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[Ricardo Gomes da Silva] – Mercado de hortifrúti em 2018 e perspectivas 2019

RICARDO GOMES DA SILVA
Liga de Estudos em Mercados Agropecuários – Agronomia UFG
ricardoengambiental@gmail.com

 

O ano de 2018 vem chegando ao seu último mês após muitos altos e baixos para o setor de hortifrúti. As projeções feitas no final do ano passado e no início desse ano traziam, após um 2017 onde o clima foi o principal desafio do setor, um 2018 mais dependente da recuperação do mercado que era esperada devido às projeções de crescimento da economia, que tinha um PIB esperado de quase 4%, criação de empregos e dólar estável.

Iniciamos o ano com esse cenário e o primeiro trimestre foi positivo, com uma lenta recuperação de margens para as principais culturas, como esperado. Porém, um componente não esperado como a guerra comercial entre China x EUA começa a afetar o dólar e a não realização das reformas econômicas do Brasil afetam o emprego e diminuem as expectativas dos investidores em relação ao país, diminuindo também a projeção de PIB.

Com o preço dos insumos em alta devido ao aumento do dólar e demanda interna reduzida, as margens foram ficando cada vez mais justas, sendo negativas em algumas regiões, como Cristalina (GO), principalmente em produtos como cebola e batata. Além disso, a greve dos caminhoneiros trouxe grandes prejuízos no mês de maio, que perduraram por mais alguns meses.

Um dos únicos produtos que se saiu bem foi a laranja. Reflexo do avanço do greening nos EUA, diminuindo as produtividades do sul americano, que gerou um aumento no preço do suco de laranja brasileiro, aumentando a competição com a laranja de mesa. Nesse sentido o estado de São Paulo e Minas, maiores produtores brasileiros, vêm fazendo um bom trabalho junto à Fundecitrus na contenção do avanço da doença.

Nos últimos meses, como esperado, muitos produtores que tiveram prejuízos ao longo do ano reduziram drasticamente as suas áreas plantadas, provocando uma menor oferta de produtos no mercado, o que gerou a aumentos dos preços da maioria das culturas de HF. Em algumas, como tomate, tivemos em algumas regiões aumentos de 10 vezes no preço em relação a 4 meses atrás.

Diante desse cenário e dos últimos acontecimentos no campo político e econômico, podemos dizer que as perspectivas para 2019 são parecidas com as que tínhamos no final de 2017/início de 2018. Tem-se uma expectativa de recuperação das margens, mas ainda dependentes das reformas econômicas e fiscais tão aguardadas pelo mercado e diminuição no desemprego, que é um dos principais indicadores de recuperação do varejo e consumo interno. Seguimos, portanto, de olho nos eventos ligado à possibilidade de realização dessas ações tão importantes que vão impactar esse mercado em 2019.

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