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UNESP Ilha Solteira (SP): zootecnista e engenheiro mecânico criam equipamento que auxilia no manejo bovino

Melhorar a produtividade pecuária e reduzir cada vez mais seu impacto sobre o ambiente. Estes foram alguns dos fatores que levaram o zootecnista Leandro Coelho de Araújo e o engenheiro mecânico Douglas Domingues Bueno a criarem um equipamento que automatiza a medição da altura da pastagem, permitindo maior eficiência na alimentação do rebanho. Uma patente do protótipo já depositada junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPE).

O equipamento criado por Leandro, que é professor no Departamento de Biologia e Zootecnia da Unesp de Ilha Solteira (SP), e por Douglas, que é professor no Departamento de Matemática, é capaz de medir a altura da pastagem por meio de ultrassom, dispensando assim técnicas manuais que fazem uso de régua ou trena. A ideia de criar o produto ocorreu há cerca de três anos e, para o desenvolvimento do protótipo, fizeram parte da equipe os mestrandos em Engenharia Mecânica Frederico Albuquerque Ribeiro e João Angelo Ferres Brogin, e o graduando em Engenharia Mecânica Daniel Rodrigues.

“O equipamento é capaz de realizar dezenas de registros por minuto, cobrindo uma área muito maior e com muito mais precisão que a medição manual”, explicou o zootecnista, que é especialista em Produção, Manejo e Conservação de Plantas Forrageiras.

Segundo Leandro, a maior parte dos rebanhos bovinos no país é criada em pastos, uma vez que nosso clima permite o crescimento da forrageira de forma abundante, barateando essa forma de produção. Neste tipo de produção, existe uma altura ideal para cada tipo de pastagem ser consumida pelos animais, de forma a alcançar a melhor eficiência do rebanho e perenidade das pastagens.

Medição do pasto (Créditos: Unesp/Divulgação)

Em sistemas chamados de rotativos – onde a pastagem é dividida em vários piquetes –, existem alturas ideais para a entrada e saída do rebanho de um determinado piquete, enquanto para sistema com lotação contínua a altura ideal está entre uma faixa recomendada.

“Utilizando esse equipamento eu consigo saber o momento exato em que a altura definida foi alcançada dentro do piquete, permitindo uma maior eficiência de pastejo. Essa busca pelo ótimo é o que se chama hoje em dia de Zootecnia de Precisão: cada dia que você perde com os animais abaixo da sua eficiência de pastejo resulta em menor produtividade para o produtor”, explica o zootecnista.

APLICAÇÃO

Por ser um equipamento pequeno, o protótipo pode ser acoplado a um drone, permitindo o registro e o cálculo da altura do capim de grandes áreas destinadas à pecuária. Um produtor pode, por exemplo, realizar registros diários e quando o equipamento detectar que o capim alcançou a altura ideal, ele pode mover o lote de animais para este pasto (chamada altura pré-pastejo) ou pode detectar o instante em que a altura sugere a retirada do lote deste piquete (chamada altura pós-pastejo). O estudo está em andamento e visa também acoplar o equipamento em pivô central e nos bovinos que fariam os registros das alturas durante o pastejo.

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