.212 hectares (ha) e produção de 17,34 milhões de toneladas (t) no Brasil.
O valor da produção desse grupo no setor produtivo brasileiro é de 10,6 bilhões de reais e representa 84,0% do total. Somente a batata, que é produzida por clone, tinha área de 147 mil hectares e produção de 3,9 milhões de toneladas, com valor de R$ 4,22 bilhões.
Se a esse montante for adicionado outras hortaliças propagadas por clones (batata doce, alho, inhame, cará, mandioquinha – salsa, chuchu) além de outras folhosas não incluídas, tais como: couve, couve-flor, brócolis, coentro, salsa, cebolinha e rúcula. A estimativa é que em 2012 no Brasil a área cultivada ultrapassou 900 mil hectares e a produção superou 23 milhões de toneladas.
Os principais produtos: Batata, Tomate (para indústria e mesa), Cebola, Melancia, Cenoura, Batata Doce, Alface e Repolho representam cerca de 64,0% da quantidade produzida no Brasil e as 15 folhosas principais 15,0%.
A produção de mandioca de mesa (Aipim) utilizada para alimentação humana e animal equivale a 90,0% da produção de batata e não está inclusa como hortaliça, tendo em vista que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE agrega as áreas e produções de mandioca de mesa (aipim) e a industrial (macaxeira).
Essas hortaliças para analise de mercado e da cadeia produtiva podem ser distribuídas em quatro grupos de produtos afins: 1) raízes, bulbos e tubérculos, 2) Legumes-Frutos, 3) Frutas olerícolas e 4) Hortaliças folhosas, flores comestíveis e ervas condimentares.
3- PRINCIPAIS PRODUTOS DA OLERICULTURA
3.1 – Alho
A área cultivada com alho no Brasil no período 2012-2015 girou em torno de 10,5 mil hectares com produção de 126,6 mil toneladas (produtividade de 9,91 kg/ha). O início do plantio é em março podendo prolongar-se até maio, conforme a região.
A região Sul produz cerca de 36,0% do alho no Brasil (RS 12,7%, SC 17,5% e Paraná 2,0%), depois aparece Minas Gerais com 18,0%, Goiás 27,0% e Bahia 6,0%, (IBGE, 2014) e Anuário (2014). A área em São Paulo é menor que 100 hectares cultivados por 62 alhicultores, (CAMARGO FILHO & CAMARGO, 2011a). Em 2015 a área cultivada com alho foi 22 ha e produção de 236 t, (10,6 t/ha).
Em 2007-2011 a quantidade ofertada de alho nacional em nível de mercado atacadista no Brasil foi de 80.800 toneladas e 149.740 de alho importado (da China 46,0% e Argentina 33,0%) totalizando 223.910 t (consumo per capita maior que 1,1 kg). A estimativa é mais de 50,0% seja consumido em bulbos in natura e outra parte processada (para indústria e domicílio), (CAMARGO FILHO & CAMARGO, 2011). A CEAGESP nesse período comercializou 21.396 t/ano, sendo 25,4% de alho nacional.
Em 2015 o consumo aparente do alho no Brasil foi de 287.134 toneladas, sendo 56,0% importado da China, Argentina e Espanha, o restante é produção nacional. Nos últimos 10 anos (2005-2015) as importações foram 43,4% da China, 34,8% da Argentina e 21,8% da Espanha e outros, (ANUÁRIO HF, 2016). Em 2017 a importação de alho chinês aumentou 67,0% equivalente a 1/3 do total de alho. A Tabela 2 apresenta os estados principais produtores no Brasil em 2015.
Os sete principais produtores produzem 98,0% do total. A produtividade aumentou de 9,91 para 11,13 t/ha embora alguns estados como Goiás e Minas Gerais a produtividade tenha superado 14 t/ha. Em 2017 a produção brasileira foi de 133.007 toneladas, produtividade 11,75 t/ha.
A área e a produção foram semelhantes a 2016. A participação dos Estados na produção foi: Minas Gerais (39,1%), Goiás (22,3%), Santa Catarina (16,9%) e Rio Grande do Sul (11,9%), Anuário HF 2018.
Os efeitos da seca não influenciam o mercado do alho no Brasil porque o alho devido a produção nacional ser a parte menor, a importação prevalece no abastecimento, além disso, parte considerável é processado, além do que no País é produzido no Sul, Sudeste, Centro Oeste e Nordeste, existindo estoques para comercialização.
3.2 – Batata
A produção de batata no Brasil é realizada nas regiões Sul (37,4%), Sudeste (50,0%) e nos Estados de Goiás (5,3%) e Bahia (6,4%) LSPA – IBGE – 2017. No período 2014-2018 foram cultivados 131,63 mil hectares com produção de 3,809 milhões de toneladas anuais (produtividade 28,9 t/ha).
O cultivo desse tubérculo é realizado em três épocas (águas – 1ª safra, seca – 2ª safra e inverno – 3ª safra), a participação dessas safras no abastecimento é de respectivamente: 45,0%; 34,2% e 20,8%. No Estado de São Paulo é produzido cerca de 20,7% da batata do Brasil, é o terceiro maior produtor brasileiro (o maior produtor é Minas Gerais com 30,1%).
No entanto nas regiões produtoras do Sudeste, onde fazem os três cultivos no País, os bataticultores optam por dois cultivos e o terceiro plantio é de milho ou outro grão, para completar as atividades do ano agrícola e fazer rotação de cultura. Assim algumas regiões têm maior expressão em determinado cultivo, (IBGE, 2011).
O mercado de batata tem sofrido oscilação de preços devido ao descompasso de produção nessas regiões, porque os produtores acomodam a área ao cultivo com melhor vantagem comparativa e levando em conta também o mercado do grão ou cereal da rotação de cultivo. Em 2017 a produção brasileira de batata foi de 4,2 milhões de toneladas, 9,3% maior que 2016 a área foi de 136,2 t milhões t/ha, 5,1 maior, produtividade média 30,8 t/ha (Anuário HF 2018).
No Brasil no século 21 o abastecimento com batata para consumo in natura foi realizado apenas com produção nacional conforme as safras descritas. A produção industrial é crescente e a importação de processados é estável.
A batata das águas tem início do plantio em agosto e setembro e a colheita ocorre de dezembro a março. Em 2013 foram cultivados em São Paulo 7.826 hectares diminuição de 2,5% a produção foi de 294.031 toneladas. Em 2014 esse cultivo teve retração de 2,5% na área cultivada contribuiu para isso a estiagem ocorrida na primavera e verão de 2013.
Conforme previsão de safras IEA-CATI de abril. Em 2015 a área cultivada foi de 8.595 hectares (ha), 14,5% maior, evidenciando recuperação da área cultivada em 2016 a área foi de 7.558 hectares e produção de 164.328 toneladas (t), produtividade 21,75t/ha. Em 2017, a área foi de 6.605 ha, produção de 190.426t, produtividade de 28,23t/ha. Os EDR’s de Itapetininga (SP), Itapeva (SP) e Avaré (SP) contribuem com 70,8% da área cultivada em São Paulo, o EDR de São João da Boa Vista (SP) cultiva 27,0%.
