Image default
Bovinos de Corte

Mudança na estação do ano é sinônimo de mudança no manejo das pastagens?

Por Samea Cabral, Desenvolvedora Tecnológica da Barenbrug do Brasil

A pecuária brasileira passa por um período de transição entre a estação de seca e chuvosa. Sem dúvidas, o período de transição é uma das fases consideradas mais críticas para as pastagens e devemos ter total atenção no que se refere ao manejo, pois o objetivo é obter alta produtividade por área e melhor aproveitamento das forrageiras.

Durante este período, as pastagens se encontram com pequena ou nenhuma quantidade de folhas verdes, alta quantidade de colmos, grande quantidade de material senescente e reduzida relação folha e colmo. Dessa maneira, a forragem apresenta decréscimo no seu valor nutricional, isso porque ocorre aumento na concentração de material fibroso e, consequentemente, redução da digestibilidade da matéria seca e queda no teor de proteína, o que acarreta prejuízo ao consumo dos animais. Porém, com o início das primeiras chuvas, é possível notar o aparecimento de novas folhas, que nada mais é do que o rebrote da planta.

Alguns dos principais motivos para fazer o correto manejo da pastagem durante essa fase é promover maior quantidade de folhas em relação à de colmos, uma vez que a folha é a parte mais nutritiva da planta e mais interessante para o consumo do animal. Além disso, manter a pastagem com adequado valor nutricional, que varia de acordo com cada espécie forrageira, promover condições para a planta expandir novas folhas e manter a pastagem livre de invasoras.  Para isso, se faz necessário a adoção de alguns cuidados que devem ser observados durante o manejo de transição.

É importante que seja feito o planejamento e estudo da(s) área(s). Nesta fase, o pecuarista deve proceder com um diagnóstico do qual terá como resultado, optar por reformar ou apenas recuperar a pastagem. Para áreas com grande infestação de invasoras e alta porcentagem de degradação, é indicado que seja feito a reforma, com todo seu procedimento correto, como análise de solo, preparo do solo, método de plantio adequado e escolha da forrageira mais adaptada ao clima e solo da região. No entanto, para áreas pouco infestadas e que apresentem bom stand de plantas forrageiras é necessário apenas a recuperação. Para melhor levantamento destas informações é indispensável o acompanhamento de um técnico habilitado.

A prática da roçada é muito comum no período de transição e tem sido utilizada como uma boa opção para pastos que apresentem grande quantidade de massa seca, a chamada “palhada”, e que dispõem de excessiva quantidade de colmos secos, que pode favorecer o atraso do rebrote das novas folhas.

Diante disso, há uma alternativa que também pode ser adotada: o aumento da taxa de lotação, apenas durante o período que antecede as primeiras chuvas, já que o objetivo é rebaixar a forrageira em áreas que passaram do momento correto de entrada dos animais e que apresentam grande acúmulo de massa forrageira com presença de muito material morto. Assim, os animais podem aproveitar o que seria retirado e desperdiçado com o uso da roçada mecânica, proporcionado a formação de um novo pasto com a chegada da estação chuvosa. Nesse caso, deve-se atentar para não ultrapassar o resíduo da planta, necessário para que ela se restabeleça na rebrota seguinte.

De maneira geral, para gramíneas do gênero Brachiaria, o resíduo exigido seria em torno de 20 a 25 cm, e gramíneas do gênero Panicum, em torno de 40 a 45 cm. Vale ressaltar que, gramíneas, que tem como característica apresentar elevado alongamento de colmo, como o caso capim Mombaça, durante o período de transição apresenta grande quantidade de hastes secas, formando uma barreira física ao animal, dificultando o bocado.

Erroneamente, é costume de alguns produtores aumentar taxa de lotação logo após as primeiras chuvas, antes que a planta estabeleça por completo a parte aérea, o que pode afetar o desenvolvimento da forrageira. No entanto, deve-se observar que no início do período das águas, a quantidade de animais não deve exceder a lotação mantida no fim do período da seca, atentando-se para a altura de entrada, que por sua vez, vai mudar de forrageira para forrageira. Após a estabilidade das chuvas, um novo ajuste de carga deve ser feito, tomando-se o cuidado de não exceder a capacidade de suporte das pastagens.

Em caso de adoção da operação de roçada é interessante prosseguir com o controle das plantas invasoras, pois em média de 45 a 60 dias a depender das incidências de chuvas, as plantas invasoras estarão rebrotando novamente, época ideal para o controle por meio da aplicação de herbicidas específicos, de acordo com o diagnóstico para cada área, apresentado por um técnico.

Durante a fase que se iniciam as primeiras chuvas, deve-se fazer a adubação de manutenção. Recomenda-se adubação nitrogenada, com o intuito de aumentar a produção de matéria seca e a disponibilidade de forragem. Esta, por sua vez, deverá ser feita de forma fracionada, evitando a perda de nitrogênio. Neste caso, é recomendável utilizar sulfato de amônio em vez da utilização de ureia, para que seja reduzido ao máximo essa perda. Mudança na estação do ano é sinônimo de mudança no manejo.

Sobre a Barenbrug Brasil

A Barenbrug do Brasil é uma empresa do Royal BarenbrugGroup, com mais de cem anos de vida, pioneira e líder mundial no segmento de sementes forrageiras. É especializada no melhoramento genético, na produção e no tratamento de sementes. Desenvolve tecnologias inovadoras para manejo de pastagem e, por meio do programa de melhoramento genético e de sua rede de distribuição, oferece cultivares superiores ao setor agropecuário, adaptadas e com alto potencial de conversão em produto animal.

A empresa foi fundada na Holanda em 1904 e possui 27 filiais presentes em todos os continentes – especializadas também no melhoramento genético e na produção de sementes para gramados e forrageiras – o que a torna uma das maiores companhias do setor no mundo.

No Brasil desde 2012, a Barenbrug é a única empresa privada especializada em melhoramento genético de forrageiras tropicais.

Para mais informações, visite www.barenbrug.com.br

Related posts

Fusão entre CRI e Koepon cria a URUS, maior organização de genética do mundo

Mario

Ourofino Saúde Animal orienta pecuaristas para ações complementares à vacinação contra a Febre Aftosa

Mario

Produtividade e aceitabilidade da forrageira “Mulato II” impressiona pecuarista do Maranhão

Mario

Deixe um Comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais