Cerca de 350 pessoas participaram do maior evento mundial sobre sustentabilidade do café, a Conferência Global de Sustentabilidade do Café 2018, nos dias 8 e 9 de novembro, dentro da Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG). Promovido pela Plataforma Global do Café (GCP), o evento, aberto ao público, reuniu 45 palestrantes e panelistas de 15 países e de todos os elos da cadeia, para debater temas fundamentais relacionados à sustentabilidade da cafeicultura, inclusive a viabilidade econômica da atividade.
A abertura oficial coube ao Deputado Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). O primeiro palestrante, José Luiz Tejon, chamou a atenção do auditório para a necessária reflexão sobre o futuro do mundo do café. “A grande pergunta não é para onde vamos, mas com quem vamos”, disse ele, destacando a reunião de saberes promovida pela GCP como um modelo estratégico, que deve ser referência para as demais cadeias produtivas. A sessão sobre colaboração global teve moderação da Diretora Executiva da Plataforma, Annette Pensel, e contribuição do Diretor Executivo da Organização Internacional do Café, o brasileiro José Sette.
Representantes das nove plataformas abordaram as ações locais em seus países, que levam a mudanças globais – que é o lema da GCP. O programa brasileiro, chamado de Plataforma Brasil de Sustentabilidade do Café, é o mais avançado deles, contando com diferentes iniciativas e resultados nas principais regiões produtoras. Destaque para a Iniciativa de Membros lançada no evento, chamada “Uso Responsável de Agroquímicos”, de âmbito nacional e duração estimada de 5 anos, que tem participação dos principais torrefadores mundiais, Nestlé e JDE, do Cecafé, de empresas de agroquímicos e outros players da indústria do café, trabalhando de maneira pré-competitiva.
No painel que tratou sobre insights para iniciar e desenvolver ações coletivas, o gerente técnico da Emater-RO, Janderson Dalazen, apresentou o engajamento do setor cafeeiro do estado junto à Plataforma com ações como o Método de Assistência Técnica Coletiva para pequenos produtores, e mencionou que Rondônia caminha para ser reconhecida como a primeira Indicação Geográfica Sustentável de café do planeta. O Governador de Rondônia, Daniel Pereira, assistido também por produtores do estado, inclusive originários de aldeias indígenas, marcou presença no painel, assim como as entidades Fundação Neumann (HRNS Brasil) e inPACTO (Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo).
O primeiro dia da conferência foi encerrado com uma novidade, anunciada pelo Presidente do Conselho Global da GCP, Carlos Brando, que chamou ao palco representantes da ABIC e da Embrapa. As entidades firmaram acordo para o desenvolvimento de uma nova tecnologia de análise de qualidade da bebida, com uso de inteligência artificial, chamada Coffee Class. O evento terminou no dia 9, após um fórum sobre as ações locais das nove plataformas da GCP, que puderam interagir e trocar informações com base em suas experiências e aprendizados.
Aproveitando a presença de muitos membros internacionais da GCP no país, ocorreu uma viagem de campo para a região Sul de Minas nos dias 11 e 12 de novembro, com visitas a fazendas de café que adotam práticas sustentáveis e à cooperativa COOMAP em Paraguaçu, membro da Plataforma no Brasil, que é exemplo de utilização do Currículo de Sustentabilidade da GCP.
Sobre a Plataforma Global do Café
A Plataforma Global do Café (GCP, da sigla em inglês) é uma associação internacional com 150 membros de todos os segmentos da cadeia produtiva. Ela atua hoje em 9 países produtores (Brasil, Vietnã, Indonésia, Uganda, Colômbia, Quênia, Honduras, Tanzânia e Peru). A GCP tem como visão um setor cafeeiro sustentável que ofereça boas condições de vida para produtores e trabalhadores e assegure a oferta futura de café, enquanto protege os recursos naturais.
FONTE: Larissa Takahashi – ADS Comunicação Corporativa
larissat@adsbrasil.com.br