Nos meses de janeiro e fevereiro tem início o plantio a batata da seca, e a colheita ocorre 120 dias após (junho e julho). Esse cultivo em 2013 ocupou área de 8.735 ha. O EDR de Itapetininga (SP) contribuiu com 29,0% da área estadual, os EDR’s de Itapeva (SP), São João da Boa Vista (SP) e Avaré (SP) participaram com 51,0%, enquanto Sorocaba (SP) e Bragança (SP) com 11,0%. A batata da seca em 2014 ocupou área de 8.464 mil hectares (ha), produção de 245.402 toneladas (produtividade 29,0 t/ha).
Em 2015 a área cultivada foi de 8.530 ha e produção de 240.920 t, em 2016 a área estimada foi de 7.036 ha e produção de 217.353 t, produtividade 30,9 t/ha. Percebe oscilação da área cultivada, que pode ser influência da seca. Em 2017, a área cultivada foi de 8.470 ha.
No Estado de São Paulo o principal é o cultivo de inverno com 43,0% da área seguidos dos cultivos das águas e da seca que se equivaleram em 2013. Á área cultivada com batata de inverno em 2013 foi 12.676 ha e produção de 367.907 toneladas (produtividade 29,0 t/ha).
Esse cultivo inicia-se em abril e maio, a colheita em agosto, setembro e outubro. O EDR de São João da Boa Vista participa com 49,5% da área cultivada, Itapetininga, Itapeva e Avaré com 28,6% e outros 03 EDR’s Sorocaba, Campinas e Bragança Paulista 10,4%.
Em 2014 a área cultivada foi de 12.414 ha com produção de 355.843 t e a produtividade (28,7 t/ha), evidenciando estabilidade, conforme a estimativa de safra do IEA-CATI de junho de 2014 e confirmado em novembro. Em 2015 a área com batata de inverno foi de 11.350 ha e produção de 321.610 t evidenciando leve redução. Em 2016 a área foi de 11.928 ha e produção de 312.371 t, produtividade 28,37 t/ha. Em 2017 a área foi de 15026 hectares, produção 462.861 t, produtividade 30,78 t/hectares.
Esse cultivo predomina no EDR de São João da Boa Vista que engloba Vargem Grande do Sul e Casa Branca, onde o cultivo de milho é a rotação de cultura. Além do que essa região possui topografia e insolação que favorecem os cultivos de outono e primavera. Apesar da restrição de irrigação a produção de inverno que poderia ser alterada não sofreu perda de produtividade, Figura 1.
3.3 – Cebola
A produção de cebola no Brasil é realizada nas regiões Sul (57,7%), Sudeste (23,5%), nos Estados da Bahia e Pernambuco (22,1%), São Paulo (15,3%) e Goiás (3,0%). No triênio 2015-2017 foram cultivados 53,32 mil hectares e a produção foi de 1,61 milhão de toneladas, por ano (produtividade 28,1 t/ha). A produção Argentina participa do mercado brasileiro de março a julho. No período de 2000-2012 foi importado 13,3% do consumo brasileiro anual.
No período 2013-2015 quantidade importada de cebola foi de 232.400 t/ano, equivalente a 15,0% do consumo nacional. Em 2016-2017 a quantidade média anual foi de 120 mil t/ano.
Em 2013 o mercado de cebola apresentou alta de preços devido a menor quantidade ofertada, que permaneceram de março a outubro, porque o Sul teve redução de oferta, assim como, a Argentina e a seca na Bahia diminuiu a produção de cebola, além do que as chuvas em São Paulo diminuíram a produtividade.
Em 2013 a estimativa da área cultivada total foi de 6.294 ha (7,5% maior) a produção total foi de 244.465 t (28,7% maior) a área cultivada com cebola de mudas participa com 51,1% do total e a de plantio direto com 40,1% enquanto o cultivo de bulbinhos caiu para 8,8%. O plantio direto com área menor tem produção maior, devido a produtividade alta. O plantio de bulbinhos diminuiu porque parte dos produtores preferiram vender o bulbo-semente.
No Estado de São Paulo em 2014 os três cultivos ocuparam em 5.520 hectares com produção de 203.856 t. A cebola de mudas participou com 48,6% do total de área com 2.681 hectares e produção de 85.741 toneladas (produtividade 32,0 t/ha).
As principais regiões produtoras são os EDR’s de Jaboticabal e São João da Boa Vista com 52,6% de participação na área cultivada, Sorocaba, Itapeva e Itapetininga contribuem com 43,0%. Outro cultivo é o de plantio direto na palha (40,1% da área) com 2.394 hectares (produtividade de 41,4 t/ha) produção de 99.087 t.
Os EDR’s de São João da Boa Vista e Jaboticabal participam com 96,4% do total cultivado. Esse cultivo envolve alta tecnologia como preparo do solo em palhadas, irrigação, uso de sementes hibridas proporcionando produtividade de até 50 t/há. O cultivo de bulbinhos (10,7%) ocupou 545 hectares (produtividade 35,0 t/ha) em 2014. Este cultivo não foi refém da estiagem porque estava em fase de colheita em maio e junho.
Em 2015 a área total com cebola foi de 5.589 hectares e produção de 235.747 t (produtividade 42,18 t/ha). A cebola de muda e de plantio direto diminuíram a área cultivada, mas foi compensada com aumento de produtividade em 22,7%, proporcionando acréscimo de 5,9% na produção. Em 2016 os três cultivos somaram 5.710 ha com produção de 238.160 t, produtividade 41,71 t/ha, havendo aumento de área relativamente a 2015, Figura 2.
Em 2017 a área foi de 4.983 e produção de 214.722 t, produtividade 43,1 t/ha, produção 10,0% menor que o ano anterior devido à redução de área, o cultivo de bulbinhos teve área de 641ha, produção 24.835t, produtividade 37,6t/ha.
3.4- Tomate de Mesa
No período 2013-16 a produção brasileira anual de tomate de mesa foi de 2.217,8 mil de toneladas, cultivadas em 40,6 mil hectares (produtividade 54,5 t//ha). A produção de tomate para consumo in natura no Brasil em 2011 concentrou-se em São Paulo (25,8%), Minas Gerais (17,9%), Espírito Santo e Rio de Janeiro (10,7%), Região Sul 23,6% e Nordeste (22,0%). A área cultivada em 2012 foi de 43,7 mil hectares e produção de 2,3 milhões de toneladas (produtividade 52,7 t/ha), (CAMARGO FILHO & CAMARGO, 2017a).
No Estado de São Paulo em 2013 a produção de tomate de mesa foi de 634.8 mil toneladas (produtividade 71,6 t/ha): área cultivada 8.608 hectares. No Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) de Itapeva (região na Serra do Mar – Paranapiacaba). Concentra-se 57,70% da área, no planalto aparecem-se Campinas, Mogi Mirim (15,1%) e em seguida Itapetininga e Sorocaba (8,1%); São João da Boa Vista e Franca (5,8%).
Em 2014 o tomate de mesa teve retração de área de 3,2% (8.165 ha) com produção de 589.542 t (4,2% menor), devido à retração da produtividade 72,2 t/ha. Isso foi agravado com a estiagem que também oferece condições propícias às viroses. Além do risco de geada em julho de 2014. O tomate de mesa depende de irrigação, no entanto a variável mais influente é o calor que acelera a maturação e aumenta a oferta causando preços baixos.
