Uma grande crítica aos produtos orgânicos está relacionada ao potencial de atender às demandas de toda a população. No entanto, os avanços tecnológicos e biotecnológicos vêm impulsionando cada vez mais a expansão da produção de alimentos orgânicos, que, em 2017, movimentou R$ 3,5 bilhões no mercado nacional.
Uma agricultura livre de fertilizantes químicos e defensivos agrícolas traz diversas vantagens tanto para os homens quanto para o meio ambiente. Afinal, ao mesmo tempo em que respeita a biodiversidade, a produção orgânica preserva a saúde tanto dos trabalhadores rurais quanto dos consumidores, que ficam menos expostos aos agrotóxicos.
Quer saber como otimizar a produção de alimentos orgânicos? Continue conosco e conheça algumas práticas para impulsionar a produtividade!
Rotação de culturas e policultura
Na agricultura tradicional, o produtor geralmente trabalha com uma única cultura e encaminha suas safras a um atravessador que fará a distribuição dos alimentos. Os agricultores orgânicos, por outro lado, lidam com dezenas de culturas, visando aproveitar melhor a fertilidade do solo. A distribuição dos produtos muitas vezes é feita por meio de cooperativas ou da venda direta ao consumidor final.
Inúmeros fatores devem ser levados em conta ao escolher quais variedades entrarão no sistema de rotação, incluindo as condições climáticas e do solo, além das necessidades do mercado consumidor. A alternância das culturas traz diversos benefícios que impulsionam a fertilidade, tais como:
- aprofundamento diferenciado das raízes;
- reciclagem dos nutrientes das camadas mais profundas;
- aperfeiçoamento do sistema de drenagem;
- melhora das características físicas, químicas e biológicas do solo;
- preservação da diversidade biológica;
- controle natural de pragas e doenças.
Manejo integrado de pragas
Essa estratégia é uma alternativa ao uso de pesticidas potencialmente prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Ela consiste em usar táticas de controle ecológico para manter a quantidade de pragas abaixo do nível em que causam danos às plantações.
O manejo integrado de pragas só é possível a partir do conhecimento das relações entre os insetos agressores, seus predadores naturais e o ambiente em que eles se encontram. Por meio dessa análise, podem ser adotadas algumas estratégias, incluindo:
- uso de sementes resistentes;
- ajuste do plantio e da colheita às épocas menos favoráveis às infestações;
- instalação de barreiras físicas e armadilhas para limitar a invasão;
- introdução de inimigos naturais da praga;
- retirada e queima das partes afetadas do vegetal;
- liberação de machos estéreis no ambiente;
- uso de feromônios para controlar a reprodução.
Biofertilizantes e aditivos biotecnológicos
Em vez de usar agroquímicos, por que não optar por uma solução eficiente e segura para alavancar a produtividade das safras? A biotecnologia permitiu o desenvolvimento de fertilizantes contendo microrganismos que desempenham uma série de processos benéficos para as plantas, tais como:
- fixação do nitrogênio atmosférico;
- inibição do crescimento de patógenos;
- produção de vitaminas e hormônios de crescimento;
- solubilização de compostos inorgânicos.
Ao aliar a adubação com substâncias minerais e orgânicas à presença de microrganismos selecionados, o resultado é um solo que permanece fértil por mais tempo, uma vez que parte dos nutrientes é renovada graças à atividade biológica que foi lançada ali.
Os fertilizantes de alta performance ainda trazem outra vantagem. Eles não acidificam o solo nem causam sua salinização, o que contribui para a preservação da terra e da fauna que ali vive.
Sistemas agroflorestais
Combinar cultivos agrícolas e florestais em uma mesma unidade de manejo suaviza as limitações do terreno, reduz os riscos inerentes à agricultura e otimiza a produtividade. O sistema pode incluir ainda animais, favorecendo uma alta diversidade de espécies e promovendo diversas interações ecológicas.
Além dos benefícios para a agricultura, os sistemas agroflorestais são uma forma de recuperação florestal e conservação do meio ambiente. As vantagens de utilizar esse tipo de arranjo incluem:
- combate à erosão do solo;
- aumento na ciclagem de nutrientes;
- preservação da fauna e da flora local;
- recuperação de áreas degradadas;
- menor poluição das águas, do solo e dos alimentos;
- resistência das culturas às pragas e doenças.
Inovação das máquinas
A produção de alimentos orgânicos não é contrária à mecanização. No entanto, ela prega o não uso de produtos químicos, incluindo os combustíveis derivados do petróleo. Com isso, os produtores sofrem com a falta de equipamentos adequados para o cultivo em larga escala.
Atualmente, cabe aos agricultores adaptar equipamentos concebidos para a agricultura convencional para que usem energia produzida localmente. No entanto, com o crescimento da produção orgânica, é de se esperar que, em breve, as inovações tecnológicas sejam voltadas também para esse setor, e o mercado passe a contar com opções específicas para a agricultura orgânica.
Preservação das minhocas
As minhocas constroem galerias, ingerem o solo e produzem excrementos que são úteis às plantas. Apesar de não serem capazes de fixar o nitrogênio atmosférico, elas ajudam a tornar essa substância disponível no solo. Mas não é apenas dessa maneira que as minhocas ajudam o produtor orgânico.
Elas também são responsáveis pela produção de um dos adubos orgânicos mais importantes para a agricultura orgânica: o húmus. Esse material é o resultado da reciclagem dos resíduos presentes em sobras de alimentos e esterco, gerando um composto rico em nutrientes e capaz de melhorar as qualidades do solo.
Colaboração com apicultores
As abelhas são excelentes insetos polinizadores e, como tais, podem ajudar na produção agrícola. Ao se alimentarem do pólen das flores, as abelhas contribuem para a reprodução das plantas e produzem mel, garantindo lucro para agricultores e apicultores.
Essa parceria não é possível na agricultura tradicional, uma vez que os defensivos agrícolas abalam a saúde dos insetos. No entanto, a cooperação é excelente para a produção orgânica que, além de não usar produtos químicos, ainda conta com uma variedade de culturas, o que torna o campo mais atraente para as abelhas.
Com tantas maneiras de alavancar a produção de alimentos orgânicos, não é de espantar que algumas culturas atinjam uma produtividade até mesmo maior do que aquelas que empregam métodos convencionais de cultivo. Portanto, não há mais desculpas para ignorar o potencial da agricultura orgânica para a geração de alimentos em larga escala.
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