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Confina Brasil destaca avanços em confinamentos de gado de corte de MG e TO

Modernização das propriedades, investimento em tecnologias, novas soluções para alimentação foram algumas das estratégias dos pecuaristas.

pesquisa expedicionária Confina Brasil dobrou a equipe na última semana e visitou confinamentos no Tocantins e Minas Gerais. Foram mais de 2.995 quilômetros rodados, somando as duas equipes, que estão realizando um levantamento da realidade dos confinamentos de gado no Brasil. 

Especialistas da Scot Consultoria – responsável pelo projeto -, estiveram em dezoito fazendas em cinco dias, coletando dados sobre nutrição, sanidade, tecnologia, gestão, bem-estar animal e sustentabilidade, além de identificarem as principais características do setor em termos de gestão e manejo.

MG: aumento na adoção de drones, sensores, nutrição estratégica e ILP para melhorar produtividade e gestão de rebanhos

Durante as visitas técnicas da terceira rota aos confinamentos de gado em Minas Gerais, a equipe de especialistas encontrou práticas de gestão e inovações tecnológicas. A maioria das propriedades demonstra um forte interesse em melhorar ainda mais o padrão da pecuária na região. 

“As fazendas visitadas variam em tamanho, histórico e nível de tecnificação, com focos de atuação diversos, como boitéis e produção própria. A maioria das propriedades demonstra um forte interesse em adotar novas tecnologias, como balanças automáticas, identificação eletrônica, drones e sistemas de automação. Além disso, o aspecto nutricional, com a formulação de dietas e o uso de co-produtos como DDG e DDGS, é um ponto de destaque com parcerias com empresas de nutrição e busca por ingredientes com custo-benefício”, avaliam os técnicos do Confina Brasil.

Tecnologia a serviço da pecuária

Minas Gerais, um dos principais pólos da pecuária brasileira, marcado pela tradição, está abraçando a inovação e a tecnologia para aumentar a produtividade, reduzir custos e garantir a sustentabilidade. A tecnologia está sendo incorporada de forma cada vez mais sofisticada nas operações das fazendas mineiras. 

A Fazenda São Sebastião, do Grupo Nutritaurus, em Frutal (MG), é um exemplo de tradição familiar e inovação. Com início do confinamento em 2013, os gestores trabalham num sistema de boitel e animais próprios. A fazenda se destaca pela integração de tecnologias avançadas, como balanças automáticas que pesam os bovinos individualmente, permitindo um monitoramento preciso do desempenho de cada um e a identificação de possíveis problemas de saúde. 

Os investimentos em tecnologia são evidentes também na automação da fábrica de ração e a estratégia é focada em melhorar a qualidade do confinamento em vez de expandir a capacidade, refletindo uma abordagem cuidadosa e detalhista para otimizar a produção e produzir mais no mesmo espaço. 

Já o Confinamento Mutum, em Ipiaçu (MG), investe em tecnologias como estação meteorológica automática, identificação eletrônica individual dos animais com chips e um sistema de monitoramento de temperatura e umidade nos silos da fábrica de ração, garantindo melhor controle do rebanho e da qualidade dos alimentos no confinamento. 

A propriedade é especializada em cria e genética, com foco na produção de tourinhos, mas também realiza recria e engorda de animais de descarte, que não são aptos para reprodução ou venda em leilões. O confinamento foi estabelecido em 1999 como uma estratégia para aproveitar esses animais de descarte. 

A Fazenda Fazendinha, pertencente ao Grupo Queiroz de Queiroz, localizada em Frutal (MG), com operação desde 1978, tornou-se uma referência em confinamento de gado, realizando cerca de quatro giros anualmente, em uma média de até 90 dias de cocho. A propriedade compartilha um cenário semelhante na adesão de tecnologias, com a utilização de drones para a contagem diária do gado nas baias, além de uma estação meteorológica e ainda adota a identificação individual eletrônica dos animais.

Nutrição de precisão: uso estratégico de co-produtos e dietas personalizadas

A formulação de dietas personalizadas, com o uso de coprodutos, como DDG (Dried Distillers Grains) e o DDGS (Distillers Dried Grains with Solubles), é uma prática cada vez mais comum verificadas nos confinamentos mineiros. 

“Algo interessante que observamos em Minas Gerais é a crescente adoção de co-produtos da destilaria de milho. Apesar das distâncias envolvidas, ele vem se mostrando uma opção bastante viável e atraente para os produtores da região. Muitos pecuaristas têm destacado que o preço do co-produto tem chegado a valores competitivos, muitas vezes melhores que os oferecidos por fornecedores mais próximos. Isso tem permitido que ele ganhe espaço significativo nos confinamentos mineiros, contribuindo para uma nutrição eficiente e de bom custo-benefício”, explica a equipe técnica do Confina Brasil. 

A Agropecuária Marca Estrela, em Uberaba (MG), que está atuando no confinamento de bezerros machos, incorporou o uso de DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis) da Inpasa – parceiro do Confina Brasil, que se mostrou uma opção viável e econômica, uma inovação trazida pela proprietária após participação no Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria.

Já a Fazenda Fazendinha possui uma fábrica de ração moderna e utiliza uma variedade de insumos, como o DDGS e o caroço de algodão, para garantir uma alimentação equilibrada e eficiente. 