A Figura 3 mostra os principais EDR’s produtores de tomate em São Paulo, em 2015-2016, conforme previsão de safras IEA-CATI.
Em 2015 a área cultivada foi de 8.222 ha, produção de 605.590 t, produtividade 73,65 t/ha. Em 2016 a área cultivada foi de 9.831 ha e produção de 731.714 toneladas, produtividade 74,4 t/ha. Em 2017 a área foi de 9.247 há, produção de 683831 t, produtividade 74,0 t/ha.
3.5 – Tomate Industrial
No período 2014-16 a produção de tomate industrial no Brasil foi de 1.393,4 mil toneladas anuais, cultivados em 17,3 mil hectares (produtividade 80 t/ha). A produção de tomate rasteiro (para a indústria) no Brasil concentrou-se em Goiás (79,0%), São Paulo (16,5%) e Minas Gerais (4,7%). No período 2012 a 2016 a produção média brasileira de tomate industrial do de 1,39 milhão de toneladas/ano. (CAMARGO FILHO & CAMARGO, 2017a). Em 2017, a produção de tomate industrial foi de 1,4 milhão de toneladas.
O Estado de Goiás tem a maior produção, os Estados de São Paulo e Minas Gerais tem produção suplementares, além do que os preços são acordados entre produtores e industriais com base no custo de produção.
No Estado de São Paulo em 2013, foram cultivados 3.981 hectares e a produção de 317.217 toneladas (produtividade 80,5 t/ha). O EDR de Barretos participa com 32,5% do total, Araçatuba e Votuporanga 17,3%, Catanduva 10,2% e Jaboticabal 12,1%. Existem em São Paulo cerca de 187 tomaticultores cultivando área média de 10,5 ha/propriedade. O Estado de São Paulo possui o segundo maior parque industrial de tomate no País, onde funcionam indústrias do primeiro e segundo processamento (CAMARGO et al, 2011).
Em 2014 a área cultivada com tomate rasteiro foi 24,6% menor (2.922 ha), e a produção diminuiu 25,5% em relação a 2013, com produtividade de (80,9 t/ha). A irrigação também é preocupante para esse cultivo.
Em 2015 em São Paulo foram cultivados 3.820 ha com produção de 306.790 t. Em 2016 a área cultivada foi de 3.070 hectares e produção de 253.230 t e no Brasil foram produzida 1,45 milhão de toneladas. No triênio 2014-16 São Paulo contribuiu com 18,5% do total produzido de tomate industrial no País. Em 2017 a área foi 3.340 hectares, produção de 253.480 t, produtividade 75,9 t/ha.
Em 2015-16, a área média anual com tomate mesa foi de 9.027 ha e produção de 668.652 t e o tomate industrial com 3.445 ha e produção de 280.000 t.
3.6– Melancia
A melancia é originária da África e foi introduzida no Brasil pelos escravos. No século 19 os americanos que fundaram o município de Americana, no Estado de São Paulo, também trouxeram sementes de melancia para cultivo.
A produção mundial no triênio 2011-13 foi de 106,384 milhões de toneladas, produzidas em 3,475 milhões de hectares (produtividade (30,6 t/ha). A China participa com 66,8% da produção mundial, Peru 3,8%, Irã 3,6 e Brasil 2,1%.
O comércio mundial em 2011-13 transacionou 1,6 milhão de toneladas/ano (1,82% do total), o Brasil nesse período exportou 31.627 t/ano, cerca de 1,5% da produção nacional. Os maiores exportadores são: Espanha, México e Estados Unidos da América – EUA, com 46,0% das vendas. Os maiores importadores são: EUA, Alemanha e Canadá, participam com cerca de 46,0% das compras, Agrianual (2018) apud Camargo Filho & Camargo, 2018.
No triênio 2011-13 a produção de melancia no Brasil foi de 2,15 milhões de toneladas (t), com área de 94,78 mil hectares (ha), produtividade 22,65 t/ha, São Paulo participou com 7,8% do total nacional. A produção é estável nos últimos 3 anos e todas regiões brasileiras participam com expressão: Sul 24,9%, Nordeste 33,0%, Centro-Oeste 10,9%, Norte 19,4% e Sudeste 10,0%. Os estados maiores produtores regionais são respectivamente: Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Tocantins e São Paulo.
Em 2011 a área cultivada em São Paulo foi de 6.921 ha, com produção de 204.585t (produtividade 29,6 t/ha). Em 2012 a área foi de 6.437 ha e produção de 182.338 t, diminuiu 10,0% devido a menor produtividade. Em 2013 a área foi de 6.669 ha 3,8% maior que o ano anterior e a produção foi de 193.340 t, 6,0% maior, produtividade 29,0 t/ha.
Nesse último triênio: 2011-13 as chuvas foram irregulares com secas ou em excesso, além do que em 2012 houveram geadas no Estado. Essas causaram redução de produtividade. Os EDR’s de Marília e Presidente Prudente contribui em com 29,9% da área cultivada, outros seis EDR’s respondem por 60,0%.
Em 2014 a área cultivada com melancia foi de 6.373 ha produção de 173.891 t produtividade 27,3 t/ha. A quantidade colhida está concentrada na primavera e verão, também depende de irrigação. Com a restrição de irrigação e a estiagem os plantios se atrasam e ocorrendo concentração de colheita e preços baixos em seguida.
Em 2015 a área cultivada foi de 7.755 ha e produção de 277.062 t, 35,7 t/ha. Em 2016 a área foi de 7.944 ha. A melancia é uma das frutas olerícolas que tem mantido os preços no mercado em níveis bons para o consumidor. Em 2017 a área cultivada foi de 9.373 há, produção 275.440t e produtividade de 29,38t/ha.
3.7- Melão
A produção mundial de melão é de 29,41 milhões de toneladas, cultivados em 1,19 milhão de hectares, produtividade 24,7 t/ha. A China é o país maior produtor (48,0%). No período 2012-15 as exportações brasileiras foram de 198.450 t/ano. Em 2015 foi maior quantidade exportada 223.746 t ou 37,5% da produção. No Brasil são produzidos híbridos diversos, cantaloupe, amarelo, pele de sapo e net melon. No Brasil em 2015 a produção foi de 596.400 t, cultivadas em 23.100 ha, produtividade 25,8 t/ha (FAO STAT, 2015) em São Paulo a produção de melão não é significativa.
3.8- Morango
A produção mundial de morango é de 4,52 milhões de toneladas, com área cultivada de 241,11 mil hectares, produtividade 18,75 t/há, exceto a produção da China que equivale 66,0% de produção mundial. Os Estados Unidos da América produz 30,7%, outros nove países da Ásia, Europa contribuem com 47,8%. A América do Sul produz 7,1% da produção mundial onde o principal produtor é o Brasil depois Argentina e Chile.
A produção brasileira de morango em 2016 foi cerca de 133.391 toneladas cultivados em 3.718 hectares, produtividade 35,88 t/ha. Em 2017 foi de 195.000 t, cultivadas em 4.300 ha (produtividade de 36 t/ha).
O estado maior produto é Minas Gerais, em seguida aparecem Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul, que agregam 87,2% da produção. O cultivo do morango convencional ou orgânico é o que melhor se adapta a irrigação por gotejamento (Anuário HF, 2010-2018).
