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CATI e Instituto Biológico promovem capacitação sobre controle biológico com ácaros e fungos

Em dezembro do ano passado, agricultores de Mogi das Cruzes (SP), região que integra o cinturão verde paulista, participaram de uma capacitação promovida pela CATI Regional Mogi das Cruzes em parceria com o Instituto Biológico e com o Sindicato Rural, cujo objetivo foi divulgar as técnicas e vantagens do controle biológico com ácaros e fungos em detrimento do controle químico. A atividade foi desenvolvida por meio do PROSAF – Programa de Sanidade em Agricultura Familiar. O PROSAF tem como objetivo principal promover a sanidade e a sustentabilidade da agricultura familiar paulista.

Minoru Mori, presidente do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, e Felipe Monteiro de Almeida, diretor técnico da CATI Regional Mogi das Cruzes, fizeram a abertura do evento e salientaram a importância do tema para os produtores da região. As palestras abordaram o uso de fungos e ácaros como alternativa aos produtos químicos de controle de pragas e doenças.

O ciclo de palestras teve início com a apresentação do pesquisador Antonio Batista Filho, ex-diretor do Instituto Biológico (IB) e atual diretor da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), que apresentou um panorama do controle biológico, desde seu surgimento até o momento atual, frisando que tal controle cresce 20% ao ano. Segundo Batista, devido aos problemas de resistência aos produtos químicos, os produtores passaram a aplicar casa vez mais defensivos, mas novas alternativas precisavam ser descobertas. “Hoje, nós temos algumas possibilidades, mas que não esgotam o assunto porque ainda não temos controle biológico para todas as culturas”, afirmou Batista, completando que “o Brasil detém tecnologias que não se encontram em outros países”.

       

 A palestra seguinte foi proferida pelo pesquisador José Eduardo Marcondes de Almeida, também do IB, que abordou o uso de fungos entomopatogênicos (que causam doenças em insetos) na agricultura. “O controle biológico não funciona como um inseticida, ele precisa de quatro a cinco anos para se estabelecer”, explicou Almeida, lamentando que “às vezes, o produtor entra em um ciclo de aplicação de produtos químicos e não consegue mais sair, aplicando cada vez mais”.

“A importância dos fungos entomopatogênicos, que controlam diversas pragas atuando por contato e ingestão, é grande: dos cerca de 10 milhões de hectares de área com controle biológico no Brasil, entre seis e sete milhões são desse tipo de agente, os primeiros a serem aplicados no controle microbiano de insetos”, afirmou Almeida. O pesquisador enumerou que atualmente as pesquisas identificaram 90 gêneros e 700 espécies destes fungos, sendo que as principais produzidas são Metarhizium anisopliaeBeauveria bassiana e Lecanicillium lecanii.

O controle biológico do ácaro-rajado (Tetranychus urticae Koch) por ácaros predadores foi tema da palestra do pesquisador do IB Mário Eidi Sato. “O ácaro-rajado causa consideráveis prejuízos em diversas culturas no Brasil”, afirmou Sato. Segundo o pesquisador, as táticas para o manejo incluem favorecer a atividade dos inimigos naturais dessa praga, tanto com o uso de produtos seletivos quanto pela liberação desses inimigos. “Também é necessário que o agricultor tome alguns cuidados ao liberar os ácaros predadores, como evitar a liberação em locais com resíduos de produtos químicos (acaricidas e inseticidas). É importante, também, evitar o uso de inseticidas e acaricidas não seletivos após a liberação dos predadores”, explicou.

Felipe Monteiro de Almeida frisou a importância do evento  dizendo ser primordial para a CATI patrocinar e promover capacitações que possam levar a pesquisa até o produtor rural. “É parte do nosso trabalho de extensão rural e nosso intuito e trabalharmos em sintonia com os anseios e demandas dos produtores”.

 

FONTE: Centro de Comunicação Rural (Cecor/CATI)
jornalismo@cati.sp.gov.br

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