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Internet das coisas: BNDES dobra orçamento de chamada pública e apoiará 15 projetos-piloto

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou o resultado da chamada para seleção de projetos-piloto de internet das coisas (IoT) lançada em junho do ano passado. A seleção teve como foco apoiar soluções executadas por instituições tecnológicas públicas ou privadas sem fins lucrativos dentro do foco de cada um dos seguintes ambientes: cidades inteligentes, ambiente rural e saúde.

Embora a perspectiva inicial de orçamento fosse de R$ 15 milhões, a elevada quantidade e o bom nível dos projetos fez com que a diretoria do banco de fomento aprovasse uma ampliação do orçamento para R$ 30 milhões. Com isso, foi possível selecionar 15 planos de projetos-piloto de 11 instituições, contemplando todos os focos de atuação da chamada. Os investimentos somam R$ 88 milhões e o aporte do BNDES em cada um será limitado a 50% do valor total de cada plano.

Os planos selecionados contemplam todas as regiões do país e propõem soluções baseadas em IoT ligadas a temas como eficiência de redes de iluminação e uso de imagens e dados em tempo real na segurança pública; otimização de semáforos; aumento da produtividade rural por meio da gestão de pragas e previsão do microclima; otimização da gestão de maquinário no campo; monitoramento da saúde e bem estar animal por meio de sensores; automação da gestão hospitalar e monitoramento remoto de pacientes com hipertensão, obesidade, câncer e distúrbios do sono, além do diagnóstico à distância de retinopatia diabética.

Segundo Eduardo Kaplan, engenheiro do Departamento de Telecom, TI e Economia Criativa do BNDES, o ambiente de Cidades recebeu 23 propostas para os projetos-piloto, muitas relacionadas à iluminação pública inteligente. “Outros (projetos) identificaram oportunidades no tema de mobilidade urbana, tanto para a melhoria da eficiência dos semáforos, quanto para o georreferenciamento de veículos de transporte público coletivo, e outros foram relacionados ao tema de segurança pública, como o uso de câmeras eletrônicas para o monitoramento de veículos, quanto para a identificação de situações atípicas envolvendo pedestres”, revelou.

A gerente do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde, Carla Reis, revelou que foram selecionados projetos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste com objetivos variados. “Há projetos para monitoramento de pacientes hipertensos, com obesidade infantil e câncer, e também para monitoramento de ativos, como cilindros de oxigênio”. Segundo ela, a expectativa é que seja gerado um grande número de dados e, demonstrada a efetividade dessas tecnologias, elas sejam introduzidas, inclusive, no sistema público de saúde.

O engenheiro do Departamento do Complexo Agroalimentar e de Biocombustíveis do BNDES, Rafael Vizeu, destacou que as iniciativas do ambiente Rural envolvem as principais cadeias do agronegócio brasileiro: grãos, cana de açúcar, proteína animal e hortifrutigranjeiros. “Esses projetos vão atuar no tripé de IoT que consiste em sensores, transmissão de dados, via wireless, e sistemas de processamento de dados que analisar as informações e retroalimentar o processo decisório”, afirmou.

INTERNET DAS COISAS

O BNDES, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), apoiou o estudo para o diagnóstico e a proposição de plano de ação estratégico para o país em IoT, coordenado pelo consórcio McKinsey/ Fundação CPqD/ Pereira Neto Macedo. O plano indicou quatro verticais que apresentaram maior impacto: cidades, saúde, rural e indústria.

Em novembro, o BNDES lançou, em parceria com Senai e Embrapii, outra seleção, com foco em planos de projetos-piloto de IoT para o ambiente industrial.

Estudo do McKinsey Global Institute indicam que os impactos do desenvolvimento de aplicações de IoT no Brasil, considerando os quatro ambientes podem chegar a US$ 132 bilhões (US$ 27 bi para Cidades; US$ 39 bi para Saúde; US$ 21 bi para Rural e US$ 45 bi para Indústria).

A SELEÇÃO

Realizada em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações (MCTIC), a chamada recebeu 53 planos de projetos-piloto, que totalizavam demanda de R$ 371 milhões em investimentos.

PROJETOS SELECIONADOS:

Rural

Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) – Otimização no uso de máquinas agrícolas, monitoramento pluviométrico , gestão de pragas  e técnicas de pecuária de precisão para o bem-estar de bovinos. Municípios: Diamantino, MT; Correntina, BA; Pradópolis, SP; e Lucas do Rio Verde, MT

Embrapa Informática – Gestão de pragas e maquinário, monitoramento de bem estar animal na bovinocultura de leite e utilização de sistemas de IoT para integração lavoura-pecuária-floresta.  Municípios: Carazinho, RS; Santa Maria do Pará, PA; Castanhal, PA; Barbalha, CE; Valença, RJ; São Carlos, SP; São João da Boa Vista, SP; Itatinga, SP; Sinop, MT; Recanto das Emas, DF; Paraí, RS; Bom Despacho, MG; Boa Esperança, MG; Passos, MG; e Coronel Pacheco, MG

Fundação para Inovações Tecnológicas (Fitec) – Plataforma integrada de dados (clima, solo, manejo, máquinas, eficiência energética e eficiência hídrica) para monitoramento e recomendações sobre o uso de recursos naturais, insumos e maquinário. Município: Uberlandia, MG

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) – Otimização de recursos energéticos, recursos naturais, insumos agrícolas, maquinário agrícola, além de soluções voltadas ao pequeno produtor agrícola. Municípios: Holambra, SP; e Santiago do Norte, MT

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