ARTIGOS

[Cíntia Fázio] – O protagonismo da mulher no agronegócio

CÍNTIA FÁZIO ROSSATO
Engenheira Agrônoma – Dedeagro

As mudanças ocorridas nas últimas décadas mostram que nós mulheres estamos conquistando uma área, onde antes a presença masculina era dominante. Muitas de nós crescemos ouvindo que nossa presença deveria ser exclusiva para o lar, que nossa função seria gerar e construir família, mas estamos provando que podemos facilmente atuar em áreas antes restritas, conseguindo conciliar nossa carreira profissional, com nossa família, cuidando de nossos filhos e por muitas vezes sem terceirizar os afazeres domésticos.

Nosso papel vem mudando bastante em todos os cenários, em especial no agronegócio. Com muito esforço para sermos reconhecidas no setor agropecuário, precisamos ser altamente qualificadas e efetivas, para conquistar um espaço que seria facilmente preenchido por um homem que talvez nem fosse tão qualificado.

Não podemos negar que enfrentamos dificuldades para conseguir emprego na área, mas por outro lado isso resulta em um grande fortalecimento, pois acabamos desenvolvendo qualidades que nos destacam em meio ao mercado, podendo citar: perseverança, resiliência e autonomia.

A Engª Agrônoma Cíntia Fázio.

Possuímos uma grande capacidade em solucionar rapidamente problemas que surgem em nossas atividades, pois somos dinâmicas, persuasivas e focadas em resultados. Para o sexo masculino, isso pode ser enxergado como imediatismo; para nós mulheres, isso nada mais é que foco em crescimento e chamada para a próxima pauta.

Sendo assim nem sempre somos bem interpretadas pelos nossos colegas de trabalho, que muitas vezes nos julgam sem realmente entender o cenário paralelo que vivemos em nossa profissão. Quando a oportunidade chega, trabalhamos para sermos reconhecidas e alcançarmos nosso espaço.

Em um estudo realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), com as informações da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA),o que se relata é que um número cada vez maior de agricultoras, pecuaristas, executivas de empresas agro, pesquisadoras e agrônomas ocupam cargos de liderança.

EQUIPE GUAÍRA (SP): Sheila Mendonça e Aparecida Fátima da Silva.

O material foi colhido durante 862 entrevistas com mulheres em posições de comando de diversos setores do agronegócio, distribuídas por todo o Brasil.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 15 milhões de mulheres vivem na área rural, o que re-presenta 47,5% da população residente no campo no Brasil. O último Censo Agropecuário do IBGE, mostra que quase 20% dos empreendimentos rurais do país, são dirigidos por mulheres.

No 2° Encontro das Mulheres na Distribuição, evento realizado durante o 9º Fórum do Congresso ANDAV – Fórum e Exposição/2019, que aconteceu no mês de agosto em São Paulo (SP), o presidente executivo da ANDAV, Henrique Mazo-tini, iniciou o evento reiterando a importância da mulher no agronegócio. “As mulheres da distribuição, são parte desta incrível mudança, e estão mostrando a força que tem. Elas vão à luta, enfrentam os desafios e já conquistaram seu justo espaço no canal de distribuição”.

EQUIPE FRANCA (SP): Engª Agrônoma Karina Giacomo

Informações como as citadas, mostram a força da mulher nesse setor, mostrando que podem desenvolver diversas atividades com excelência. Hoje, apesar das dificuldades encontradas, conseguimos ser valorizadas na área agrícola, através de empresas que confiam e lapidam nossos talentos, nos incentivando a buscar novas tecnologias e inovações.

Participamos ativamente de treinamentos e mesas de discussões, onde somos ouvidas e damos vozes a diversos projetos. Encontramos a valorização também, através de produtores rurais que enxergam a mudança no campo e que apesar do forte apelo cultural que já viveram e alguns ainda vivem, decidiram nos dar um voto de confiança, percebendo que nós mulheres temos total capacidade de participarmos ativamente da história do agronegócio, contribuindo com nosso trabalho, em busca de maiores produtividades, engajando em pesquisas, em extensão rural, em flexibilização de mão de obra, e principalmente com nossos ideais.

EQUIPE IPUÃ (SP): Engª Agrônoma Mariana Gomes de Freitas Paula.

O caminho para o reconhecimento pode ser árduo, a confiança que recebemos no meio rural, tende a ser mais disputada e difícil de ser conseguida, mas com um bom trabalho e bom planejamento, sempre focando em assessorar o produtor podemos alcançar patamares inimagináveis. Podemos ocupar qualquer cargo no agronegócio, pois temos plena capacidade e viemos nos preparando (e quem não diria, até mesmo sonhando) para isso.

EQUIPE UBERLÂNDIA (MG): Dienes Silveira, Silvia Oliveira e Joyce Ramalho.

Na busca pelo reconhecimento e por seu espaço, opte por oportunidades em empresas que valorizem seu perfil, que se encarregue de auxiliar seu crescimento profissional, que acredite nos seus talentos e que a transforme em uma profissional a frente do seu tempo, enaltecendo suas qualidades, contribuindo para que você faça sua história dentro do agronegócio.

Tenha como exemplo as colegas de profissão, que mostram sua força no campo e que escrevem suas histórias todos os dias em diversas revendas, propriedades rurais e tantos outros lugares, espalhados pelo nosso Brasil.

EQUIPE IPUÃ (SP): Sueli Totoli e Gislene Moura.
EQUIPE FRANCA (SP): [Da esq. para dir, ao fundo]: Irene Oliveira, Marília Barbosa, Brenda Custódio, Paula Oliveira, Marília Ribeiro, Joice Maira, Nely Rodrigues. [à frente]: Juliana Moraes, Carla Nayara, Gabriela Nicolau, Cíntia Fázio, Maria Paula Novaes, Ana Carina Zezi e D. Lúcia Dedemo

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