AssociaçõesCafés EspeciaisEVENTOS - DESTAQUESNOTÍCIASPolítica Agrícola

Rota do Café “Alta Mogiana” é lançada em Franca (SP)

Evento de lançamento da Rota do Café premia o trabalho desenvolvido durante décadas pelos cafeicultores Gabriel Mei Alves de Oliveira, Milton Cerqueira Pucci, Flávia Lancha e Luisa Jacintho

CARLOS ARANTES CORRÊA
Engenheiro Agrônomo e diretor da

Revista Attalea Agronegócios

.

Com a participação de Roberto de Lucena, Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, foi lançada na noite de sexta-feira, 09 de maio, no Franca Shopping, em Franca (SP), a Rota do Café “Alta Mogiana“. Um trabalho árduo de organização realizado pela empresária e cafeicultora Flávia Olivito Lancha Alves de Oliveira junto a empresários de toda a região da Alta Mogiana, assim como com o Governo do Estado.

“O lançamento das Rotas do Café é uma conquista coletiva e uma oportunidade de transformar a relação do paulista com o café que produzimos. É um projeto que une tradição, inovação e desenvolvimento local”, aponta Flávia Lancha.

A empresária e cafeicultora Flávia Lancha, principal responsável pela conquista da Rota do Café “Alta Mogiana”. (Créditos: Carlos Arantes/Revista Attalea Agronegócios)

“As Rotas do Café de São Paulo valorizam a identidade dos destinos, destacam os produtores e seus territórios, geram oportunidades de trabalho e oferecem experiências autênticas e sustentáveis”, afirmou Roberto de Lucena, secretário de Turismo.

Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. (Créditos: Carlos Arantes/Revista Attalea Agronegócios)

A conquista também premia um trabalho de décadas dos fundadores da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Região da Alta Mogiana (AMSC), os empresários Gabriel Mei Alves de Oliveira e Milton Cerqueira Pucci (foto principal da matéria) e Flávia Lancha e Luisa Jacintho Pucci. Desde a “dificuldade” de unir todas as entidades representativas do setor cafeeiro para trabalharem a “qualidade”, passando pela “batalha” da obtenção da Indicação de Procedência para a Região da Alta Mogiana.

O empresário Milton Cerqueira Pucci. (Créditos: Carlos Arantes/Revista Attalea)

Merece destaque o trabalho “silencioso mas efetivo” da equipe do Escritório Regional do SEBRAE-SP de Franca, que durante todos estes anos de “gestação”, criação e formatação das ações da AMSC, trabalhou arduamente, contribuindo com ações práticas e treinamentos que contribuíssem com a obtenção de resultados como este da criação da Rota Turística na região.

Iroá Arantes, diretora do Escritório Regional do SEBRAE-SP em Franca (SP). (Créditos: Carlos Arantes/Revista Attalea Agronegócios)

A diretoria do Sindicato Rural de Franca também merece destaque pela participação e trabalhos durante as várias reuniões de organização da rota, realizados em conjunto com os participantes da Câmara Setorial do Café do Estado de São Paulo.

O cafeicultor José Henrique Mendonça, presidente do Sindicato Rural de Franca, presidente da Fundação Experimental do Café da Alta Mogiana e presidente da AEAGRO. (Créditos: Carlos Arantes/Revista Attalea Agronegócios)

Participaram da solenidade de lançamento em Franca (SP) outras autoridades políticas e setoriais.

