As fruteiras nativas do Cerrado são espécies que durante muito tempo foram consumidas, mas com o passar das décadas, tiveram seu consumo diminuído. Foi o que explicou o pesquisador da Embrapa Cerrados Fernando Rocha durante entrevista ao Conexão Ciência.
Segundo ele, são grandes os desafios para domesticação de espécies nativas como identificação de genótipos promissores, domínio das tecnologias de multiplicação clonal e seleção do material. “Esses são os principais focos do programa de domesticação de plantas nativas perenes.
Rocha falou ainda do projeto de seleção e manejo de plantas nativas do Cerrado como o baru, pequi e mangaba para utilização em sistemas integrados. “Acreditamos que o baru, por exemplo, pode ser uma alternativa bastante pertinente. É uma árvore que permanece em pé quando o Cerrado é limpo para a instalação de uma pastagem. Tradicionalmente, então, os pecuaristas deixam o baru para fornecimento de sombra e bem-estar animal. Além disso é uma árvore, comparada com outras nativas, de crescimento relativamente rápido”, detalhou.
O pesquisador também comentou sobre a valorização dos ingredientes do Cerrado na alta gastronomia e em pratos do dia a dia. “O mercado de baru está em franca expansão. A estimativa é de crescimento de 25% na próxima década. E além do baru, outros produtos do Cerrado estão cada vez mais se tornando populares e conhecidos do consumidor. É uma forma também de resgatar a nossa cultura e valorizar a nossa biodiversidade.”