A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através do Instituto Agronômico (IAC), realizou nos dias 17 e 18 de maio, em sua sede, em Campinas (SP), a 12º EXPOAZEITE, 8º Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura e o 1º Encontro da Cadeia Produtiva do Abacate. O evento promoveu debate de casos de sucesso da olivicultura no estado de São Paulo e do Brasil, palestras técnicas, apresentação do Roteiro Paulista de Olivoturismo, além de exposição de insumos, produtos e degustações.
ATIVIDADES NO 1º DIA
Na sequência das palestras, os participantes puderam conferir temas específicos e amplos sobre a cadeia produtiva. O Drº Helvécio Della Coletta Filho (IAC/APTA) abordou o tema “Conhecendo a distribuição de Xylella Fastidiosa nas plantas de Oliveira para decisões de Manejo”; a Drª Joyce Froza abordou o tema “Cigarrinhas Vetoras da Xylella fastidiosa para Oliveiras”; Luis Henrique Rodrigues (JLA) apresentou “Análises e Classificação dos Azeites de Oliva”; a Drª Angélica Prela Pantano (IAC/APTA) abordou “Fenologia e Clima na Olivicultura”; Felipe Masiero (da Pieralisi do Brasil) abordou “Tecnologia e Qualidade”; Ana Rauen (IAC/APTA) apresentou detalhes sobre a “Adulteração Azeite de Oliva”; Carlos Alberto Sanches (Sava Industrial) abordou o tema “Técnicas de Envase e a Qualidade”.
No final do primeiro dia, Ana Paula Oliveira (Embaixadora Colinas de Garzón) apresentou o Case de Sucesso: “Colinas de Garzón – A primeira marca Uruguai reconhecida internacionalmente”.

ATIVIDADES NO 2º DIA
No segundo dia de evento, os participantes puderam conferir dois painéis e dois casos de sucesso. No primeiro painel, Patricia Galasini (Câmara Setorial de Olivicultura) mediou o “Painel de Olivicultura do Estado de São Paulo com Produtores”. Já Glenda Haas (Azeite Lagar H / WIOO) mediou o “Painel com as lideres do Setor – Mulheres na Olivicultura”.
Entre os Casos de Sucesso, Alexandre Marchetti (Fazenda Rainha) apresentou o case “Azeite Orfeu” e Rafael Goelzer (Estância das Oliveiras) apresentou o “Case de Olivoturismo Estância das Oliveiras – RS”
O período da tarde foi todo reservado para palestras. Drª Amanda de Oliveira (UNESP) discorreu sobre “Formigas – Um obstáculo na cultura de Oliveiras”; Drª Daniela Argollo Marques (IAC/APTA) apresentou “Produção de mudas de oliveiras com certificação genética e fitossanitária”; Daniel Pontel (Azeite Vincitore) abordou o tema “Vencendo juntos no empreendedorismo do Azeite de Oliva”.
E, finalizando, a Drª Patrícia Prati, pesquisadora da APTA Regional de Piracicaba, abordou sobre a colheita, pós-colheita e curva de maturação das azeitonas (Índice de Jáen). Prati também conduziu curso sobre azeitonas em conserva, enquanto uma oportunidade de diversificação.

DESAFIOS
Entre os principais desafios da olivicultura no país está a questão climática. A planta originária de clima mediterrâneo, atualmente está presente em 49 municípios paulistas, sendo as variedades de azeitonas mais cultivadas a Arbequina, Frantoio, Picual, Koroneiki, Coratina, Arbosana. Em busca de melhores orientações para as produções sobre as questões fenológicas a pesquisadora do IAC, Angelica Prela Pantano, analisou quinzenalmente ramos de diferentes pontos de mais de 100 oliveiras, nas condições climáticas no ciclo 2019/2020 e 2020/21, nos municípios de São Sebastião da Grama e Cachoeira do Sul. Os resultados dessa pesquisa serão apresentados em sua palestra “Fenologia e clima na Olivicultura”.
Esse projeto possibilitou mais conhecimentos sobre a polinização e pegamento dos frutos, que pode variar de acordo com as condições climáticas de cada local e safra, assim como a duração do ciclo. “Por exemplo, no Rio Grande do Sul o florescimento ocorre depois que no estado de São Paulo e com isso a colheita também pode ocorrer com até dois meses de diferença, sendo em São Paulo de fevereiro a março e no Rio Grande do Sul de fevereiro a abril”, afirma. A pesquisadora explica que foram realizados estudos fenológicos durante a sub fase de florescimento até a colheita. O objetivo foi de conhecer a porcentagem de frutos em relação ao número de flores no início da subfase. “Esse estudo é relativamente novo no Brasil. Ele é relevante por dar subsídios para uma estimativa de produtividade em uma área”, diz Angelica.
Segundo dados da Câmara Setorial de Olivicultura do Estado de São Paulo o estado produziu 250 toneladas de frutos no ano de 2021. Para 2022 a previsão é de 350 toneladas de frutos, sendo a produção de litros de azeite de oliva saltando de 25 mil litros para 35 mil litros.

Paralelamente a EXPOAZEITE ocorreu, no mesmo espaço, a reunião da Câmara Setorial Paulista da Olivicultura, que atua em diversas frentes, como a elaboração de norma para produção e comercialização de mudas de oliveiras de qualidade e a construção das rotas de olivoturismo no estado, que viabiliza economicamente a atividade, cujo tempo de retorno financeiro é de longo prazo.
APTA Regional traz enfoque amplo sobre a cadeia
No primeiro dia, a primeira palestra coube à Drª Edna Bertoncini, pesquisadora da APTA Regional de Piracicaba, que abordou sobre “manejo e fertilidade de solos em olivais sob condições subtropicais”. Bertoncini também participou da apresentação do grupo Woman in Olive Oil, ressaltando o papel feminino na cultura, além de ministrar curso teórico-prático sobre “podas de oliveiras”.

Edna Bertoncini é a coordenadora do Grupo Oliva SP, que reúne pesquisadores de institutos de pesquisa da APTA e outras entidades com objetivo de produzir e transferir tecnologia para a cadeia produtiva da olivicultura no estado. “A parte técnica do evento está muito rica, trazendo todos os temas desafiadores dessa cadeia produtiva emergente, além da exposição de azeites brasileiros e da América Latina, comercialização, sessões de degustação e gastronomia”, afirma Edna.
Edna destaca como fatores de grande impacto para a produtividade da cultura nas condições paulistas e brasileira a fertilidade do solo de olivais, a poda correta da planta e a escolha apropriada para a implantação da cultura, considerando os aspectos climáticos.
Sobre a Woman in Olive Oil a pesquisadora informa que o grupo surgiu durante a pandemia e reúne produtoras de diversos países, como Espanha, Israel, Portugal e Itália. O movimento organiza atividades voltadas às profissionais do setor, como debates, palestras online e podcasts sobre olivicultura. A pesquisadora lembra que o grupo brasileiro é um dos mais ativos. “É muito expressiva a participação da mulher no setor, desde o campo até a extração e comercialização”, relata.

