Os desafios para exportação de produtos lácteos brasileiros foi o principal tema da reunião da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na quarta (22), em Brasília.
O presidente da Comissão, Rodrigo Alvim, afirmou que o Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo, mas precisa investir em ações e projetos para se tornar mais competitivo no mercado internacional.
“A CNA enxerga a exportação como um caminho natural para o desenvolvimento da cadeia de lácteosnacional. O setor está empenhado em melhorar cada vez mais a qualidade dos produtos para garantir a abertura de novos mercados, bem como trabalhar nas adequações sanitárias”.
No encontro, o gerente setorial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Artur Milanez, falou das principais barreiras para aumentar a exportação do leite brasileiro.
“O país possui estrutura e infraestrutura ineficientes e os produtores dificuldade para acessar as linhas de crédito, mas os pecuaristas produzem leite com qualidade e com custos compatíveis com a exportação”.
A engenheira agrônoma da empresa Labor Rural, Vanessa Martins, apresentou um diagnóstico da cadeia produtiva de lácteos e afirmou que o Brasil tem potencial para ampliar as exportações, mas é necessário ajustar na base. “É preciso focar em políticas públicas e programas de assistência técnica e gerencial”.
Em outra linha de atuação, mas com resultados que também podem impactar nas exportações, a CNA está elaborando, junto às entidades do setor uma nota técnica com sugestões para aprimorar o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), instituído em 2001.
“Nós identificamos a necessidade de reestruturação do PNCEBT, para que ele seja mais dinâmico, repensando desde a logística de distribuição de insumos até o processo de certificação das propriedades”, disse o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues.
Segundo ele, há dois pontos na proposta que podem trazer avanços imediatos no controle das doenças. Um deles é a aprovação de novos testes para diagnóstico das zoonoses e a criação de fundos sanitários privados em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura em cada estado da federação.
“Com esses fundos privados, os produtores se sentirão seguros de que, se identificarem na propriedade algum animal doente, eles serão indenizados, uma vez que são obrigados a sacrificar esse animal”.