O Plum pox virus (PPV), é o agente causal da “sharka”, uma das mais importantes e danosas doenças de frutas de caroço que afeta muitos países do mundo (mais de 50). Devido ao seu impacto potencial para a fruticultura brasileira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento regulamentou a espécie como praga quarentenária ausente.
O PPV é dividido em seis subgrupos ou cepas (D, M, ElAmar, C, W, Rec), as quais são distinguidas originalmente com base nos sintomas induzidos em plantas. Posteriormente, as linhagens passaram a ser identificadas de acordo com as divergências na sequência de RNA.
Em uma pesquisa realizada no Cazaquistão, na cidade de Almaty, foram constatados pomares e viveiros de Prunus domestica e Prunus armeniaca com sintomas típicos de PPV. Amostras das folhas sintomáticas e assintomáticas foram coletadas. Através do sequenciamento genético do vírus foi possível confirmar sua patogenicidade.
Os resultados apresentaram positividade para as cepas D e W. A cepa D já havia sido relatada anteriormente no Cazaquistão, mas é a primeira vez que a cepa W é detectada nesse país. Os autores sugerem que o PPV-W tenha sido introduzido da Rússia ao Cazaquistão devido a alta homologia com os isolados russos e a ampla ocorrência dessa linhagem na Rússia.
O PPV-W é uma das cepas de alta diversidade genética. Possui uma distribuição restrita, havia sido detectada em apenas quatro países: Canadá, Rússia, Letônia e Ucrânia. O vírus é transmitido principalmente por afídeos, como: Aphis craccivora, A. fabae, A. gossypii, A. spiraecola, Brachycaudus helichrysi, Myzus persicae, Rhopalosiphum padi, entre outros. Como a incidência da doença está diretamente relacionada à ocorrência desses insetos nas plantações, um dos métodos de manejo do vírus é através do controle dos insetos transmissores.
O PPV também pode ser transmitido por inoculação mecânica, enxertia e material de propagação contaminado. Vale ressaltar que todas essas espécies transmissoras citadas acima estão presentes no Brasil, o que facilitaria a dispersão e estabelecimento do vírus no país caso seja introduzido futuramente.
Um melhor conhecimento da distribuição geográfica da cepa PPV-W associada à sua diversidade genética contribui para compreensão da história evolutiva do vírus e aumento na efetividade das estratégias de vigilância. Além disso, dados sobre a prevalência e o risco de disseminação do PPV ajuda a entender melhor sobre sua bioecologia, auxiliando na tomada de decisão para prevenção da entrada desta praga no Brasil.
Nota:
[1] Instrução Normativa 39, de 01 de outubro de 2018
Para saber mais:
Dallot et al (2019)
Foto:
European and Mediterranean Plant Protection Organization (xxxx)
FONTE: DEFESA VEGETAL
DefesaVegetal.Net