Em São Paulo a área cultivada em 2014 foi de 306 há, produção de 9.700 t. Os EDR’s de Sorocaba, Bragança Paulista e Campinas cultivaram 88,0% do total. Em 2015 a área cultivada foi de 282 ha, produção de 8.647 t, produtividade 30,66 t/ha. Em 2016 a área cultivada foi de 346 há e em 2017 255 hectares.
3.9 – Batata Doce
A produção brasileira de batata doce é de 420.000 t/ano, São Paulo participa com 17,0%. Em 2011 a área cultivada com batata-doce em São Paulo foi de 3.284 ha, com recuo de 15,7% relativamente a 2010. Em 2012 a área cultivada foi de 4.122 ha, em 2013 4.398 ha, produção de 72.786 t, produtividade 16,8 t/ha.
Os EDR’s de Presidente Prudente, Sorocaba, Araçatuba e Dracena respondem por 85,0% da área cultivada no Estado em 2013.
Em 2014 a área cultivada foi de 4.508 ha, em 2015 a área foi 6.685 ha, produtividade 19,6 t/ha e produção de 130.944 t, evidenciando aumento, de 48,3%. Essa cultura pode ter os efeitos da estiagem amenizada porque é possível retardar a colheita. Em 2016 a área foi de 8.431 há e em 2017 foi de 9.787 ha, Tabela 1. Essa cultura tem ampliado o mercado. Nota-se pelo preço no mercado varejista da capital e do interior, onde os preços são menores do que os de batata.
3.10 – Cenoura
A produção brasileira de cenoura em 2017 foi de 752.196t, cultivadas em 15 mil ha, produtividade 50,15 t/ha.
A produção brasileira de cenoura em 2011-12 foi de 780 mil/t em 26 mil/ha, São Paulo produz 20,0%. A produção de cenoura em 2014 no Estado de São Paulo foi menor que em 2013 devido a redução da área cultivada em 32,0%. Isto é reflexo do mercado de cebola e de repolho em 2013 que tiveram bons resultados. O EDR de São João Boa Vista responde por 45,0% da área no Estado. Esse cultivo também depende da irrigação.
Em 2015 a área cultivada com cenoura teve aumento significativo foi de 5.189 ha, produção de 242.665 t, produtividade 48,6 t/ha, mostrando bom desempenho da lavoura. Em 2016 a área cultivada foi de 5.275 ha. Em 2017 a área foi de 5,133 hectares, produção de 165.052t, produtividade 33,45t/hectares.
3.11 – Alface e Repolho
A produção brasileira de alface em 2012-13 foi de 1,27 milhão de toneladas/ano e a de repolho 1,32 milhão toneladas/ano, cultivados em 123.580 hectares. São Paulo contribuiu com 16,0% de alface e 18,0% de repolho da produção nacional. A área de 11 folhosas no Brasil em 2009 era de 195.328 hectares, São Paulo contribuía com 12,8% (ABCSEM, 2016). O mercado de folhosas foi turbulento em 2013 e 2014 em razão da estiagem e geadas.
A Tabela 1, mostra as estatísticas da produção das hortaliças no Estado de São Paulo. A área cultivada de alface é predominante nos EDR’s de Mogi das Cruzes (43,0%) e Sorocaba (50,0%) enquanto o repolho tem 65,0% da área no EDR de Sorocaba. Esses dois cultivos já tiveram alteração na produção em 2013 devido à estiagem, no ano de 2014 foi agravado porque o regime pluviométrico das encostas da Serra do Mar e da Mantiqueira foi alterado desde janeiro de 2013 e continuou em 2015, além disso houve ocorrências de viroses que diminuiu a produção de alface. Em 2016 o excesso de chuva prejudicou as culturas, mas não afetou os preços.
As 16 folhosas principais respondem por 25,0% da área de hortaliças, é o grupo que mais necessita de irrigação e as que mais perdem em produção e qualidade com a falta de água e excesso de calor.
As 11 folhosas utilizada para consumo em saladas, refogadas e temperos ocupam 35.668 hectares, a alface e o repolho participam com 46,3%. Estão concentradas no cinturão verde sendo necessário promover programa de financiamento de irrigação por gotejamento.
Em 2015 a área cultivada com alface foi de 10.775 ha e a de repolho 5.517 ha. Em 2016 a área cultivada com alface foi de 10.683 ha e produção de 160.245 t. Enquanto a de repolho foi de 7.112 há, com produção de 295.373 t. A área cultivada de repolho oscilou muito, inclusive devido aos preços. Em 2017 houve expansão da área cultivada dessas 2 folhosas, Tabela 1.
3.12 – Mandioca
A produção média brasileira de mandioca para indústria e para mesa no biênio 2013-14 foi de 22,0 milhões de toneladas/ano. A maior parte é para indústria de farinha, amido, etc.., o valor bruto é de um bilhão de reais. Se considerarmos que 15,0% é para mesa (consumo humano e animal). Essa produção é de 3,37 milhões de toneladas, Anuário (2014). O Estado de São produz cerca de 4,0% do total brasileiro de mandioca de mesa.
Em 2013 São Paulo a área cultivada em produção de mandioca de mesa foi de 11.942 ha e em 2014 12.083 ha, maior apenas em 1,2%. No entanto a produtividade diminuiu 5,0% e será de 16,8 t/ha. Os EDR’s de Sorocaba, Botucatu, Jaboticabal e Presidente Venceslau produziram 20,0% do total outros 10 produziram entre 3,0 e 4,0% cada.
Em 2015 a área aumentou 16,6% (14.326 ha) a produção foi de 238.412 t. Em 2016 com consequência da seca e oscilação dos preços em 2015 no mercado produtor houve reorganização do cultivo, a área foi de 14.114 hectares com produção de 231.220 t.
3.13- Beterraba
Segundo o Censo Agropecuário (IBGE, 2009) a produção nacional de beterraba é realizada em 21.937 estabelecimentos agrícolas.
As participações estaduais na produção são: Paraná (26,0%), São Paulo (22,0%), Minas Gerais (21,0%, Rio Grande do Sul (20,0%) e Bahia (11,0%), (Anuário HF, 2016). Em 2016 a área cultivada no Brasil supera 10 mil hectares, São Paulo teve 6.490 ha.
A área cultivada com beterraba em 2013 em São Paulo foi de 7.148 ha, e produção de 228.902 toneladas, produtividade 39,0 t/ha. Em 2014 a área diminuiu 23,6% e a produção 28,0%.
No EDR de Sorocaba é cultivado 58,5% do total do Estado, os EDR’s de: São José do Rio Pardo e Mogi das Cruzes contribuem com 25,8% da área, a produtividade diminuiu para 30,20 t/ha. A cultura é irrigada. Em 2015 a área cultivada foi de 6.305 ha e produção de 241.665 t, produtividade (31,9 t/ha).
Em 2016 a área cultivada foi de 6.490 ha, produção de 214.031 t. Em 2017 a área foi de 6.113 ha é 204.406 t, produção. O ETSP – CEAGESP no período 2007-2016 comercializou cerca de 30.000 t/ano de beterraba. Em 2016 o município de Piedade – SP no EDR de Sorocaba enviou ao Entreposto 16.410 t, São José do Rio Pardo do EDR de São João da Boa Vista enviaram 3.622 t, três municípios de Minas Gerais enviaram 2.400 t, outros três municípios paulistas enviaram 2.791 t (ANUÁRIO HF 2018).