Drª Colete Fonseca (Pró-Reitora de Graduação da UNIFRAN), Rogério Peres Rodrigues Alves (Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Ribeirão Corrente/SP) e João Victor Barbosa (Assessor da Reitoria UNIFRAN). (Créditos: Carlos Arantes/Revista Attalea)
O empresário e cafeicultor Gustavo Leonel (Cafeteria Gustavo Leonel Cafés Especiais e Fazenda Bom Jardim). (Créditos: Gustavo Leonel Cafés Especiais)
Tadeu de Oliveira (OLINTO CAFÉ), Augusto Rodrigues Alves (CAFÉ ALELUIA), Caio Villar (FAZENDA JOTACÊ), Vanessa Moreno, Gustavo Leonel (GUSTAVO LEONEL CAFÉS ESPECIAIS), Elda Marta (LA FINCA BRAZIL CAFÉS), Felipe Maciel Raucci (CAFÉ TERRA PRETA) e Miguel Abraão (CAFÉ POUSO ALTO)
Thais Oliveira e Taisa Carvalho (ZAZ COFFEE & BEER)
Jaider Silva (Café Terra Molhada), Elda Marta (La Finca Brazil) e Milton Pucci
Felipe Maciel (Café Terra Preta), José Henrique Mendonça (presidente do Sindicato Rural de Franca) e Jorge Luis Dias dos Santos (diretor do IPT-Franca)
Alexandre Ferreira (prefeito de Franca/SP), Elder Moscardini (Cafeteria Moscardini) e Aninha Montanher (prefeita de Ribeirão Corrente/SP)

No Estado de São Paulo

No início de abril deste ano, no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas promoveu o lançamento do projeto “Rotas do Café de São Paulo”, uma ação de incentivo ao desenvolvimento regional e ao turismo gastronômico.

A iniciativa reúne 57 atrativos turísticos ligados ao grão em 25 municípios paulistas, resultando em cinco rotas inéditas, além de destinos cafeeiros independentes. Entre as atrações turísticas estão fazendas de antigos barões do café, museus históricos, cafés premiados internacionalmente e centros de pesquisa abertos à visitação.

O projeto vai integrar produtores, cooperativas, indústrias e consumidores, estimulando a criação de novas empresas e o fortalecimento do comércio e serviço local, incluindo a rede hoteleira. Com essa dinâmica, a iniciativa busca consolidar São Paulo como um destino turístico e comercial de referência no setor cafeeiro, que foi responsável por R$ 5 bilhões do valor da produção agropecuária paulista (VPA) em 2024, e se colocou no sétimo lugar entre os 50 produtos agro com melhor desempenho na economia do estado, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).

Cafés de São Paulo: Da Origem à Xícara

O café tem papel fundamental na história de São Paulo. Desde o século XIX, a cafeicultura impulsionou a economia, transformou cidades, atraiu imigrantes e construiu ferrovias, deixando marcas profundas no território e na identidade do estado. Foi com o café que São Paulo se consolidou como motor econômico do Brasil.

Hoje, o estado segue como referência nacional — reconhecido pela qualidade de seus grãos e pela diversidade de sabores. Essa riqueza sensorial reflete a variedade de altitudes, solos, microclimas e técnicas adotadas pelos produtores, muitos deles ligados à agricultura familiar e às práticas sustentáveis.

Do tradicional arábica aos cafés cultivados em solos vulcânicos, o café paulista evoluiu, conquistando mercados, prêmios e consumidores exigentes no Brasil e no exterior. Mais do que um produto agrícola, tornou-se símbolo cultural e experiência turística.

As Rotas do Café de São Paulo conectam essa história com o presente, aproximando o visitante de produtores, fazendas históricas, torrefações e cafeterias. Uma oportunidade de conhecer o café do grão à xícara — com sabor, conhecimento e emoção.

As Rotas do Café de São Paulo têm como proposta conectar os visitantes a experiências autênticas no universo cafeeiro, unindo turismo, gastronomia, cultura e agricultura. Conheça as Rotas oficiais:

MOGIANA PAULISTA

A Mogiana Paulista é uma das regiões cafeeiras mais tradicionais do Brasil, com uma história marcada pela produção de cafés de alta qualidade. Situada no nordeste do estado de São Paulo, a região abrange municípios como Franca, Pedregulho, Patrocínio Paulista e Cristais Paulista, reconhecidos pelo cultivo de Café Arábica em altitudes elevadas. O terroir privilegiado, com clima ameno e solos férteis, favorece a produção de grãos com perfil sensorial complexo e encorpado. Além da produção, a Mogiana Paulista se destaca pela modernização dos processos de torrefação e comercialização, preservando a tradição sem abrir mão da inovação

