Rotação de Culturas e Plantas de Cobertura é o tema da Estação 3, da Tarde de Campo do 18º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha. Sobre estes pilares do Sistema Plantio Direto falarão a pesquisadora Lutecia Beatriz Canalli e o pesquisador Ronaldo Hojo, ambos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR-PR. A demonstração prática acontece no dia 6 de julho, a partir das 15h, na Fazenda-Escola de Foz do Iguaçu (PR), como parte integrante do evento.
Lutecia é bastante objetiva ao definir a finalidade da terceira parada da Tarde de Campo. Segundo ela, a ideia é mostrar opções viáveis que trazem benefícios para o solo, benefícios para as plantas de cobertura de maior produtividade com maior diversidade e maior sustentabilidade dos sistemas de produção. “O uso dessas áreas com as plantas de cobertura ou com os cereais de inverno é muito importante porque vai trazer, além de toda essa dinâmica mais positiva para o solo, a melhoria da fertilidade química, da fertilidade física e da fertilidade biológica do solo. O que vai oferecer também melhores resultados de produtividade, repercutindo então na melhoria de renda para o produtor rural”, destaca ela.
Programação completa e Inscrições
Para saber mais detalhes do 18º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha e do 1º Encontro Mundial do Sistema Plantio Direto e também garantir sua participação, visite o site https://plantiodireto.org.br/18enpdp/. Os eventos acontecem entre os dia 5 e 8 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu (PR).
“Vamos apresentar a parte de rotação de culturas principalmente sob o aspecto das plantas de cobertura que podem ser inseridas nos sistemas de rotação. Também vamos dar ênfase aos cereais de inverno como opções que podem ser trabalhadas dentro dos sistemas de rotação e que hoje, no entanto, não estão sendo tão usadas. Aqui na Região Sul, por exemplo, a gente tem uma variedade muito grande de espécies que podem fazer parte dos sistemas e que trazem resultados maravilhosos, considerando, claro, o ciclo de três anos, que é o mínimo que a gente considera para rotação, a fim de que tenhamos uma mínima diversidade e resultados positivos tanto nas produtividades das culturas nesse sistema mais diversificado, quanto na melhoria de solo por conta, justamente, dessa diversidade”.
Ela prossegue: “as plantas de cobertura inseridas nos sistemas de rotação têm um papel muito importante que é o de trazer melhorias no solo e também algumas vantagens para os cultivos e imediatamente posteriores. Destacamos, principalmente, as leguminosas fixadoras de nitrogênio, que são capazes de fixar uma média de 80 a 120 kg de nitrogênio por hectare. Entre elas, estão as ervilhacas comum e peluda, o tremoços azul e branco, a ervilha forrageira, as crotalárias (ochroleuca, juncea, spectabilis), o guandu, entre muitas outras que possuem um potencial enorme de fixação de nitrogênio, deixando logo após o seu manejo, um solo rico em nitrogênio e favorecendo grandemente os cultivos posteriores. Com destaque especial para a cultura do milho, onde se usa maior quantidade de nitrogênio tanto na base como em cobertura. E usar essas plantas antes das culturas principais pode representar diretamente economia na adubação, obtendo o mesmo resultado ou até melhor, como revelam as pesquisas que temos conduzido”, salienta a pesquisadora.
“Nos nossos experimentos, temos percebido que as rotações que pesquisamos, na comparação entre as mais simples até as mais diversificadas é que, claramente, há resultados muito melhores naquelas em que se tem maior diversidade e fixação, com maior produção de massa, maior qualidade do solo, mais incorporação de matéria orgânica. Quanto mais massa tivermos desse material formado sobre o solo, maior vai ser a quantidade de carbono que vai estar sequestrada. Com o passar do tempo, a decomposição desse material nesse solo, o que vai torná-lo mais favorável a ter nutrientes vinculados às cargas negativas dessa matéria orgânica, maximizando tanto os benefícios das plantas de cobertura como dos próprios adubos utilizados”, detalha Lutecia.