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ARTIGOSBovinos de Leite

[Carolina Carvalho Borges] – Uso de sucedâneos lácteos para bezerras de leite

CAROLINA CARVALHO BORGES
Médica Veterinária formada pela Universidade de Alfenas (MG)
Professora de Bovinocultura na escola ETEP – Escola Técnica de Passos (MG).
Mestranda em Reprodução, Sanidade e Bem-Estar Animal na Universidade de Alfenas – UNIFENAS.
E-mail: carolina.cbvet@gmail.com

 

A criação de bezerras leiteiras representa um alto custo para a propriedade, já que as mesmas ingerem o leite integral da própria fazenda, produto este que deveria ser destinado á venda. Alguns estudos demonstram que durante a fase de aleitamento, 70 a 80% do custo é com o leite integral destinado ás bezerras. Sendo assim o leite é o principal alimento da dieta das bezerras nos primeiros meses de vida. Contudo, é possível reduzir os custos da fase de cria com a substituição do leite integral por sucedâneos lácteos, porém estes devem ser de qualidade e atender as necessidades sem prejudicar o desenvolvimento dos animais.

Mas afinal, o que são sucedâneos lácteos?

Sucedâneos lácteos são produtos industriais, em pó, no qual seus constituintes são substituídos total ou parcialmente por produtos de origem vegetal ou animal.

O mesmo pode ser introduzido á bezerra logo após o período de colostragem.

Como escolher um bom sucedâneo?

Sempre comprar de um fabricante idôneo. Devemos estar atentos na sua constituição, pois uma má escolha pode ao invés de ajudar, atrapalhar a qualidade de vida destes animais.

O produto teve ter:

  • Boa diluição, ou seja, ao ser misturado á água não deve formar grumos;
  • É necessário ter boa aceitação dos animais;
  • Não pode apresentar casos de diarreia;
  • Seu custo deve ser inferior ao leite integral. Por exemplo: Se o litro de leite pago a produtor for 1,15/litro e o preço do sucedâneo for 6,9/kg, sabendo-se que 1 kg de sucedâneo pode ser diluído em 9 litros de água, vou ter o equivalente a 0,76 1 litro de sucedâneo. Sendo assim, é compensatória a substituição do leite integral pelo sucedâneo desde que este seja de boa qualidade.

Em sua composição deve ter:

  • Mínimo de 20% de proteína bruta (PB), sendo 22% o ideal;
  • 0,5% de fibra bruta (FB) é o ideal, sendo aceitável de 0,5 a 1% e acima de 1% é indesejável;
  • Teor de gordura em climas tropicais é recomendado 15% e 20% em condições de clima frio. Valores superiores podem deprimir o consumo de concentrado, atrasando o desenvolvimento do rúmen;
  • Deve conter um teor de lactose de no mínimo 40% e no máximo 50%;
  • O teor de umidade deve ser o mais baixo possível, menor que 5%. A alta umidade deteriora o produto.

Suspeitar sempre quando os preços estão muito baratos, muitas vezes indicam má qualidade do produto, ou seja, maior porcentagem de uma proteína vegetal, nesta fase o animal não tem enzimas suficientes para digestão e aproveitamento das mesmas. Produtos que devem ser evitados:

  • Farinha de arroz;
  • Farinha de soja;
  • Grão de soja;
  • Farinha de trigo.

Deve-se ter cuidado com a mão de obra, visando sempre a higienização dos utensílios. A temperatura deve ser a mesma que a do leite.

A opção de se substituir o leite integral pelo sucedâneo lácteo deve ser bem estudada antes de ser realizada, devendo-se levar em conta o preço do leite vendido pelo produtor e o preço do sucedâneo a ser introduzido. Deve-se sempre estar atendo ao rótulo para suprir as exigências nutricionais da bezerra e não prejudicar o desenvolvimento da mesma. Na dúvida procure sempre um bom profissional para melhores rendimentos.

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