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ARTIGOSCafé

[Grupo Vittia – Samaritá] – Maturação do cafeeiro e sua importância

MARCOS SILVA

Engº Agrônomo, Departamento Agronômico Samaritá – Grupo Vittia

LUIZ ANGELO MARIN

Engº Agrônomo, Departamento Agronômico Samaritá – Grupo Vittia

GRUPO VITTIA = https://www.vittia.com.br

SAMARITÁ = https://www.samaritá.com.br

 

A colheita do café com colhedoras automotrizes está em ampla expansão, devido à necessidade dos produtores em realizar uma colheita rápida, com menor custo operacional e com café de melhor qualidade. A maturação desuniforme é uma constante na cafeicultura brasileira em função de floradas sucessivas que podem ocorrer de 2 a 5 ao ano dependendo do clima de cada região e da própria variabilidade climática em cada ano, o que prejudica os processos de colheita manual ou mecanizada, o desempenho operacional e a qualidade do produto.

A colheita do café deve ser realizada quando a maturação atinge o ponto ótimo (cereja), pois quando colhido verde ou mais seco, prejudicaria muito a qualidade de bebida. A qualidade do café transformou-se num aspecto imprescindível para a conquista de novos mercados.

A qualidade da bebida depende, dentre muitas operações anteriores ao beneficiamento, do estádio de maturação dos grãos (Clifford, 1985; Fagan et al. 2011),sendo comprovado que frutos colhidos fora do período ideal de maturação apresentam uma qualidade de bebida inferior (Clifford, 1985; Carvalho et. al., 1994).

Garruti e Gomes (1961) verificaram alterações na qualidade dos frutos de acordo com o nível de maturação, sendo que os frutos que foram colhidos antes do período ideal de maturação apresentaram uma qualidade de bebida inferior (bebida dura). Isso se justifica, primeiramente, pelo fato de os frutos verdes ainda não apresentarem os teores de alguns componentes químicos em níveis ideais para proporcionar bebida de alta qualidade.

Dentre os fatores citados acima, nos processos de maturação e qualidade de bebida do cafeeiro, a nutrição mineral tem elevada importância, principalmente, nesta fase, o nutriente potássio.

O K (Potássio), para o cafeeiro, é tão exigido quanto o N (Nitrogênio), sendo, portanto, um nutriente extremamente importante para cultura. Ele confere à cultura maior resistência às doenças, especialmente as fúngicas, e a estresses hídricos, por ser regulador da turgescência, atuando na abertura e fechamento estomático.

Além disso, atua na formação dos frutos e grãos de café, pois influi na atividade enzimática, síntese e transporte de carboidratos, proporcionando, assim, maior qualidade de bebida para plantas bem nutridas em K. Caso haja deficiência desse nutriente, as folhas velhas são as primeiras a serem afetadas, apresentando um amarelecimento das pontas e bordos, que posteriormente secam e ficam marrons ou pretas. Os ramos com frutos podem secar da ponta para a base. Ocorre um aumento na porcentagem de frutos chochos e diminuição no tamanho dos grãos, comprometendo a qualidade de bebida. Por fim, a planta fica menos tolerante a estresses hídricos, frio e incidência de doenças (Mancuso,2012).

Conforme relata Vilas Boas (2002) o potássio possui papel importante na preservação da qualidade do fruto através da inibição do etileno.

A busca de uma maturação uniforme e uma boa qualidade de bebida para o cafeeiro, atualmente é o grande desafio do setor, pois estão envolvidos vários fatores que atuam diretamente nesta fase fisiológica da planta, tais como fatores ambientais, tratos culturais (tratamento fitossanitário e nutrição mineral) e beneficiamento.

Referências Bibliográficas:

Carvalho, V.D. de.; Chagas, Si. de R.; Chalfoun, S.M.; Botrel, N.; Juste Junior, E.S.G. (1994) Relação entre a composição flsico-química e química do grão beneficiado e qualidade de bebida do café. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasilia. 29(3): 449-454.

Clifford, M. N. (1985) Chemical and physical aspects of green coffee and coffee products. In: Clifford, M. N.; Wilson, K. C. Coffee Botany, Biochemistry and Production of Beans and Beverage. Beckenham (Kent): Croom helm. 13: 305-374.

Dias, Rodrigo Elias Batista Almeida. Tese Mestrado. Influência do uso do inibidor da biossíntese de etileno sobre a eficiência de colheita mecanizada do café. – Lavras : UFLA, 2013.

Garruti, R. S.; Gomes, A. G. (1961) Influência do estádio de maturação sobre a qualidade da bebida do café na região do Vale do Paraiba. Bragantia.
Campinas. 20: 989- 995.

Mancuso, Mauricio Antonio Cuzato. Fontes e doses de potássio na cultura do café (Coffea arabica L.) / Mauricio Antonio Cuzato Mancuso. – Botucatu: [s.n.], 2012. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2012.

Vilas Boas, E. V. B. (2002) 1-MCP: um inibidor da ação do etileno. In: Simpósio de controle de Doenças de plantas, 2., 2002, Lavras. Anais.Lavras: UFLA: 24-30.

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