3.14 – Abóbora Seca
As abóboras secas possuem diversas variedades em São Paulo a mais comum é a abóbora menina brasileira depois a abóbora paulista. A área cultivada em 2014 foi de 3.742 ha, 6,3% maior que de 2013, Tabela 3.
Os principais EDR’s produtores são: Itapeva e Tupã com 50,9% da área cultivada. Além das aboboras citadas a abóbora japonesa (cabotiá) é muito cultivada no Brasil, tal qual a moranga, que, em São Paulo a área cultivada, em 2014, foi de 365 ha com produção de 8.222 t. A cultura também é irrigada. Em 2015 a área cultivada com abóbora seca foi de 3.488 ha e produção de 60.069 t. Em 2016 a área cultivada foi de 3.725 ha.
3.15 – Abobrinha
As variedades de abobrinhas verdes para consumo são a brasileira e a italiana. A área cultivada em 2014 foi de 2.843 há, 10,9% menor que em 2013. Os EDR’s de: Sorocaba, Campinas, Itapeva participou com 46,0% da área cultivada.
As abobrinhas também dependem de irrigação, podendo ser por gotejamento, no período seco, pode aumentar o ataque de pragas e viroses. Em 2015 a área cultivada foi de 4.430 ha, produção de 72.360 t. Em 2016 a área cultivada foi de 3.748 ha
3.16 – Chuchu
A área cultivada com chuchu em 2014 foi de 1.754 ha, semelhante a 2013. Os três principais EDR’s de: Bragança Paulista, Sorocaba e Registro participaram com 72,40% de área cultivada. Essas hortaliças devidas as suas características na produção e ser perene. Sofre pouco com a estiagem. Em 2015 a área foi de 1.810 ha, produção de 82.257 t, produtividade de 45,4 t/ha. Em 2016 a área cultivada foi de 1.597 há
3.17 – Milho Verde
A área cultivada com milho verde em 2014 foi de 10.008 ha, 13,10% menor que em 2013. Os principais EDR’s produtores são: Sorocaba, Ourinhos e Itapeva com 50,00% da área cultivada, outros 6EDR’s cultivam 30,50% da área. A cultura também é irrigada. Em 2015 a área cultivada de 12.850 ha, produção de 157.364 t, produtividade 12,25 t/ha. Em 2016 a área cultivada foi de 11.750 ha
3.18 – Berinjela
A área média com berinjela em 2013-14 foi de 1.416 ha, produtividade 33,0 t/ha. Em 2015 a área cultivada foi de 1.441 ha, produção de 46.443 t indicando estabilidade de produção, apesar do aumento da área em 25,0%. Em 2016 a área aumentou em 2,5% (1.477 ha), os principais EDR’s produtores foram: São João da Boa Vista, Mogi Mirim, Sorocaba, Jaboticabal e Campinas com 57,1% da área cultivada.
TABELA 1- Área, Produção e Produtividade Média das Principais Hortaliças no Estado de São Paulo em 2017 – por Grupo (1ª Parte – Continua)
Grupo de Produtos | Área | Produção | Produtividade |
Raízes, Bulbos e Tubérculos | (ha) | (t) | (t/ha) |
Batata das Águas | 6.605 | 190.426 | 28,83 |
Batata da Seca | 8.470 | 266.031 | 31.40 |
Batata de Inverno | 15.026 | 462.681 | 30,78 |
Batata (3 safras) | 30.101 | 879.138 | 29,21 |
Batata Doce | 9.787 | 176.645 | 18,05 |
Cebola (mudas) | 2.281 | 84.308 | 37,00 |
Cebola (bulbinhos) | 621 | 24.835 | 37,60 |
Cebola (plantio direto) | 2.081 | 105.579 | 50,73 |
Cebola (3 safras) | 4.983 | 214.722 | 43,10 |
Mandioca de Mesa1 | 14.114 | 228.833 | 16,10 |
Beterraba | 6.113 | 204.406 | 33,45 |
Cenoura | 5.133 | 165.052 | 32,05 |
Inhame | 939 | 17.467 | 18,60 |
Mandioquinha | 302 | 5.656 | 18,73 |
Alho | 22 | 234 | 10,60 |
Cará | 123 | 2.462 | 20,00 |
Subtotal (10) | 71.499 | 1.894.615 | 26,50 |
Legumes-Frutos | |||
Tomate (mesa) | 9.247 | 683.831 | 74,40 |
Tomate (indústria) | 3.340 | 253.480 | 76,40 |
Abobora seca | 3.696 | 61.813 | 16,70 |
Abobrinha | 3.887 | 64.877 | 16,69 |
Moranga e Cabotiá | 1.000 | 16.000 | 16,00 |
Milho verde | 13.003 | 158.919 | 12,22 |
Pimentão | 2.660 | 105.524 | 34,62 |
Quiabo | 1.708 | 25.685 | 15,00 |
Chuchu | 1.514 | 71.803 | 47,43 |
Berinjela | 1.401 | 44.735 | 31,93 |
Pepino | 1.661 | 68,443 | 41,20 |
Vagem | 1.611 | 26.950 | 16,72 |
Jiló | 839 | 21.865 | 26,00 |
Rabanete | 386 | 5.137 | 13,30 |
Pimenta | 284 | 3.777 | 13,30 |
Ervilha torta | 191 | 2.362 | 12,37 |
Ervilhas(verde e seca) | 60 | 260 | 4,33 |
Subtotal (17) | 36.904 | 855.493 | 23,33 |
1Em São Paulo área cultivada com mandioca de mesa gira em torno de 23% do total (mesa e indústria) e a produção é 15%. | |||
Fonte: IEA/CATI ANUÁRIOS, Banco de Dados site: www.iea.sp.gov.br | |||
TABELA 1- Área, Produção e Produtividade Média das Principais Hortaliças no Estado de São Paulo em 2017 – por Grupo (conclusão) | |||
Grupo de Produtos | Área | Produção | Produtividade |
Frutas Olerícolas e Outros | (ha) | (t) | (t/ha) |
Melancia | 9.373 | 275.440 | 29,38 |
Morango | 255 | 7.063 | 27,59 |
Melão | 12 | 259 | 21,23 |
Alcachofra | 135 | 1.327 | 9,78 |
Gengibre | 300 | 7.293 | 24,25 |
Cogumelo | 159 | 11.175 | 11,51 |
Subtotal (6) | 10.234 | 302.557 | 20,62 |
Folhosas, Flores, Condimentares e Outras | |||
Repolho | 9.021 | 321.599 | 35,65 |
Alface | 11.704 | 475.235 | 40,60 |
Brócolis | 2.618 | 73.697 | 28,14 |
Couve | 2.963 | 83.405 | 28,14 |
Couve-flor | 2.826 | 88.096 | 31,16 |
Couve Chinesa (Acelga) | 274 | 13.359 | 48,60 |
Escarola | 844 | 9.692 | 11,47 |
Agrião | 600 | 7.894 | 13,15 |
Almeirão | 1.004 | 16.262 | 16,20 |
Catalonha | 389 | 5.705 | 14,70 |
Chicória | 795 | 8.297 | 10,42 |
Espinafre | 507 | 3.177 | 6,26 |
Pimenta | 284 | 3.841 | 13,52 |
Rúcula | 630 | 5.215 | 8,27 |
Rabanete | 385 | 5.137 | 13,31 |
Alho Porró | 225 | 3.842 | 17,08 |
Salsa | 1.202 | 7.513 | 6,25 |
Cebolinha Verde | 1.450 | 6.393 | 4,40 |
Coentro | 970 | 5.906 | 6,10 |
Subtotal (19) | 38.691 | 1.144.265 | 29,57 |
Total Geral (53) | 156.768 | 4.190.730 | 26,73 |
Fonte: IEA/CATI ANUÁRIOS, BANCO DE DADOS – www.iea.sp.gov.br |
4- VALOR DA PRODUÇÃO DA OLERICULTURA
As hortaliças agregam o maior número de plantas comestíveis. No Brasil são mais de 60 espécies com valor econômico significativo que podem ser agrupadas conforme a similaridade das cadeias produtivas. A principal característica da produção olerícola é que são cultivos com alta produtividade por hectare.
