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Café

Casa das Sementes, Syngenta e Yara Brasil realizam Tour Tecnológico na Alta Mogiana

CARLOS ARANTES CORRÊA
Engº Agrônomo, Diretor e Editor-Chefe da Revista Attalea Agronegócios
(www.revistadeagronegocios.com.br)

 

Cerca de 50 cafeicultores participantes visitaram lavouras novas e safra-zero em Franca (SP) e em Ribeirão Corrente (SP).

O ano de 2019 iniciou com muito trabalho e bons resultados na cafeicultura da Alta Mogiana. No dia 10 de janeiro, a Casa das Sementes, Syngenta e Yara realizaram um Tour Tecnológico nas propriedades dos cafeicultores Antônio Carlos David e José Ricardo Cunha.

Os participantes puderam conferir, em campo, os resultados positivos do tratamento fitossanitário recomendado pela Syngenta, o blend de nutrição para equilíbrio da planta e melhoria na qualidade do grão oferecidos pela Yara, bem como os benefícios da implantação da braquiária na entrelinha do cafezal.

Engº Agrº Marcelo Marçal (Syngenta) dá início ao Tour Tecnológico 2018, explicando os detalhes dos tratamentos desenvolvidos na propriedade de Antônio Carlos David. (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)

Edmilson Bezerra (consultor técnico da Casa das Sementes), Engº Agrº Thadeu Sousa (RTV Syngenta), o Engº Agrº Marcelo Marçal (Consultor Syngenta na Mogiana paulista e mineira), o Engº Agrº Carlos Mair França e o Engº Agrº Gustavo Nunes (Consultores Técnicos Comerciais da Yara na Alta Mogiana paulista) foram os responsáveis pela instalação do experimento e pela condução do Tour Tecnológico.

O consultor da Casa das Sementes, Edmilson Bezerra. (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)
O Engº Agrº Tadeu Sousa, RTV Syngenta.
O Engº Agrº Marcelo Marçal (Assistente Técnico Syngenta). (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)
O Engº Agrº Carlos Mair França, Consultor Técnico Comercial da Yara na Alta Mogiana..(Créditos: Revista Attalea Agronegócios)
Engº Agrº Gustavo Nunes (Yara), Jorge Takahashi (Casa das Sementes), Engº Agrº Carlos Mair França (Yara), o cafeicultor Toninho David, Engº Agrº Wanderley Lima Salgado (aposentado CATI – Franca/SP), Engº Agrº Thadeu Sousa (Syngenta), Edmilson Bezerra (Casa das Sementes) e o Engº Agrº Marcelo Marçal (Syngenta). (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)

Segundo Thadeu Sousa, os cafeicultores Toninho David e Ricardo Cunha são referências na cafeicultura da Alta Mogiana. “Consideramos os dois como vitrine da Syngenta, por utilizarem o portfólio completo da empresa, por acreditar na proposta de valor que a Syngenta entrega, além de participarem da plataforma do Nucoffee. É contagiante a forma e o carinho de ambos na condução da lavoura. Por isso, a gente acha importante externar estes bons resultados aos demais cafeicultores da região”, afirmou Thadeu.

O cafeicultor Antônio Carlos David (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)
O cafeicultor Ricardo Cunha e o filho. (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)

A caravana de cafeicultores e profissionais do setor percorreram vários talhões nas duas propriedades, e em ambos os casos, o aspecto dos cafeeiros eram espetaculares: cafeeiros bem formados, folhas mais escuras comprovando a nutrição adequada das plantas e a excelente condução das lavouras.

PORTFÓLIO SYNGENTA

Toninho David e Ricardo Cunha trabalham com o portfólio Syngenta há mais de 10 anos, comprovando os excelentes resultados deste manejo.

A equipe de campo da Casa das Sementes – sob a supervisão de Edmilson Bezerra e de Marcelo Marçal (Syngenta) – foi a responsável pela orientação aos cafeicultores para os tratamentos de controle de pragas e doenças. De acordo com Edmilson, a recomendação para um controle correto de pragas e doenças na lavoura de café deve ser:

  • 1 aplicação de Verdadero®, via solo, em outubro/novembro.
  • 1 aplicação de Actara® no mês de fevereiro;
  • 2 aplicações de Voliam Targo® para o controle do Bicho-Mineiro, sendo uma em dezembro e outra em março (fechando o ciclo);
  • para o controle de Ferrugem, via folha: são 3 aplicações de Priori Xtra® (0,5 litro/ha) a cada 60 dias, sendo que as 2 outras aplicações a gente acrescenta o Alto 100®, para aumentar o nível de triazol dentro da folha e assim garantindo que não ocorra ferrugem de forma alguma.
  • recomendável também a aplicação do Supera® (fonte de Cobre);
  • no caso específico da variedade “Obatã-Amarelo” indica-se a utilização da estrubirulina.

PORTFÓLIO YARA

Uma planta nutricionalmente equilibrada, além de produzir mais, apresenta condições intrínsecas de evitar o ataque de pragas e doenças em suas folhas, caules e raízes.

Seguindo esta a premissa, a equipe Casa das Sementes e o Engº Agrº Carlos Mair França (Consultor técnico Comercial da Yara na Alta Mogiana) desenvolveram uma linha específica para ambos os cafeicultores. “Trabalhamos com a linha de adubos proposta pela Yara, mas tomando por base também os resultados da análise de solos e de folhas.