ALTA PAULISTA

A região do Alta Paulista carrega no nome a sua forte ligação com o café. Localizada no oeste paulista, com destaque para municípios como Marília e Garça, a região tem um solo rico e um microclima ideal para o cultivo de cafés especiais. Nos últimos anos, a cafeicultura local passou por uma grande transformação, focando na sustentabilidade e na produção de qualidade superior. A cidade de Garça obteve em 2022 a Indicação Geográfica de Procedência, um reconhecimento da excelência dos cafés produzidos na área. Além das plantações, a região abriga torrefações especializadas e promove experiências imersivas, como degustações e visitas técnicas.

CIRCUITO DAS ÁGUAS PAULISTA

Famoso por suas fontes de águas minerais, o Circuito das Águas Paulista também se destaca pela produção de cafés especiais. A região, que inclui cidades como Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Amparo e Bem Viver, combina o turismo rural com a tradição cafeeira, oferecendo experiências que vão do cultivo à xícara. Pequenas propriedades familiares e fazendas históricas abrem suas portas para visitas guiadas, degustações e contato direto com os produtores. 

O café cultivado no Circuito das Águas reflete as características do solo fértil e do clima equilibrado, resultando em bebidas aromáticas e equilibradas, perfeitas para os apreciadores da bebida.

CUESTA, ITAQUERI E TIETÊ PAULISTA

A região da Cuesta, Itaqueri e Tietê oferece uma geografia única, com relevos marcantes e solos que favorecem o cultivo de cafés de qualidade. Localizada no centro-oeste paulista, em municípios como Brotas, Dois Córregos e Dourado, essa área se destaca pelo desenvolvimento de cafés artesanais e processos de torrefação cuidadosos. Além da produção, a região combina o turismo rural com atividades de aventura, oferecendo experiências que vão além da xícara, incluindo trilhas e visitas a propriedades sustentáveis. 

Os cafés produzidos na região possuem notas sensoriais complexas e um perfil aromático sofisticado, atraindo apreciadores de sabores marcantes.

DESTINOS CAFEEIROS

Mais do que uma bebida, o café faz parte da história e cultura de São Paulo. Estes locais preservam essa tradição e proporcionam experiências imersivas no universo do café. Desde museus históricos, como o Museu do Café de Santos, até fazendas que resgatam métodos antigos de cultivo, essa categoria inclui espaços culturais, centros de pesquisa e propriedades turísticas. 
São destinos que combinam conhecimento, história e degustação, permitindo que o visitante conheça o café do grão à xícara, vivenciando o legado desse produto que ajudou a moldar o estado de São Paulo.

MANTIQUEIRA VULCÂNICA PAULISTA

A Mantiqueira Vulcânica é uma das regiões cafeeiras mais premiadas do Brasil, destacando-se pelo cultivo de cafés de montanha. Com altitudes que variam entre 800 e 1.300 metros, a região, que abrange cidades como Caconde, Espírito Santo do Pinhal e Águas da Prata, possui um terroir único, resultado de antigos solos vulcânicos. Esse diferencial confere aos cafés notas frutadas, florais e com acidez equilibrada, características muito apreciadas no mercado de cafés especiais.

A produção artesanal e sustentável, aliada às paisagens deslumbrantes, faz da Mantiqueira Vulcânica um destino imperdível para os amantes da bebida e do turismo rural.

Related posts

UFLA: pesquisa comprova que Concursos de Qualidade foram fundamentais para o desenvolver mercado de Cafés Especiais

Mario

Pesquisa confirma resistência de psilídeos a piretroides e neonicotinoides

Mario

Oimasa marca presença na 1ª Alta Café – Feira de Negócios e Tecnologia da Alta Mogiana

Mario

Deixe um Comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais