Cana de Açúcar

Censo varietal mostra que variedades da RIDESA representam 54% da cana colhida no país na safra 2024/25

Dados inéditos foram apresentados durante evento de lançamento de 18 novas variedades de cana-de-açúcar.

A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA Brasil) apresentou nesta quarta-feira, em Ribeirão Preto (SP), 18 variedades de cana-de-açúcar. A rede é formada por 10 universidades federais brasileiras e mais de 300 bases de pesquisa. Além disso, foram apresentados dados inéditos do Censo Varietal Nacional que mostram que 56% da cana plantada e 54% da colhida na safra 2024/25 foram desenvolvidas pela Rede. Das top 20 variedades, as RB (RIDESA) estão entre as três mais plantadas na temporada.

Entre os ganhos em adquirir uma nova variedade recém-lançada, se destacam os ganhos de produtividade, que chegam a 33,9% além de maior resistência ao estresse hídrico, doenças e um maior PUI (Período útil de Industrialização) durante a safra.

Com 35 anos de história e 55 anos de variedades RB, a RIDESA já disponibilizou 116 variedades aos produtores brasileiros, sempre com foco em produtividade, teor de açúcar, colheitabilidade e resistência a pragas e doenças. A liberação de uma nova variedade demora de 10 a 15 anos.

Durante o evento, foram liberadas comercialmente 18 novas variedades de cana-de-açúcar, resultado de pesquisas conduzidas por sete universidades federais. Cada nova cultivar apresenta atributos de destaque, como resistência a pragas e doenças, maior teor de sacarose, tolerância ao estresse hídrico e adaptabilidade a diferentes regiões produtoras.

Entre os principais exemplos estão:

  • RB977526 (UFV): Ótima brotação, alto perfilhamento, sanidade, tolerância ao estresse hídrico e excelente estabilidade de produção;
  • RB07814 (UFAL): Precocidade, elevada produtividade, alto teor de açúcar, raro florescimento e baixa cor do caldo;
  • RB071071 (UFRPE): Precocidade, elevada produtividade, alto teor de sacarose, ótima adaptação a diferentes regiões e alta sanidade;
  • RB074046 (UFG): Boa produtividade, alto teor de sacarose, alto perfilhamento, crescimento rápido, porte ereto e longevidade;
  • RB075322 (UFSCar): Alta rusticidade, elevada produtividade, alto perfilhamento, longevidade, variedade já consolidada em São Paulo e Mato Grosso do Sul;
  • RB106893 (UFPR): Precocidade, elevada produtividade, alto perfilhamento, sanidade, estabilidade de produção, indicada para áreas com restrições ambientais;
  • RB128519 (UFRRJ): alto teor de sacarose, alto perfilhamento, crescimento rápido, sanidade, ausência de florescimento.

Programação

A abertura do evento “Liberação Nacional de Variedades” contou com o presidente da RIDESA e reitor da UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Josealdo Tonholo; o coordenador geral da RIDESA, Herrmann Paulo Hoffmann; a reitora da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), Ana Beatriz de Olivera; e o presidente da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), Luiz Antonio Elias.

Tonholo destacou que a RIDESA é um programa que faz a diferença e mostra a qualidade da pesquisa e a parceria com o setor produtivo. “Essa é a maior liberação de variedades já feita pela Rede, o que destaca a competitividade do setor sucroenergético brasileiro, que representa 11% do PIB nacional.”

Para Herrmann, trata-se do programa de parceria público-privado de maior destaque no mundo, de uma cultura tão representativa.

“É um caso de sucesso das universidades do país, que além de desenvolver novas variedades formam pesquisadores que disseminam o conhecimento pelo mundo, promovendo um ciclo virtuoso. Além disso, é a base de uma matriz energética mais limpa, tema importante às vésperas do COP30, que vai acontecer no Brasil no mês que vem”, disse Ana Beatriz.

Já Elias ponderou que FINEP e RIDESA estão na vanguarda do conhecimento, apoiando o setor sucroenergético, base da uma produção e energia renováveis e sustentáveis. “Destaco a capacidade da universidade pública de atender aos anseios da sociedade por mais tecnologia e inovação.”

Na sequência houve uma mesa redonda sobre políticas públicas para bioenergia e o papel do setor sucroenergético, a liberação das novas variedades, seguidas da plenária de encerramento sobre bioenergia e sustentabilidade.

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