“Desenvolvemos nas duas propriedades o Programa Nossocafé, que é uma plataforma que o cafeicultor tem desde o plantio, até a finalização do grão. São produtos Premium das linhas sólido, via folhas, via drench e finalização de grãos da Yara”, explicou Carlos Mair.

Na adubação sólida, o consultor utilizou o YaraBela® Nitromag® + YaraLiva® Nitrabor® + YaraMila® Café.
Na adubação via drench, foram utilizados o Zintrac® + Borotrac®. Coptrac® + Thiotrac® foram utilizados
na adubação via folha. E o Magrac® + Folicare® são produtos indicados para finalização de grãos.

De acordo com o consultor, o Nitromag® é indicado para a lavoura esqueletada, para a recomposição da planta. Já o Nitrabor® e o Café são indicados para a lavoura em produção. “O Nitrabor auxilia no pegamento de florada. O produto aumenta em até 12% o pegamento de florada. O que, consequentemente, aumentar também a chance de aumento na produção” disse Mair. Já na linha foliar, trabalhamos com o YaraVita® Thiotrac®, que é um enxofre líquido, utilizado sempre associado na pulverização com inseticidas (neste caso, com o Durivo® ou Voliam Targo®), pois, além do efeito nutricional, ele tem um efeito irritante nos insetos”, explicou Mair.

Outro produto utilizado no trabalho foi o YaraVita® Coptrac®. “Outro fertilizante foliar importante, aplicado também associado à fungicidas, onde pode ser utilizado em até 4 pulverizações ao longo do ano. Também utilizamos a linha Zinco e Boro, dos quais fazemos via solo. São produtos líquidos, aplicados juntamente com o tratamento de solo”, finalizou Carlos Mair

MANEJO DA BRAQUIÁRIA

A lavoura desenvolvida no Sítio Santa Izabel apresenta um diferencial que é o manejo da braquiária, técnica que o cafeicultor Toninho David desenvolveu há décadas e que se tornou referência para outros cafeicultores de diversas regiões do país, bem como para trabalhos de pesquisa de universidades.

Detalhe do manejo da braquiária, na entrelinha do café. (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)

O papel da braquiária na entrelinha é o de produzir matéria orgânica que beneficiará as radicelas do cafeeiro, além de reduzir a temperatura na área produtiva e atrair microrganismos benéficos à cultura.

Mas para este trabalho, a equipe da Casa das Sementes desenvolveu uma técnica diferenciada. “Especificamente para este trabalho, gostaria de ressaltar um ponto no plantio da braquiária. Estamos recomendando o plantio à lanço e não em linha. Em linha, quando fizermos triação, o glifosato acaba matando esta linha de braquiária que fica mais perto da barra do cafezal. À lanço, a uniformidade do plantio fica melhor, com maior produção de matéria orgânica, e garantia de ter braquiária na entrelinha do cafezal até a colheita de 2020”, explicou Edmilson Bezerra.

Talhão de café “Obatã-Amarelo”, do Sítio Santa Izabel, em Franca (SP), do cafeicultor Antônio Carlos David. (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)

Outro diferencial trabalhado pela equipe da Casa das Sementes no Sítio Santa Izabel foi a variedade de braquiária escolhida para o trabalho. “Aqui nós fizemos um blend de braquiárias: metade Decumbens e metade Ruziziensis, na quantidade de 10kg por hectare. São materiais bem resistentes ao veranico e boa produção de massa”, disse Edmilson.

ÁCARO-DA-LEPROSE E ESQUELETAMENTO

No Sitio Santa Izabel, o trabalho foi desenvolvido em um talhão esqueletado, com mais de 20 anos de produção, bem como numa área mais nova, implantada com a variedade “Obatã-Amarelo”.

A área esqueletada produziu média de 80-90 sacas/hectare e a decisão do cafeicultor em esqueletá-la adveio de vários intempéries climáticas, somadas à alta produção. “Em outubro do ano passado, esta área sofreu com uma chuva de pedras. Depois, em novembro, choveu muito bem por aqui, cerca de 400 mm e, em alguns dias, a temperatura caia muito à noite. Cheguei a medir 11ºC em algumas noites. Isto tudo desequilibrou as plantas e que fez explodir a incidência de pragas e doenças”, explicou Toninho.

Aspecto da sanidade do cafezal do Sítio Santa Izabel, de Antônio Carlos David. (Créditos: Revista Attalea Agronegócios)

Segundo ele, o esqueletamento foi necessário para “ajustar” o controle de bactérias, da Broca-do-Café (Hypothe-nemus hampei) e do Ácaro-da-Leprose (Brevipalpus phoenicis). “Aqui na minha propriedade, o Ácaro-da-Leprose está sendo muito pior que a Broca. Não encontro produtos para controlar esta praga. Alguns cafeicultores estão confundindo com Cercospora e não é. Mas quando você faz safra-zero, de 2 em 2 anos, você consegue controlar bem o ácaro”, afirmou o cafeicultor.

Outra argumentação apresentada pelo cafeicultor para a implantação do esqueletamento na lavoura vem no aumento da vida produtiva do cafeeiro. “Constatei isto aqui na minha lavoura. Com a adoção da colheita mecanizada a partir da 5ª safra, você acaba sendo obrigado a arrancar a lavoura após 20 anos. Se você adotar a safra-zero, você amplia a vida útil da lavoura para mais de 30 anos. Se a lavoura vai dar 20 sc/ha, eu prefiro podá-la e no próximo ano colher 80-90 sc/ha. Estas são as médias que tenho alcançado nos últimos anos”, finalizou Toninho David.

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