Equinos e Muares

A evolução da raça Mangalarga do Brasil

No passado, quando se pensava em cavalos da raça Margalarga do Brasil logo vinha a cabeça os imponentes cavalos utilizados nos desfiles, nas cavalgadas do interior do Brasil. Animais morfologicamente perfeitos, com porte, bela aparência, enérgicos, mas que alçavam nas mãos e tinham um sangue quente.

Entretanto, quem conhece a fundo a raça sabe que o Mangalarga não é um animal enérgico e de sangue quente em sua essência. Segundo Youssef Haddad, criador e especialista em cavalos Mangalarga do Brasil, essa característica racial se sobressaiu por um período, pois os cavaleiros davam preferência a este perfil de animal para os desfiles.

“Com isso, o que aparecia para o público, para as a pessoas que visitavam estes desfiles era realmente esse perfil de animal, enérgico, de sangue quente, que na verdade era minoria na raça. Por isso era comum se ouvir ‘nossa olha aquele Mangalarga é lindo mais é bravo, é um cavalo nervoso, é um cavalo que alça muito as mãos’ e que na verdade era um cavalo de desfile, voltado para apresentação”, afirma Youssef Haddad.

O que ocorreu por um período, explica o especialista, foi que os criadores optaram por dar prioridade apenas a parte morfológica do animal, um animal morfologicamente perfeito, deixando de lado a qualidade da marcha, andamento.

Entretanto, nos últimos dez anos, explica Youssef Haddad, houve um resgate do cavalo que deu origem a raça, um resgate do animal com porte, beleza, mas com boa índole, dócil e com boa marcha. “Se a gente observar nos últimos dez/doze anos, essa situação se inverteu. Mantivemos a morfologia ideal do animal e começamos a valorizar a qualidade da marcha e quando se busca qualidade de marcha, se busca muito a índole”, explica.

Ainda de acordo com Youssef Haddad, este processo de seleção vem apurando cada vez mais esses quesitos, mantendo a qualidade morfológica que hoje já está muito ligada a raça, sendo a identificação do cavalo Mangalarga do Brasil. “Um cavalo para cela tem que aliar a comodidade, o rendimento, o conforto, principalmente a índole. Você não vai sair para fazer uma cavalgada, um passeio longo com um cavalo que não te ofereça esse conforto de condução, em que a índole é um dos requisitos”, afirma Youssef Haddad.

Edmundo Diniz Junqueira montando Zape IJ
João Francisco Diniz Junqueira montando Colorado Mangalarga
Renato Junqueira Netto montando Lyrio 53

Futuro da raça

Para o especialista, a expansão da evolução da marcha é o mote para o futuro.

“Hoje temos um animal com uma marcha fantástica, mas temos que levar essa característica ao alcance de todos. Nos surpreendemos a cada exposição com a evolução dos animais, mas precisamos conseguir com o que a média, ou melhor, com que a grande maioria da raça tenha realmente esse nível de excelência, morfologia e marcha. Hoje o número de animais nesse nível ainda é pequeno, se a gente for olhar proporcionalmente na raça, então eu acho que para o futuro, o grande desafio é realmente que esse animal de excelência seja a grande maioria, para que ele chegue até usuários”, finaliza.

FONTE: Camila Pedroso
Equipe Cavalus Comunicação

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