Bovinos de LeiteComércio ExteriorNOTÍCIAS

Janela aberta para o leite na China, se consolidada, todos ganham.

Apesar dos desafios da produção leiteira, com a alta dos insumos, da energia elétrica, seca e geadas, gerando impactos no consumo pelo repasse de preços, o setor também encara desafios positivos.

Foi inaugurada a primeira exportação experimental de lácteos para a China, um volume pequeno de leite em pó nos vários modelos – de integral à zero de lactose -, e que pode abrir as portas para um mercado bilionário que hoje está praticamente só na mão da Nova Zelândia.

Mas se a gente juntar todos os problemas do mercado interno, cuja produção deve ficar estagnada ente 24 e 26 milhões de toneladas (considerando a base de captação de leite fluído), e a necessidade de negociações com os chineses, o setor pode ter um novo apoio.

Com a criação, em fins de outubro, da Frente Parlamentar de Apoio ao Produtor de Leite, nasce um novo capítulo para os pleitos da cadeia. Lançada pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO), que também irá presidi-la, a frente já tem na agenda a proposta de subsídio federal para ser pleiteada.

O setor leiteiro é formado majoritariamente por pequenos produtores e pequenas cooperativas. Inclusive entre laticínios, se encontram pequenas firmas regionais. Além de desamparados e sujeitos aos problemas, já citados, que hoje vivem, os lácteos devem ser encarados como questão de segurança alimentar.

Já com a China em vista, há que ser discutidas questões tarifárias. A Central Cooperativa Gaúcha (CCGL), que fez a estreia nacional naquele mercado, diz que a tarifa de importação para os lácteos do Brasil é de 10%, contra 4% do leite que chega da Nova Zelândia – que, de resto, é o maior exportador mundial.

E nisso a Frente criada pode ajudar também, forçando o governo a abrir negociações nesse sentido. O potencial chinês é tão elevado quanto se projetava, a menos de 20 anos, o mercado para a carne bovina. A conquista do país, que agora vai poder conhecer a qualidade do produto nacional – a exportação de 1 contêiner serviu para marketing -, puxará toda a cadeia.

Por hora, o Brasil já é exportador, como também é um grande importador. Em 2020, apesar do aumento do consumo interno, atrelado ao tempo em que a população ficou na sua casa pelas restrições da pandemia, o volume embarcado alcançou alta de 22,3%, para 28,9 mil toneladas, basicamente para África, Venezuela, Estados Unidos e Uruguai. O dólar acima de R$ 5,15, na média do ano passado, favoreceu.

O curioso, é que os dois últimos países também exportam para o Brasil. As importações, sempre maiores que as exportações, somaram 171,7 mil toneladas, com alta de 23,2%. Basicamente leite em pó, oriundo da Argentina (principal fornecedor), do Uruguai e dos EUA.

Para este ano, nos primeiros seis meses, as vendas externas atingiram 21,1 mil toneladas, 45,6% acima do acumulado dos mesmos meses de 2020, mais uma vez pela expressiva valorização cambial, acima de R$ 5,40.

Na contramão – e apesar do dólar mais alto – as compras externas do Brasil foram a 72,3 mil toneladas, quase 40% a mais que de janeiro a junho do ano anterior.

Economia de mercado é assim. Se exporta e se importa dentro das janelas de oportunidades. E a China agora é uma nova janela que pode estar sendo conquistada. E todos poderão ganhar.

Ah, mas e o consumidor interno, o que ganha com isso? Ganha, sim, porque a elevação da produção com tecnologia, que as exportações exigem, gerará mais produtividade e produção, barateando, teoricamente, o produto na gôndola.

FONTE: Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®

Related posts

New Holland lança novos tratores de alta potência com foco em agricultura digital

Mario

Agrishow Experience acontece entre os dias 14 e 18 de setembro

Mario

BNDES lança novo Programa de composição de dívidas rurais

Mario

Deixe um Comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais