A EMBRAPA Gado de Leite disponibilizou gratuitamente uma Série de 5 Comunicados Técnicos que alertam sobre a presença de plantas tóxicas nas pastagens brasileiras que podem causar danos quando ingeridas pelos animais criados a pasto, e que inclui comunicados sobre a Samambaia-do-Campo (Pteridium esculentum), Senécio ou Flor-das-Almas (Senecio braziliensis), Cafezinho (Policourea marcgravi), Camará (Lantana camara) e Cipó-Prata (Amorimia pubiflora).
As publicações têm como finalidade alertar os produtores quanto aos riscos, diagnóstico e tratamento dos animais que se alimentam dessas plantas e também auxiliar na redução da infestação e até mesmo erradicação das espécies em questão.
Segundo um dos autores, o pesquisador Alexandre Brighenti, as informações sobre essas plantas são muito dispersas na literatura. “Procuramos reunir em um só documento orientações de práticas de controle das pragas, sinais clínicos e possibilidades de tratamento dos animais, além de imagens de diversas fases do ciclo vegetativo das espécies, material que pode auxiliar o agricultor a identificar e certificar que se trata de uma espécie tóxica presente em sua propriedade”, explicou.
Segundo Brighenti a incidência dessas plantas depende da região e do clima. Por exemplo, a Flor-das-Almas está mais presente no Sul do país e a Samambaia-do-Campo no Sudeste. A pesquisadora Vânia Oliveira, que é veterinária, ressalta que os animais só se alimentam dessas plantas quando há escassez de alimento no pasto. E uma vez ingerida, o animal se acostuma e passa a se alimentar cada vez mais delas.
Vânia alerta que o diagnóstico é difícil, pois o animal parece normal. “No caso da ingestão de samambaia-do-campo, de uma hora para outra o animal começa a urinar sangue. E quando se chega a um diagnóstico, o problema já está em estágio avançado”. A ingestão da planta pode desenvolver câncer no esôfago e na bexiga e, nesses casos, leva o animal ao óbito.
A pesquisadora ressalta que as principais vítimas das plantas tóxicas nas pastagens são os pequenos produtores, pois elas normalmente se proliferam em pastos pobres e solos ácidos, onde não foi feito o devido controle. “É uma questão séria e de saúde pública, que acarreta grandes prejuízos ao produtor. É preciso estar alerta”, adverte.
Além de Alexandre Brighenti e Vânia Oliveira, trabalham na série de publicações os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite João Eustáquio Miranda e Pérsio Sandir e o professor da UFLA – Universidade Federal de Viçosa, Pedro Bond Schwartsburd.
Baixe gratuitamente os Comunicados Técnicos em https://goo.gl/LCEXae