ARTIGOS

[Osvaldo Danhoni] – Engenheiros, agrônomos e geocientistas contribuem com o planejamento e desenvolvimento urbano e rural

OSVALDO DANHONI
Engenheiro Agrônomo e Presidente em exercício do Crea-PR

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), criado em 1934, é uma autarquia responsável por fiscalizar e regulamentar o exercício profissional das Engenharias, Agronomia e Geociências em todo o Paraná, promovendo também ações de orientação e valorização dos profissionais pertencentes ao sistema CONFEA/CREA.  

Nestas mais de oito décadas de trabalho, o Conselho observa que grande parte dos cargos nomeados pela União, Estados, Municípios, entidades autárquicas, paraestatais e de economia mista, que necessitam de conhecimento técnico das Engenharias, Agronomia e Geociências, não são designados a profissionais habilitados na área. 

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37º, V, limita a investidura em cargos de comissão para as funções de chefia, direção e assessoramento. A ocupação de cargo em comissão é transitória, sendo seus titulares nomeados em função da relação de confiança que existe entre eles e a autoridade nomeante. Portanto, não há obrigatoriedade por lei de que tais cargos sejam ocupados somente por profissionais habilitados; todavia, o Crea-PR recomenda que àqueles que demandam conhecimento técnico o sejam. Isso, porque, a própria Constituição Federal determina que a administração pública deva observar, entre outros, os princípios da impessoalidade e da eficiência, pautadas por critérios objetivos. 

A nossa defesa é de que profissionais habilitados com formação podem contribuir muito com a transformação social tão necessária nas questões relacionadas à infraestrutura urbana e rural, tecnologia, agronegócio, sustentabilidade, conservação dos recursos naturais, entre outros temas. Profissionais estratégicos e com embasamento científico são capazes de propor políticas públicas e tomar decisões assertivas em prol do desenvolvimento local. Contudo, infelizmente, muitas vezes, profissionais habilitados ficam de fora do radar de nomeações para cargos de secretaria,  diretoria, superintendência, coordenadoria ou gerência. 

A resolução nº 430, de 13 de agosto de 1999, do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) prevê que as seguintes atividades estejam vinculadas à habilitação legal: 

I-Supervisão, coordenação e orientação técnica;
II- Estudo, planejamento, projeto e especificação;
III- Estudo de viabilidade técnico-econômica;
IV- Assistência, assessoria e consultoria;
V- Direção de obra e serviço técnico;
VI- Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
VII- Desempenho de cargo e função técnica;
VIII- Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica e extensão;
IX- Elaboração de orçamento técnico;
X- Padronização, mensuração e controle de qualidade;
XI- Execução de obra e serviço técnico;
XII- Fiscalização de obra e serviço técnico;
XIII- Produção técnica e especializada;
XIV- Condução de trabalho técnico;
XV- Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
XVI- Execução de instalação, montagem e reparo;
XVII- Operação, manutenção e instalação de equipamento;
XVIII- Execução de desenho técnico.  

Muitas das atribuições acima são necessárias ou desejáveis nos cargos de liderança das pastas técnicas.  Por isso, a preocupação do Crea-PR em torno desta pauta se reflete em sua Agenda Parlamentar, durante as reuniões realizadas com gestores. Nesses encontros, os representantes do Conselho sempre buscam, por meio do diálogo, o compromisso das autoridades com a nomeação eficiente para cargos técnicos. 

A simples mudança de postura de passar a seguir o caminho da valorização e inserção profissional nos levará ao tão almejado desenvolvimento. 

 

FONTE: Carina Bernardino – SAVANNAH COMUNICAÇÃO
www.savannah.com.br

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