Por meio de uma parceria entre o Governo de Mato Grosso e a Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas da aldeia Massepô, localizada no território Umutina, em Barra do Bugres (MT), têm encontrado no cultivo do café uma nova alternativa de renda. A ação, que faz parte do programa governamental ‘Mato Grosso Mais’, conta com a inserção de comunidades indígenas na ampliação da área e produção do café nos territórios mato-grossenses.
Com o trabalho em conjunto entre a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), no acompanhamento técnico, com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), no repasse de mudas, a comunidade indígena da aldeia Massepô passou a ver no plantio do café a oportunidade de diversificar a produção local, antes voltada apenas para o consumo interno e limitada ao plantio de banana, mandioca e outras cultivares. “A medida que a nossa comunidade foi crescendo, fomos vendo que precisávamos incorporar algo dentro da nossa área, que nos gerasse renda. Foi nesse momento, que decidimos, com a ajuda do Estado, participar do Mato Grosso Produtivo Café”, explica cacique Felisberto Cudunipá.
Para ingressar na produção da matéria-prima da segunda bebida mais consumido entre os brasileiros, alguns integrantes da aldeia viajaram para Rondônia, onde acompanharam de perto o trabalho que lá já é desenvolvido. Além disso, eles participaram de capacitações sobre o plantio e o cultivo do café. “Passado essa parte teórica, implementamos dentro da aldeia uma Unidade de Referência Tecnológica, que chamamos de URT, e começamos nela a adotar a parte prática do cultivo do café. E desde então, após recebermos as mudas pela Seaf, os trabalhos têm desenvolvido da melhor forma possível, com previsão de ampliar a área ainda neste ano”, comenta o técnico extensionista da Empaer, Rafael Rosseti.
Em 2019 a Seaf destinou 3.300 mudas de café para a aldeia Massepô, que foram plantadas em um hectare. Segundo secretário de Estado de Agricultura Familiar, Silvano Amaral, que no final de semana esteve visitando a área, há a expectativa de expandir a ação governamental na aldeia. “Há a previsão de subir para três hectares e meio o plantio do café na aldeia, até alcançar a área de 10 hectares em até quatro anos. Isso é resultado de uma exitosa parceria de sucesso envolvendo Estado, através da Seaf e Empaer, União, por meio da Funai, e a prefeitura de Barra do Bugres, com um acompanhamento mais próximo junto aos indígenas”, relata Silvano Amaral.
Na aldeia Massepô são esperados a colheita entre 45 a 60 sacas de café no hectare plantado, cujo o valor da venda, segundo o cacique Felisberto Cudunipá, será revertido em melhorias na aldeia onde vivem 11 famílias.
Além de Barra do Bugres, a Seaf desenvolve a mesma ação na cidade de Campo Novo dos Parecis. Na Aldeia Chapada Azul, a pasta promove a mesma atividade junto aos indígenas da etnia Haliti Paresi, com o plantio de cinco hectares de café clonal.
A pasta promove ainda outras ações de desenvolvimento sustentável junto aos povos indígenas. Recentemente doou caixas de abelhas aos índios Xavantes da terra indígena Grande Sangradouro, em Primavera do Leste (MT), e indígenas das cidades de Canarana (MT) e Porto Esperidião (MT). E também realiza junto a aldeia Apoena Meirelles, da etnia Paiter-Suruí, em Rondolândia (MT), ação de incentivo ao plantio de cacau, através da produção de mudas do fruto. Essas ações também contam com entidades parceiras, como a Empaer e prefeituras, através das secretarias de Agricultura.
MT Produtivo Café
A ação de Governo ‘MT Produtivo Café’ prevê a entrega de mudas de café clonal de variedades conilon e robusta para o plantio em aldeias indígenas e áreas administradas por agricultores familiares participantes do programa. Municípios das regiões Médio-Norte, Centro-Sul e Oeste já receberam 100 mil mudas. A previsão é de que até o final de 2021 alcance o total de 2 milhões de mudas de café clonal disponibilizadas para os 50 municípios que integram o MT Produtivo Café.
O programa pretende incrementar e renovar a área de café no Estado em cerca de 600 hectares até 2022 com o aproveitamento de áreas já abertas e cultivadas e utilizando mudas de clones de alta produtividade, o que resultará na inserção de aproximadamente 45 mil sacas na produção de café de Mato Grosso após a produção atingir sua estabilidade.
Fonte: Governo de Mato Grosso