Em razão disso o uso de insumos: sementes, fertilizantes, irrigação e tratos culturais são relevantes com intenso uso de mão de obra (especializada e braçal), além de serviços de terceiros. Por isso a cada real investido na produção é multiplicado por 3 no mercado regional que tem a característica de criar mercado próprio de alimentos, combustíveis, energia elétrica, uso da água e o mercado de bens duráveis, máquinas e veículos na região de produção.
Enquanto na distribuição existem atividades tais como: transporte, processamento mínimo, classificação e embalagem que são serviços para agregação de valor. Em média o preço recebido pelo produtor é 40% daquele pago pelo consumidor no Estado de São Paulo.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) elaboraram em 2018 o “Mapeamento e Quantificação das Cadeias Produtivas das 13 Principais Hortaliças no Brasil”: abóbora (japonesa), abobrinha, alface, alho, batata, cebola, beterraba, cenoura, coentro, couve-flor, pimentão, tomate (para mesa e industrial).
O faturamento estimado dentro da porteira foi R$17,69 bilhões. Se a esse montante for adicionado o valor correspondente a repolho e melancia (R$3,37 bilhões), o valor da produção é de R$21,06 bilhões. Calcule-se que esses 15 produtos contribuem com 80,0% da produção nas 4 cadeias produtivas de hortaliças. Assim o PIB olerícola no Brasil supera R$ 26,3 bilhões, sendo importante gerador de empregos em toda cadeia produtiva, em especial na Agricultura Familiar.
4.1. – Grupo: bulbos, tubérculos e raízes tuberosas
Esse grupo é composto pelos produtos: alho, cebola, batata, batata-doce, beterraba, cenoura, mandioca de mesa, mandioquinha, inhame, cará, açafrão e gengibre.
A batata é o principal produto desse grupo, com três cultivos: água, seca e inverno e produtividade varia de 20 a 30 t/há e o custo médio de produção é R$60,00/SC 50kg ou R$1,20/kg. Essa cultura também é bastante mecanizada do preparo do solo à colheita, a participação dessas operações é de 14,0%, a administração, impostos e outros serviços participa com 50,1% do custo de produção médio dos três cultivos. Somente a batata-semente participa com 21,5% do custo total.
Existe uma cadeia de produção de batata-semente desde a importação de tubérculos-sementes sadios, produção de mini-tubérculos e sua multiplicação para uso no plantio comercial. O uso de batata-semente sadia aliado aos tratos culturais intensivos é que proporcionam a produtividade de 30 t/ha ou mais.
O valor da produção dos setes principais produtos é de R$2.245,6 milhões, equivalente a 40,3% do total das cadeias produtivas da olericultura.
Comercialização
Esse grupo de olerícolas tem a classificação e os serviços na colheita significativa por que as raízes e tubérculos são classificados, lavados e embalados, consistindo num serviço que agrega valor. O alho e a cebola por serem bulbos recebem a toalete (limpeza dos bulbos) em seguida a classificação, são embalados em caixas de 10 kg no caso do alho e sacos de 20 kg para a cebola.
A batata é comercializada em sacos de 50 kg. A colheita pode ser mecanizada ou parcialmente mecanizada. Nesse caso um trator com arado de disco revolve o sulco da cova dos tubérculos, em seguida trabalhadores braçais coletam em sacos para porteira, transporte, lavagem, classificação e embalamento para comercialização. Essa operação é realizada em “packing-house” em seguida transportada para mercado atacadista ou rede varejista.
A CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazém Gerais do Estado de São Paulo) no período 2012-17 comercializou cerca de 246.790 t/ano, sendo 46% da batata lavada (beneficiada).
Os bulbos de alho e cebola são colhidos, crivados e recebem a limpeza (toalete) e são classificados por tamanho e enviados para comercialização: o alho em caixão de 1,6 kg e a cebola em sacos de 20 kg. A CEAGESP no período 2012-15 comercializou 107.800 t/ano de cebola sendo 67,0% e origem nacional. A quantidade de alho comercializado na CEAGESP nesse período foi cerca de 21..396 t/ano sendo 25,4% de alho nacional.
A mandioca de mesa é uma raiz tuberosa, a mais tradicional, é comercializada em caixas (K) de madeira (25 kg). Outras raízes tuberosas (cenoura, beterraba, etc…) são colhidas, lavadas, classificadas e embaladas também em caixas (k).
4.2. – Grupo Legumes-frutos:
Engloba: tomate (mesa e indústria), abóboras (secas), morangas, cabotiá (abóbora japonesa), abobrinhas, chuchu, pepino, pimentão, melancia, melão, morango, ervilhas (verde, torta e seca), quiabo, milho verde, berinjela, jilós e pimentas.
O tomate é o principal olerícola do segundo grupo, dividindo-se em tomate industrial e para consumo in natura, os dois cultivos com produtividade de 70 a 90 t/ha.
O tomate industrial, assim como, o de mesa, tem a semente e a produção de mudas como serviços prestados. O custo de produção de tomate industrial em 2017 foi cerca de R$225,0/t para produtividade de 85,0 t/ha, os insumos participam com 33,0% dos custos, a produção de mudas 11,0%, máquinas 15,0% e mão de obra 5,0%, nesse caso a plantio e a colheita são mecanizados.
O tomate de mesa em São Paulo (Mogi-Guaçu) utiliza cerca de 11 mil/plantas por hectare, produtividade 92 t/ha e custo de R$23,00/caixa de 22 kg. Os insumos participam com 25,0%, sementes (4,0%), mão de obra 34,0%, mecanização 26,0%, administração e outros serviço 11,0%. Percebe equilíbrio na participação de todos os itens.
O valor da produção dos treze principais produtos é de R$1973 milhões, equivalente a 35,49% do total das cadeias de produção, Tabela 2.
Comercialização.
A comercialização de tomate industrial é feita por meio de contratos que estipulam ao produtor onde deve entregar a produção contratada e o mês determinado, cujo preço foi previamente acordado com base no custo de produção. A colheita é mecanizada e o transporte em caminhões até a indústria processado é por conta do produtor.
