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3ª BATATEC: APTA Regional e IAC expõem cultivares mais produtivas e nutritivas de batata-doce

A BATATEC foi idealizada pela Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente e Região (Aprobarpp) e ocorre em parceria com a prefeitura do município

O setor de batata-doce tem sido brindado a cada ano com novas cultivares desenvolvidas pela APTA Regional e pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA), unidades da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Buscando trazer melhores características produtivas e agregar novos aspectos sensoriais, as cultivares desenvolvidas pelos órgãos de pesquisa têm atraído a atenção do setor produtivo. Algumas dessas variedades estarão disponíveis para os produtores rurais conhecerem durante a 3ª Feira Tecnológica da Batata-Doce (BATATEC), que ocorre de 11 a 14 de agosto, em Presidente Prudente. Principal produtora da cultura no Estado de SP, a região de Prudente colheu, no ano passado, 93.534 toneladas de batata-doce, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA). A área plantada foi de 4.425 ha, o que resultou em uma produtividade média de mais de 21 ton/ha.

“A BATATEC foi idealizada pela Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente e Região (Aprobarpp) e ocorre em parceria com a prefeitura do município. Há uma jornada científica, com palestras e apresentações, mas também espaço para festividades e gastronomia, sempre envolvendo a batata-doce”, conta a pesquisadora da APTA Regional de Presidente Prudente Amarílis Beraldo Rós. A APTA Regional, por meio da Unidade de Presidente Prudente, está na comissão de organização das palestras. “Teremos uma palestra chamada ‘Melhoramento genético da cultura da batata-doce’, que será ministrada por mim e pelo pesquisador Valdemir Antonio Peressin, do IAC, no dia 13, às 11h”, informa Amarílis.

A pesquisadora ressalta ainda que haverá um estande da APTA Regional no qual serão expostas aos visitantes seis cultivares de batata-doce de mesa e indústria registradas no ano passado, sendo três delas desenvolvidas pela APTA Regional de Presidente Prudente e as outras três pelo IAC, além de mais cinco cultivares de batata-doce ornamentais do IAC, recentemente lançadas. “As cultivares desenvolvidas pela APTA permitirão aumento de produtividade da cultura, incremento de renda do produtor rural e atendimento de nichos de mercado pouco explorados, como aqueles relacionados ao uso de batatas-doce de polpas coloridas, bem como consumo de batata-doce biofortificada”, explica a especialista. Segundo ela, os novos materiais devem estar disponíveis para os produtores rurais em breve.

Amarílis descreve que as cultivares IAC Prudentina, IAC Clara e IAC Lavínia foram desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da Batata-doce, existente na APTA Regional de Presidente Prudente, enquanto a IAC 134 AL01, IAC Ametista e IAC Santa Elisa foram desenvolvidas pelo IAC. Já as ornamentais IAC Claudia, IAC Katherine, IAC Mara, IAC Mônica e IAC Yoka são resultantes da parceria entre o IAC e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

Confira um pouco mais sobre as características de cada uma delas:

IAC Prudentina

Possui casca roxa, polpa amarelo pálido e formato longo elíptico e apresenta potencial produtivo comercial superior a 40 ton/ha na primavera/verão, com ciclo de 120 a 150 dias na primavera/verão e de 150 a 180 dias no outono/inverno. Destaca-se pela alta produtividade, bom cozimento e ótimas qualidades sensoriais, sendo excelente para uso culinário.

IAC Clara
Apresenta casca roxa, polpa amarelo pálido e formato longo elíptico, peso médio 300g, demonstrando potencial produtivo comercial superior a 40 ton/ha na primavera/verão. Possui ciclo de 120 a 150 dias na primavera/verão e de 150 a 180 dias no outono/inverno. Com alta produtividade, bom cozimento e ótimas qualidades sensoriais também é excelente para uso culinário. Clone selecionado: IAC 1308
IAC Lavínia
Casca roxa, polpa amarelo pálido e formato longo elíptico; peso médio 310g, com potencial produtivo comercial superior a 30 ton/ha na primavera/verão e 40 ton/ha no outono/inverno (ciclo de 120 a 150 dias na primavera/verão e de 150 a 180 dias no outono/inverno). Destaca-se pela alta produtividade, bom cozimento e ótimas qualidades sensoriais, com excelente potencial culinário.Clone selecionado: IAC 21
IAC 134 AL01
Possui casca avermelhada, polpa alaranjada e formato longo elíptico, peso médio 200g (extra AA), apresentando potencial produtivo superior a 35 ton/ha e rendimento comercial da ordem de 80%, com ciclo de 120 a 150 dias na primavera/verão e de 150 a 180 dias no outono/inverno. Destaca-se pela alta produtividade, bom cozimento, alto teor de ß-caroteno (precursor da vitamina A) e ótimas qualidades sensoriais. Excelente para consumo na forma cozida e assada é ideal para alta gastronomia e também para indústria de compotas e doces. Clone selecionado: IAC 1063
IAC Ametista
Apresenta casca roxa escura, polpa roxa e formato longo elíptico. Potencial produtivo superior a 30 ton/ha com rendimento comercial da ordem de 77% (ciclo de 120 a 150 dias na primavera/verão e de 150 a 180 dias no outono/inverno). Destaca-se pela alta produtividade, bom cozimento e ótimas qualidades sensoriais. Ideal para indústria de alimentos (doces e farinhas) e também para alta gastronomia. Clone selecionado: IAC 1049
IAC Santa Elisa
Com casca rosada, polpa amarelo claro e formato redondo elíptico, peso médio 280g, apresenta potencial produtivo comercial superior a 50 ton/ha e rendimento comercial da ordem de 75%; possui ciclo de 120 a 150 dias na primavera/verão e de 150 a 180 dias no outono/inverno. Destaca-se pela alta produtividade, bom cozimento e ótimas qualidades sensoriais. Ideal para indústria de farinha e fécula. Clone selecionado: IAC 417.

