Equinos e Muares

Como prevenir a Laminite em equinos

A laminite em equinos trata-se, num primeiro momento, de uma inflamação que se manifesta no tecido laminar, por vezes ocorrido nas quatro patas, impondo muitas dores no animal, e queda brusca no rendimento. Ela é um dos principais problemas que afetam o sistema locomotor dos equinos, sendo motivo de intensos atendimentos veterinários.

Sendo considerada por muitos veterinários uma das principais causas da claudicação nos equinos, a origem da laminite pode estar relacionada à infecção, metabolismo ou mesmo a erros do manejo alimentar. Além disso, a enfermidade atinge não apenas as patas, mas, também, vários outros sistemas, como cardiovascular, endócrino e renal, comprometendo a saúde do animal como um todo se não for devidamente tratada.

Treinamentos excessivos também podem ocasionar a doença, além do uso contínuo de corticóides. Esta patologia atinge todas as raças, sendo os cavalos Quarto de Milha, Árabes e Puro Sangue Inglês(PSI) os que apresentam maior incidência. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto! 

Como definir a laminite em equinos?

Para começar a entender a prevenção da laminite em equinos, é preciso, primeiro, compreender a definição completa de tal doença. Além da inflamação do tecido laminar, ela pode representar mais prejuízos à saúde dos cavalos. Sendo uma doença classificada como perivascular periférica, a laminite também se manifesta por meio da diminuição da perfusão capilar dos membros inferiores, vários desvios nas artérias e veias, necrose e isquemia do tecido laminar e dores significativas.

Além disso, considerando o tipo e o grau da laminite, ela pode causar uma rotação na falange distal do animal, causando ainda mais complicações e comprometimentos. Contudo, para seguir compreendendo como realizar a prevenção dessa doença, conhecer as maneiras como ela se classifica é fundamental. Dessa forma, é possível reconhecer seus sinais clínicos, principais causas e, portanto, estabelecer medidas de prevenção mais efetivas.

Vale ressaltar que, os responsáveis pelo manejo do animal são sim aliados nessa prevenção, porém para o tratamento, o médico veterinário é indispensável. Como veremos mais adiante, o diagnóstico da laminite nem sempre é simples e requer sim um profissional capacitado e experiente para evitar que o quadro do animal se complique.

Classificação e sinais da laminite em equinos

Agora que está evidente o quanto a laminite em equinos vai além de apenas a inflamação visível das lâminas dos cascos, é preciso entender o que causa tal doença e quais as diferenças entre seus graus de gravidade. 

Primeiramente, cabe tanto ao médico veterinário como ao responsável pelo cavalo, conhecer alguns fatores que podem ocasionar o aparecimento da laminite no animal. Sendo os principais:

  • Dieta com excesso de carboidratos e/ou fibras de fermentação rápida;
  • Animais que apresentam, ou apresentaram, doenças gastrointestinais, metrite ou doenças pleuropulmonares;
  • Cavalos e éguas que fiquem muito tempo apoiados em um membro específico;
  • Animais com problemas hormonais;
  • Temperaturas frias;
  • Estresse;
  • Uso excessivo ou incorreto de corticoides;
  • Práticas físicas em terrenos muito duros.

A respeito desses fatores, é importante destacar que especialistas e pesquisadores ainda não estão unanimemente alinhados a respeito de todos serem causas para o aparecimento da laminite em equinos. Assim, é importante observar o animal diante dessas situações e verificar se há surgimento visível da doença ou comportamento indicativo de dor por parte do animal posteriormente.

Além dos fatores a serem observados, para prevenir a laminite em equinos é preciso conhecer como esta se apresenta. Em geral, ela pode ser classificada de três maneiras: aguda, crônica e subclínica. 

Laminite aguda – o animal mostra bastante sensibilidade no membro, reluta para movimentar-se, e pode ficar a maior parte do tempo deitado. Quando o cavalo é para andar ele demonstra claudicação e ele se apoia sobre os talões. Ele também pode apresentar: 

  • Tremor muscular; 
  • Sudorese; 
  • Aumento da frequência cardíaca e respiratória, por causa da dor;
  • Aumento de temperatura dos cascos ocasionados pela inflamação.

Laminite crônica – os cascos podem aumentar em comprimento e sola fica deformada, ela se torna mais fraca e suscetível a quebras. Dessa forma, a claudicação é menos notada, apesar do cavalo ainda sentir um desconforto.

Laminite subclínica – neste tipo de laminite os sinais podem não ocorrer, e a enfermidade pode avançar para doenças mais graves, como por exemplo, a sola dupla, úlceras de sola e pinça, erosão de talão e lesão de linha branca.

Outras possíveis causas da laminite

Destacamos abaixo algumas possíveis causas da enfermidade: 

  • Ingestão de água fria depois da realização de exercícios; 
  • Infecções sistêmicas como por exemplo, a endometrite, salmonelose e colite; 
  • Exercícios físicos ou traumas em excesso animais não condicionados;
  • Doenças seguidas de quadro endotoxêmicos.
Mantenha os cascos do animal aparados. Se você não fizer isso, ele pode colocar muita pressão sobre eles. Essa pressão pode lesionar as lâminas, que por sua vez levam à laminite.
Como fazer o diagnóstico e como tratar essa enfermidade?

O diagnóstico é fácil de ser realizado, sendo manifestado na mudança de comportamento do animal, manqueiras, dentre outros. Enfim, é a doença é facilmente detectada pelos sinais apresentados pelo animal.

Este diagnóstico deve ser feito por meio de testes de movimentos como cavalo e exames de imagem como, por exemplo, a ultrassonografia e o raio-X. 

Já o tratamento mais adequado vai depender de cada caso, sendo recomendável que o animal jamais seja tratado diretamente pelo seu dono, mas sim por um veterinário profissional. O tratamento é normalmente baseado em repouso, utilização do gelo nos locais com inchaços, medicamentos que devem ser sempre prescritos por um médico veterinário.

Dessa forma, se a doença não for tratada corretamente, ela pode avançar até mesmo para uma necrose na pata.

Como prevenir a laminite?

Para prevenir essa doença, os médicos veterinários devem ficar atentos ao manejo alimentar, fazendo uso de uma dieta equilibrada, exercícios controlados e patologias relacionadas à laminite.

Também é fundamental realizar o casqueamento frequente e correto, evitar trabalhos que causam muito esforço do aparelho locomotor do animal em solos duros.

A laminite em equinos é considerada uma das principais causas de atendimentos em clínicas e hospitais veterinários e é fundamental um conhecimento amplo dos profissionais envolvidos na área de equinos. Portanto, é necessário muita qualificação para obter o sucesso.

Fontes: Universidade do Cavalo, FERREIRA, C. (Universidade Técnica de Lisboa), BUSH, L. (Universidade Júlio Mesquita Filho), Revista Veterinária 

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