- João Pedro Miranda Silvestre,
- Joana Caroline D’arc de Oliveira,
- Maurício Antônio de Paula Santos,
- Brener Lorenzon Bottega e
- Artur José Lima Guedes.
(Graduandos em Agronomia pela UFLA – Universidade Federal de Lavras/MG)
- Larissa Cocato da Silva e
- Giovani Belutti Voltolini
(Mestrandos em Fitotecnia – pela UFLA – Universidade Federal de Lavras/MG)
https://www.facebook.com/necaf.ufla/
A colheita do café é responsável por cerca de 40% dos custos de produção, apresentando grande importância econômica no processo produtivo da cultura, desta forma é de grande importância que o produtor tenha mais informações sobre esta etapa, visando um cultivo com menor custo de produção, maior sustentabilidade e maior rentabilidade.
O tipo de colheita a ser feito pode variar de acordo com a declividade do local, nível tecnológico, cultivar plantada, entre outros fatores. A mecanização é um caminho sem volta no cenário atual da cafeicultura, desta forma o produtor deve conhecer qual o melhor tipo de colheita a ser feito para garantir um maior aproveitamento do potencial produtivo de sua lavoura.
A hora de iniciar a colheita está intimamente ligada à uniformidade e porcentagem de maturação e não menos importante a força de desprendimento dos frutos, que podem indicar o tipo e a hora da colheita a ser feita, podendo ser seletiva ou plena.
A colheita seletiva é feita com duas passadas da colhedora, sendo que a primeira passada é feita com aproximadamente 50% a 60% da carga pendente no estádio cereja, e a segunda passada em média 30 dias após a primeira, com o restante dos frutos no estádio cereja, desta forma conseguindo uma eficiência de colheita superior a 95%.
A colheita plena é aquela que é feita com apenas uma passada da colhedora com intuito de colher a carga pendente em sua totalidade, com eficiência em torno de 85%. Para uma boa regulagem da colhedora existem 3 variáveis que devem ser observadas pelo produtor, Velocidade, Vibração e a regulagem dos Freios dos osciladores:
1ª REGULAGEM – VELOCIDADE
A velocidade está relacionada ao desempenho da colhedora e ao tempo de ação das varetas na planta, pois, quanto maior a velocidade menor a ação da colhedora na planta. Quanto menor a velocidade maior o tempo de ação da colhedora na planta, desta forma quanto menor a velocidade maior a quantidade de café colhido, variando de 800 a 1600 metros/hora.
2ª REGULAGEM – VIBRAÇÃO
A vibração é o movimento que os osciladores empregam nas varetas da colhedora, de forma a vibrar os ramos da planta. Com o aumento da vibração, pode-se retirar maiores volumes de café na colheita, mas devemos levar em consideração a integridade da planta, pois quanto maior a vibração maior o estrago na planta, variando de 750 a 950 ciclos/minuto.
Conhecendo os efeitos da velocidade e da vibração sobre a planta do café e definindo o tipo de colheita, o produtor pode regular a colhedora por meio do índice I de colheita:
I = VIBRAÇÃO/ VELOCIDADE
Este índice varia entre 0,5 e 1,0, onde os valores encontrados entre 0,50 e 0,75 sendo utilizados para colheita seletiva e 0,76 e 1,0 para colheita plena, estando desregulada a colhedora que apresentar índice abaixo de 0,50 e acima de 1,0.
3ª REGULAGEM – FREIOS DOS OSCILADORES
Após regulado o índice de colheita, o produtor ainda deve regular os freios dos osciladores da colhedora, que vão fazer o ajuste fino da colheita, ajustando a agressão da colhedora na planta, os quais vão variar entre 8 e 10 kg. Desta forma, com uma regulagem correta pode-se fazer uma colheita seletiva com um máximo de 4% de frutos verdes (fazendo mecanicamente o que os colombianos fazem a dedo), o que aumenta consideravelmente a quantidade de frutos cerejas e consequentemente uma maior possibilidade de produzir cafés com maior qualidade final,ou então, fazer uma colheita plena com boa eficiência de colheita.
Portanto, a mecanização da cafeicultura se mostra como um caminho sem volta (principalmente para regiões com pouca declividade). Cabe ao cafeicultor conhecer bem suas máquinas para poder extrair o máximo que elas têm a oferecer, otimizando assim os processos produtivos, reduzindo custos e trazendo maior lucratividade.