O tomate para mesa é comercializado nas CEASA’s ou nas plataformas de supermercados para em seguida chegar a rede varejista.
O legume é classificado na lavoura e embalados em caixas k de 22 kg ou de papelão conforme o pedido. O tomate é o legume de maior quantidade vendida na CEAGESP – 282.630 t/ano.
O milho verde é colhido com as espigas no ponto de pamonha e embaladas em sacos de plástico ou a espigas recebem limpeza e são acondicionadas em bandejas isopor para a rede varejista. Todos os outros legumes seguem um ritual semelhante ao do tomate de mesa na comercialização, tabela 2.
Frutas Olerícolas- Melancia, Melão e Morango
O quarto grupo é de frutas olerícolas: Melancia, Melão e Morango; esses produtos tem comportamento na comercialização similar ao grupo do legumes-frutos. O principal produto é a melancia, assim como o melão, é exportado e está entre as dez principais espécies no ranking de produção olerícola. O valor da produção desse grupo no estado é de 277,9 milhões de reais em 2017, Tabela 2.
Comercialização.
A melancia e o melão são colhidos na roça e classificados por tamanho em seguida são enviados para comercialização. A melancia e o melão podem ser comercializados a granel nas plataformas de coleta da rede supermercadista ou nas CEASA’s. A CEAGESP no período 2012-2015, comercializou 110.370 t/ano de melancia, 78.175 t/ano de melão e 7.383 t/ano de morango.
A melancia também pode ser acondicionada em sacos plásticos e o melão em caixas de madeira ou papelão para comercialização enquanto o morango é colhido e classificado na lavoura e embalado em cumbucas de 400g. Existem profissionais que vendem esses produtos em caminhões nas margens de rodovias ou nas cidades no comércio ambulante, essa prática é significativa.
4.3. – Grupo: Folhosas (verduras) e condimentares
O terceiro grupo é composto por folhosas, flores comestíveis e ervas condimentares: alface, repolho, escarola, chicória, almeirão, espinafre, couve, couve-flor, brócolis, acelga, agrião, rúcula, salsão, alho porró, salsa, cebolinha, coentro e alcachofra.
A alface é a principal folhosa desse grupo com cultivares dos grupos: crespa, lisa e americana. No plantio pode se usar de 24 a 40 mil plantas/hectare, o custo varia de R$0,59/pé (crespa) e R$0,94/pé (americana) ou R$23 mil reais por hectare, participação média dos itens no custo de produção é: insumos 23,0%, semente 8,7%, operações mecânicas 12,0%, mão de obra 10,0%, administração 2,0%, despesas gerais 35,0%.
O valor da produção dos dezesseis principais produtos é de R$1070,12 milhões equivalente a 19,22% do total das cadeias.
Comercialização.
As verduras (folhosas) e condimentares são colhidos, classificadas, embaladas para distribuição atacadista ou varejista (feiras e supermercados).
O repolho após colhido pode ser vendido em sacos de plásticos ou engradados.
As alfaces são classificadas e acondicionadas em engradados ou caixas. De modo geral as caixas são utilizadas para alface americana. Algumas hortaliças como brócolis ramoso, couve e ervas condimentares (salsa, cebolinha, coentro e alho-porró) podem ser comercializadas em maços.
Esse grupo de hortaliças é o que mais necessita de processamento mínimo. A alface é a principal folhosa vendida no CEAGESP 52.104 t/ano e o repolho é a segunda 50.000 t/ano.
Tabela 2- Valor da Produção de Olerícolas por Grupos de Produtos em 2017 no Estado de São Paulo. (Parte 1 – Continua)
Grupo de Produtos | Produção | Preço produtor | Valor em |
Raízes, Bulbos e Tubérculos | (t) | R$/t | R$1.000,00 |
Batata (3 safras) | 879.138 | 1.380 | 1.213.210 |
Batata Doce | 176.645 | 1.000 | 176.645 |
Cebola (3 safras) | 214.722 | 1.250 | 268.403 |
Mandioca de Mesa1 | 228.833 | 772 | 176.659 |
Beterraba | 204.406 | 1.090 | 204.407 |
Cenoura | 165.052 | 1.160 | 191.460 |
Inhame | 17.467 | 850 | 14.847 |
Subtotal (7) | 1.894.615 | 2245,631 | |
40,3% | |||
Legumes-Frutos | |||
Tomate (mesa) | 683.831 | 1.600 | 1.094.130 |
Tomate (indústria) | 253.480 | 250 | 63.370 |
Abobora seca | 61.813 | 1000 | 61.813 |
Abobrinha | 64.877 | 1600 | 77.852 |
Milho verde | 158.919 | 900 | 143.027 |
Moranga e Cabotiá | 9.250 | 1.000 | 16.800 |
Pimentão | 105.524 | 1980 | 166.728 |
Quiabo | 25.685 | 2000 | 51370 |
Chuchu | 71.803 | 1000 | 71803 |
Berinjela | 44.735 | 1400 | 62629 |
Pepino | 68,443 | 1100 | 75287 |
Vagem | 26.950 | 2300 | 61985 |
Jiló | 21.865 | 1200 | 26238 |
Subtotal (13) | 849.443 | 1973,033 | |
35,4% |
Fonte: IEA/CATI ANUÁRIOS, Banco de Dados site: www.iea.sp.gov.br (Preços recebidos e atacado IEA, CEAGESP e revistas especializadas).
Tabela 2 – Valor da Produção de Olerícolas por Grupos de Produtos em 2017 no Estado de São Paulo. (Conclusão)
Grupo de Produtos | Produção | Preço produtor | Valor em |
Frutas Olerícolas | (t) | R$/t | R$1.000,00 |
Melancia | 275.440 | 1.000 | 275.440 |
Morango | 7.063 | 350 | 2.472 |
Subtotal (2) | 302.557 | 277.912 | |
Folhosas e Condimentares. | |||
Alface | 475.235 | 1.210 | 575.034 |
Repolho | 321.599 | 620 | 199.391 |
Brócolis | 73.697 | 1.000 | 73.697 |
Couve | 83.405 | 800 | 6.724 |
Couve-flor | 88.096 | 1.000 | 88.096 |
Couve Chinesa (Acelga) | 13.359 | 900 | 12023 |
Escarola | 9.692 | 1500 | 14538 |
Agrião | 7.894 | 1600 | 12630 |
Almeirão | 16.262 | 1400 | 22767 |
Catalonha | 5.705 | 1200 | 6846 |
Chicória | 8.297 | 1500 | 12446 |
Espinafre | 3.177 | 1600 | 5083 |
Rúcula | 5.215 | 1500 | 7823 |
Salsa | 7.513 | 1500 | 1270 |
Cebolinha Verde | 6.393 | 1200 | 5328 |
Coentro | 5.906 | 2.780 | 16.419 |
Subtotal (16) | 1.144.265 | 1070.115 | |
Total Geral (37) | 4.190.730 | 5566.691 |
Fonte: IEA/CATI ANUÁRIOS, Banco de Dados site: www.iea.sp.gov.br (Preços recebidos e atacado IEA, CEAGESP e revistas especializadas).