IAC Cláudia (ornamental)

Apresenta folhas verdes, com formato hastado com três lobo s, com ramas semi-eretas que podem atingir mais de 70 cm. É recomendada para preenchimento de canteiros de jardins e cultivo em vasos e cuias penduradas, em que as ramas ficam pendentes.

IAC Katherine (ornamental)

Produz folhas verdes, com formato cordado com um lobo, com ramas eretas. É recomendada para cultivo em vasos e cuias penduradas, em que as ramas ficam arranjadas de uma forma arredondada.

IAC Mara (ornamental)

Folhas verdes e roxas, com formato bem dividido em cinco lobos e ramas eretas. É recomendada para cultivo em vasos e cuias penduradas, em que as ramas ficam arranjadas de uma forma arredondada.

IAC Mônica (ornamental)

Apresenta folhas roxas, com formato triangular com três lobos, com ramas eretas. É recomendada para cultivo em vasos e cuias penduradas.

IAC Yoka (ornamental)

Folha de coloração verde, com formato lobado e com cinco lobos, apresentando ramas semi-eretas. Possui hábito enroscante, o que permite seu uso como trepadeira. É recomendada para cultivo em vasos com uso de tutores, cuias penduradas, canteiros de jardins e estruturas verticais, como pergolados.

HISTÓRIA

A batata-doce, a princípio, teve seu plantio na região de Presidente Prudente (SP) como uma opção na reforma de pasto, há cerca de 40 anos. Com o passar dos tempos foi ganhando importância, e com a aptidão do solo e condições climáticas excelentes que nossa região dispõe para se trabalhar com batatas-doces, essa cultura se fortaleceu.

E foi diante desse cenário favorável da nossa região que surgiu a ideia do evento. Produtores locais (Mario Murakami, Ricardo Cremonezi, Renato Cremonezi, Nelson Monteiro, Luiz Rocha e Elio Portella) buscavam um meio de promover e divulgar a batata-doce produzida na região, com o intuito de fomentar sua cadeia de produção, trazer mais tecnologia e sustentabilidade para seu cultivo e, deste modo, proporcionar um maior desenvolvimento nas atividades econômicas no setor industrial, comercial, turismo e serviços.

Através do assessor Rogério Marangoni, entraram em contato com o Deputado Federal Izaque Silva, que viu a ideia promissora e levou ao conhecimento do Prefeito Nelson Bugalho, onde em 2017 foi consolidada junto ao poder público. A ideia se fortaleceu e foi então vigorado o decreto nº 28.560 de 06 de dezembro de 2017, que cria a Comissão da Cadeia Produtiva da Batata Doce e sanciona a Lei Municipal nº 9.619 de 27 de fevereiro de 2018, instituindo o dia 15 de junho como o Dia Municipal do Cultivo da Batata Doce. A partir desta data os trabalhos começaram, e uma equipe de produtores rurais, poder público, entidades públicas e privadas foi formada.

O evento ocorre em nossa região, pois somos referência no estado quando o assunto é batata-doce. A feira conta com palestras e espaços técnicos para que as empresas possam mostrar suas tecnologias, atuações no mercado e perspectivas futuras, e tem como público-alvo: empresários do setor, empreendedores, técnicos, consultores, produtores rurais, profissionais ligados ao agronegócio, estudantes de graduação e a população em geral. Além da parte técnica, temos uma estrutura gastronômica com pratos e cervejas artesanais confeccionados a partir de variedades da batata-doce.

A 1ª BATATEC realizada em 2018, no IBC, foi um sucesso, sendo que a estimativa inicial de público (nove mil pessoas) foi superado, alcançando a marca de 14 mil participantes. A 2ª Edição realizada em 2019 também no IBC, não foi diferente. A expectativa era de cerca de 20 mil pessoas durante os quatro dias, mas foi superada, alcançando 35 mil pessoas.

Serviço
3ª Batatec – Feira Tecnológica da Batata-Doce
Data: 11 a 14 de agosto
Local: Centro Cultural Matarazzo – Presidente Prudente (SP)

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