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ARTIGOSCafé

[Fundação PROCAFÉ] – Manejo e rendimento na erradicação de cafezais com o uso de equipamento ECOTRITUS

JOSÉ BRAZ MATIELLO
Engº Agrônomo da Fundação PROCAFÉ e
CÉLIO LANDI PEREIRA
Engenheiro Agrônomo – Fazenda Santa Helena
www.fundacaoprocafe.com.br
 

Nas fazendas de café, frequentemente, torna-se necessária a substituição de cafezais, os quais, por diferentes razões, se tornaram improdutivos. Nessa substituição, seja com novo cafezal ou com outra cultura, a primeira etapa consta da eliminação da lavoura antiga, ou seja, a erradicação dos cafeeiros velhos, para deixar a área livre para inicio da preparação do terreno, para receber o novo cultivo.

Existem diferentes sistemas de erradicação de cafeeiros, seja mediante arranquio e amontoa, seja por poda de esqueletamento prévio, seguida de arranquio e aproveitamento de lenha, sempre com o uso de maquinário, munido de lâmina ou de corrente, com dificuldades no manuseio do material erradicado.

No presente trabalho avaliou-se o uso na erradicação de cafeeiros de um equipamento na forma de uma trincha pesada, munida de laminas cortantes, chamada de Ecotritus, de fabricação da empresa Himev (www.himev.com.br). O estudo foi feito na Fazenda Santa Helena, em Areado (MG), sobre 2 tipos de lavouras, a primeira da cultivar Mundo Novo, com 24 anos de idade e a segunda da cultivar Icatu Vermelho com 28 anos de idade, ambas no espaçamento de 3,7 X 0,8 m. Foram erradicados 14 ha de lavouras.

Detalhe da trincha especial Ecotritus, com o trator operando em ré, triturando o pé de café. (Créditos: Fundação PROCAFÉ)

O equipamento Ecotritus utilizado foi do modelo HP 240, tendo 2,10 m de largura, sendo usado acoplado em um trator de 110 CV de potência, com redutor de velocidade, que operou em marcha a ré, com velocidades variadas.

Na lavoura de 24 anos e diâmetro do tronco menor, até 15 cm, a operação ocorreu a 700 m por hora e o equipamento operou sobre o pé de café inteiro, fazendo um bom serviço, deixando todo o material completamente triturado, cortando o pé quase rente ao solo.

Detalhe de como ficam os resíduos na linha de antigos cafeeiros, após a operação com o Ecotritus – Fazenda Santa Helena – Areado (MG). Ago/18. (Créditos: Fundação PROCAFÉ)

Na lavoura com troncos mais grossos e com grande massa, na lavoura de Icatu, com mais de 28 anos de idade, foram observadas dificuldades de operação com esse equipamento, no modelo e potência de trator utilizados. O equipamento era capaz de triturar os cafeeiros, porém, com a grande massa de ramos, o caminhamento do trator, de ré, ficava embolado, provavelmente pela pequena distância entre pés de cafeeiros nas linhas, não dando tempo para a trituração no curto espaço entre um pé e outro. Foi, então, feita uma adaptação de manejo na erradicação, a qual deu bons resultados. Colocou-se um trator cafeeiro comum decotando os cafeeiros (a cerca de 1,5 m de altura) e logo trinchando o material fino. Em seguida, vinha a operação com o Ecotritus, triturando toda a parte grossa, pesada, do cafeeiro, nesse caso ganhando-se em rendimento, podendo-se, nessa condição, operar com maior velocidade, de até 1,5 Km/h.

Quando a massa de cafeeiros é muito densa, se indica fazer um decote prévio dos cafeeiros (como nas 2 linhas da esquerda) para depois operar com a Ecotritus, agora podendo-se operar com maior velocidade e rendimento. (Créditos: Fundação PROCAFÉ)

Com base nos resultados obtidos, foi possível alcançar o rendimento, respectivamente, nas 2 condições de operação teórica, de 3,8 horas e de 1,9 hs/ha, o que deve ser acrescido de cerca de 10-15% para manobras e paradas de abastecimento. O custo aproximado, por há ficou em RS$ 1500,00.

No final do trabalho ficavam, somente, pequenos tocos, com menos de 5cm de altura, pra fora do solo. No preparo, para aproveitamento da área, em seguida, no caso de plantios de café, quando observado o mesmo espaçamento de rua, bastaria sulcar e plantar no espaço entre 2 linhas antigas de café. Deste modo, os pequenos tocos, algumas brotações que neles aparecem, seriam cortados, por roçadeiras ou trinchas normais até morrerem, isto ao mesmo tempo em que se faz o controle do mato. Então, os tocos e suas raízes, ali apodrecerem rapidamente.

No caso de mudança de espaçamento no novo cafezal ou cultivo, em rotação, de um cereal, como deve ocorrer no caso em estudo, onde vai ser dado um descanso, de 1 ano, na área, aproveitando com cultivo de soja/milho, foi possível arrancar os tocos, facilmente, com o uso de um subsolador, fazendo-se catação e amontoa dos tocos com seu sistema radicular primário.

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