A CNA e a ABCSEM em 2018 calcularam que o faturamento total, desde antes da porteira até o mercado varejista, é aquele do setor produtivo multiplicado por 3,55. Assim o faturamento total de 38 espécies de hortaliças considerados no artigo é 19.76 bilhões nas cadeias produtiva no Estado de São Paulo, em 2017 que equivale ao PIB- Produto Interno Bruto, que é a soma do valor de todos os produtos e serviços nas cadeias produtivas das hortaliças do setor produtivo até os consumidores.
A alface americana custa cerca de R$1,00/pé sendo vendida em média na região metropolitana de São Paulo por mais de R$2,00, parte da produção tem processamento mínimo sendo entregue em restaurantes e fast-foods, nesse caso o valor triplica.
O tomate e a batata podem ser consumidos e preparados em domicílios ou restaurantes, mas parte também é industrializado, aumentando o valor do alimento.
O preço médio ao produtor de batatas é R$ 1,38 por quilo, a batata processada (palito, chips e fritas) vale mais de R$ 10,00/kg. O mesmo raciocínio serve para o tomate industrial, cujo suco (pasta) é matéria prima para molhos e catchups que possuem valores finais bem maiores.
5- PROSPECÇÃO DO MERCADO DE HORTALIÇAS EM SÃO PAULO, 2019 -2020.
Como foi comentado no início, as hortaliças compõem 4 grupos conforme suas similaridades, que formam as respectivas cadeias produtivas.
As tendências que serão relatadas já estão acontecendo apesar da pouca interferência do setor público.
O grupo de hortaliças folhosas é aquele que melhor representa as tendências.
- O uso racionalizado da água na produção com preservação de nascentes e sustentabilidade, é a primeira medida a ser preocupar.
As folhosas necessitam de água para irrigação. Assim o uso do método por gotejamento deve ser intensificado e com financiamento tendo controle da qualidade da água, evitando contaminação dos mananciais com erosão, dejetos e até esgotos.
Porque além da irrigação o processamento mínimo é crescente e necessário. O poder público (CDA e SABESP) devem orientar sobre o uso e descarte da água com tratamento adequado da água pós uso. Exemplo: a maioria das hortaliças usam água no preparo da comercialização, essa água de lavagem deve-se destinada ao manancial após filtragem. Nessa operação o embalamento pronto para o mercado varejista é crescente.
- No setor produtivo: aplicação de defensivo devem ser rigorosamente controladas com o método de manejo de pragas e doenças. Para tanto é necessário intensificar ações na CATI e promover o uso de boas práticas do cultivo, especialmente o governo federal anunciou agora em que a adição de verbas para o sistema.
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comercialização no mercado de hortaliças tem suma importância no Estado de São Paulo, exige organização de políticas públicas de apoio à produção e comercialização. Com a globalização pós 1990 e a modernização do mercado, as variáveis multiplicaram-se. Assim o Estado de São Paulo que é o maior produtor e mais diversificado no mercado nacional de olerícolas, tem condições de implantar programas sustentáveis na produção de hortaliças, porque tem informações nas instituições da SAA que amparam essa medida, embora seja necessário preencher os cargos vagos.
Principais EDR’s Produtores de Hortaliças no Estado de São Paulo
Avaré | Jaboticabal |
Itapeva | São José do Rio Preto |
Itapetininga | Presidente Prudente |
Sorocaba | Marília |
Mogi das Cruzes | Bragança Paulista |
Campinas | Pindamonhangaba |
Mogi Mirim | Araçatuba |
São João da Boa Vista | Barretos |
Fonte: SAA-SP.
As hortaliças é o grupo de plantas cultivadas que mais utilizam água na produção e na pós-colheita. Assim avaliar a situação do uso da água de irrigação (quantidade e qualidade) é fator importante no setor produtivo e no pós-colheita.
A produção olerícola ocorre em todos os 645 municípios paulistas, mas os 16 EDR’s citados produzem a maior parte de forma empresarial e como agricultura familiar.
Além disso a segurança alimentar é de suma importância, caminhando lado a lado com o abastecimento da população e na dieta escolar.
Assim propõe-se programa de modernização da irrigação de hortaliças, bem como incentivo ao cultivo orgânico e ao método de irrigação por gotejamento.
Outra atividade importante, à disposição dos agricultores e que deve ser estimulado é o uso de boas práticas na produção que a CATI divulga.
6 – LITERATURA CITADA
ABCSEM – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas – Dados Socioeconômicos da Cadeia Produtiva de Hortaliças no Brasil. Relatório elaborado pelos integrantes da Câmara Setorial de Hortaliças, Cebola e Alho, 2011 – www.codeagro.sp.gov.br.
CNA&ABCSEM- Mapeamento e Quantificação de Cadeias Produtivas CNA.Comissao@cna.org.br, 2018.
AGRIANUAL – Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo, Instituto FNP. 17 de dezembro, 502p., 2018.
ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS – Editora Gazeta Santa Cruz Ltda, Santa Cruz do Sul – RS, 88 p.,2016.
ANUÁRIO HF – Campo & Negócios, 5ª Edição, www.revistacampoenegocios.com.br, 2014 a 2018.
CAMARGO FILHO, W. P. de & CAMARGO, F. P. de. A Produção de Hortaliças no Brasil e em São Paulo, nov. 2014, www.abhorticultura.com.br e www.cati.sp.gov.br, 2015a.
_________de. Estratégia de Produção de Hortaliças e Sustentabilidade, 31 p. 2015, www.abhorticultura.com.br e www.cati.sp.gov.br, 2015b.
_________de. Produção e Mercado Brasileiro de Alho, 1971-2012 – Política Agrícola e Resultados – Informações Econômicas, São Paulo- SP, v.46 n. 1, p. 57-61, mai./fev., www.iea.agricultura.sp.gov.br, 2015.
A Produção e o Mercado de Hortaliças com a Crise Hídrica, 2013-2015 www.abhorticultura.com.br e www.cati.sp.gov.br, 2016.
_________. Evolução das Cadeias Produtivas de Tomate Industrial e para Mesa no Brasil, 1990-2016, Informações Econômicas, São Paulo, v. 47, n. 1, jan./mar., p. 50-60, 2017a.
_________. Evolução da Produção e Comercialização de Hortaliças no Mundo e no Brasil, de 1970 a 2015, Informações Econômicas, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 5-15, jul./set.,2017b.
_________. Comportamento da Produção de Hortaliças no Brasil e no Estado de São Paulo, com o Mercado Globalizado, 1990-2017. Informações Econômicas, São Paulo, v. 48, n. , p. , 2018.
CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, 2018.
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. EMBRAPA – Hortaliças, 2016, Brasília. Disponível em: <http://cnph.embrapa.br>. Acesso em: set. 2017.
IEA/CATI ANUÁRIOS, Banco de Dados – www.iea.agricultura.sp.gov.br.
FAO – Food and Agricultural Organizacion – Statistical Yearbook, V. 46, Roma, 2016.
HORTIFRUTI – Brasil – CEPEA – ESALQ/USP, Piracicaba, ano 17, nº 179-180, jun.-jun., 2018.
IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Rio de Janeiro, dez. 2017.
PROHORT – Programa de Apoio à Produção e Comercialização de Produtos Hortigranjeiros. Ministério da Agricultura. Brasília, 1977.
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