O segundo e último dia do Top Farmers 2018 – promovido pelo Grupo Conecta – começou com o diretor-presidente da SLC Agrícola S.A – Aurélio Pavinato – discorrendo sobre EVOLUÇÃO, COMPETITIVIDADE E OPORTUNIDADES PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. Traçando uma linha histórica da evolução da agricultura mundial e brasileira, com base no crescimento da população e do desenvolvimento do consumo mundial de carnes e cereais, estabeleceu paralelo entre renda e consumo de alimentos, basicamente de proteínas.
Pavinato apresentou comparativo de 1977 a 2019, com indicadores de área cultivada, produção e produtividade, relacionados a evolução de área plantada de grãos – principalmente soja, milho e arroz em países como EUA, Argentina, Brasil e continente europeu. O Brasil apresenta resultados bastante significativos em todos os quesitos. Sua previsão é de que “o mundo, caso continuemos a crescer na produtividade, necessitará de mais 48 milhões de hectares em soja e milho. O Cerrado brasileiro é um bioma importante nesse cenário, e o Brasil deve continuar batendo recordes de produtividade em milho e soja, ao redor de 2,4%”, previu.
O CEO da Insolo Agroindústria, Flávio Inoue, deu sequência às apresentações com o tema OS DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO; cabendo a Guilherme Pessini – superintendente de Agronegócio do Itaú BBA – a reflexão sobre AGRONEGÓCIO EM CRESCIMENTO – NOVOS DESAFIOS DEMANDANDO NOVAS SOLUÇÕES.
Flávio Inoue, tomando sua empresa como modelo, apresentou a forma como evoluiu para a agricultura em larga escala, citando sinais claros e de fácil detecção pelo agricultor de que sua propriedade está crescendo, como “empresas oferecem programas de fidelidade e algorítimos proprietários, assim como bancos estrangeiros e locais oferecem dólares com juros em dólar”. Discorrendo sobre as dificuldades que surgem e que exigem alterações na cultura da empresa. O caminho da transição está fundamentado em três pilares: produção, pessoas e processos, sendo o último gargalo fundamental para a empresa se estabelecer e continuar crescendo.
Já Pessini focou sua fala nos novos atores no mercado, como traders asiáticos, que funcionam como intermediários e “vêm mudando o jogo mundial”. Alertou para o fato de que novas fontes de financiamento requerem mais gestão, como ganhos em transparência, controle, governança, sucessão, planejamento orçamentário e gestão de riscos. A forma de financiar o agronegócio já mudou e vai mudar ainda mais e rapidamente, Não basta conhecer o gerente da agência, agora é preciso conhecer a linguagem do mercado”, alertou.
Destaque também para palestra sobre AGRONEGÓCIO NA RELAÇÃO BRASIL – CHINA, a cargo de Charles Tang – presidente da Câmara Comércio Brasil-China – para quem a diferença de visão da economia por parte do Brasil e da China são divergentes, “mas a da China fundamenta sua ação de crescimento qualquer custo, e deu resultado”.
Tang também destacou sua certeza de que, como a relação Brasil-China é boa para a China e benéfica para o Brasil: “Tenho certeza de que o novo governo reconhecerá que o que move os países são interesses nacionais e esses interesses é que determinam as amizades”, concluiu.