Fazenda Borda da Mata, localizada em Iturama (MG)

Na Fazenda Borda da Mata, localizada em Iturama (MG), que opera principalmente como boitel, os gestores também realizam recria intensiva a pasto (RIP) e terminação intensiva a pasto (TIP), integrando essas práticas ao manejo nutricional para otimizar a produção. 

A nutrição dos animais no confinamento Mutum é feita em parceria com a Nutron, que fornece o núcleo utilizado nas dietas. A dieta de terminação inclui DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), ureia e água. Nos últimos três anos, o DDGS, fornecido pela Inpasa, tornou-se a principal fonte proteica na dieta dos bovinos. 

A propriedade conta com uma fábrica de ração própria, onde também é produzida ração para outros pecuaristas da região, aproveitando a compra conjunta de matéria-prima. 

Em Campo Florido (MG), a Fazenda Santo Inácio, parte do grupo DBA Tondin, também se destaca pela utilização estratégica de coprodutos agrícolas. O confinamento surgiu como uma solução para o aproveitamento do milho produzido na propriedade. A propriedade chama a atenção por sua gestão eficiente de insumos, com uma fábrica de ração que desenvolve suas próprias formulações e busca o melhor custo-benefício no mercado. 

A Fazenda São Sebastião, do grupo Nutritaurus, foi uma das pioneiras na região a adotar a máquina da Marcher, um dos parceiros da expedição, para a produção de silos-bolsa para grãos úmidos. Essa parceria trouxe uma solução para o manejo de grãos na propriedade, contribuindo para a qualidade do alimento fornecido ao gado. 

O silo-bolsa utilizado pela fazenda é uma alternativa flexível e de menor investimento em comparação aos métodos tradicionais de armazenamento de silagem ou grãos. Com bolsas de polietileno protegidas contra UV, o sistema permite a armazenagem e compactação simultânea do material, reduzindo os níveis de oxigênio e criando uma atmosfera rica em CO2. Isso ajuda a manter a qualidade dos grãos e controlar pragas. Além disso, o silo-bolsa se destaca como uma solução relevante diante do déficit de estruturas de armazenamento, permitindo que produtores armazenem grãos na própria fazenda e comercializem em momentos estratégicos.

Na armazenagem de silagens, o sistema favorece a rápida entrada em anaerobiose, iniciando o processo fermentativo e minimizando perdas, além de evitar contaminações e garantir maior eficiência na compactação.

Tocantins: expansão e modernização

De acordo com as visitas realizadas pela equipe do Cofina Brasil no Tocantins, existem projeções de que as propriedades estão em expansão. É o caso, por exemplo, do Confinamento Boi Brasil, localizado em Alvorada (TO), que pretende aumentar, nos próximos anos, sua capacidade estática em três vezes. 

Outro exemplo é a SPI Agropecuária, localizada em Gurupi (TO), um dos maiores confinamentos do estado. Antes de investirem pesado no confinamento, os gestores fizeram uma grande pesquisa de mercado visitando 36 propriedades no Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Austrália. 

Essas visitas geraram conhecimento e ideias para que a propriedade iniciasse efetivamente o confinamento em 2006 com 10 mil cabeças de gado, já projetando uma capacidade estática de 30 mil cabeças. Os gestores também já consideram a implementação de um sistema de rastreabilidade, em preparação para exportarem à União Europeia.

Modernização

Uso de dados, tecnologia, investimentos na infraestrutura e em energia fotovoltaica foram pontos de destaque entre as propriedades que estão se modernizando em busca de eficiência e qualidade no Tocantins. 

É o caso da Fazenda Santa Fé, sediada em Araguaçu (TO), que instalou recentemente um novo curral de manejo da Currais Itabira, inteiro concretado e antiestresse, reforçando a importância que os gestores dão ao bem-estar dos bovinos. 

Fazenda Santa Fé, do grupo AGT, em Araguaçu (TO)

O gestor da propriedade conta que o próximo investimento deverá ser na instalação de uma nova fábrica de ração, melhorando ainda mais a qualidade da alimentação oferecida ao gado. 

Já a Fazenda São Carlos, de Formoso do Araguaia (TO), pretende investir na intensificação do uso da propriedade, modernizando a sua estrutura para transitar de cria para recria e terminação, aproveitando a produção das lavouras da propriedade. 

Outro caso é da Fazenda Vale da Mata, uma vizinha da São Carlos (TO), que investiu em energia solar, modernizou a fábrica de ração com silos verticais e automação para distribuição, além de implementar um sistema de aspersão para controle de poeira e melhoria do ambiente para o gado. 

De modo geral, muitas das propriedades visitadas estão em constante movimento, realizando ajustes, buscando soluções e inovações em busca de eficiência para diminuírem custos e aumentarem sua produtividade e rentabilidade.

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Patrocinadores e Parceiros – Juntos pelo mesmo propósito

Para executar sua missão, o Confina Brasil possui o apoio de importantes empresas do agro. São patrocinadores “Ouro” em 2024:
 Casale
 Coimma
 Currais Itabira
 Grupo IFB
 Inpasa
 Nutron

Na cota Prata, contamos com a parceria:
 Marcher
 Padroniza

Nos levando de Norte a Sul, temos o apoio da nossa montadora oficial: Mitsubishi Motors.

Para análise dos dados coletados e desenvolvimento de estudos, contamos com o apoio de instituições de renome: Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Agricultura Digital.

FONTE: Oz Conteúdo
Fernanda Cicillini – fernanda@ozconteudo.com.br
Livia Borges – livia@ozconteudo.com.br

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