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Café

Indústria de café deveria emular o vinho, não o refrigerante, diz CEO da illycaffe

Os persistentes preços baixos do café para produtores pelo mundo são uma séria ameaça à commodity, disse o presidente-executivo da marca premium de café italiana, illycaffe SpA, que avalia que os preços devem prejudicar a produção nos próximos anos.

Para se adaptar, a indústria deveria focar na produção premium do grão, disse Andrea Illy, em entrevista à Reuters na quarta-feira.

“Você nunca nem imaginaria pensar sobre basear o preços de uma garrafa de vinho no preço das uvas”, disse. “Você decidiria o preço com base na área em que é produzido, na excelência das uvas, na reputação do fabricante, na idade, com base no processamento. Todos os outros fatores além do custo das uvas.”

A produção global do café deve subir para cerca de 172 milhões de sacas em 2018/19, acima dos quase 160 milhões deste ano, disse. Isso representaria uma continuação do excesso atual.

A oferta poderia, entretanto, começar a cair em 2019/20, conforme os preços baixos forçam os agricultores a abandonar o café ou reduzir os investimentos nos cafezais, cada vez mais necessários para lidar com as mudanças climáticas, o que espera-se amplamente que prejudique a produção global.

Os futuros do café afundaram no mês passado para uma mínima de 12 anos e meio a 92 centavos de dólar por libra-peso, em meio a uma safra recorde no Brasil. Illy disse que a cotação estava baixa demais.

“Nós poderíamos sustentar uma posição de 1,50 dólar, (mas) 1 dólar é baixo demais”, ele disse nos bastidores da cerimônia Ernesto Illy International Coffee Award, em Nova York.

Nesses níveis, “pode haver produtores saindo do mercado, produtores mudando para outras safras -nós criamos condições para um déficit em alguns anos para frente e outro pico dos preços”, disse.

As empresas de café, disse Illy, deveriam evitar o exemplo da indústria de refrigerantes, que foca na produção barata em massa. Essa abordagem continuaria a pressionar os preços ainda mais abaixo dos custos de produção e eventualmente forçaria os cafeicultores a deixar o mercado.

FONTE: Ayenat Mersie – REUTERS – Reportagem adicional de Renita D. Young

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