Bióloga diz que é preocupante pensar na extinção das espécies sem ferrão, pois elas possuem um papel importante para o meio ambiente e para a sociedade.
O programa Ambiente É o Meio desta semana entrevista Juliana Feres, bióloga e gestora ambiental. Ela atua na conservação de recursos genéticos florestais, conservação de polinizadores, genética de populações, ecologia, biologia reprodutiva e meliponicultura.
As abelhas são classificadas como insetos que vivem em grandes comunidades e podem ser encontradas, além de colmeias, em tocos de árvores, em buracos nos barrancos e pedras e até mesmo em cupinzeiros desocupados.
Juliana diz que a introdução das abelhas africanizadas afastou a criação das abelhas sem ferrão para a produção de mel. Durante o doutorado, Juliana foi mãe e seu filho tinha amigdalite constantemente; foi quando a cientista começou a pesquisar remédios naturais que evitassem a cirurgia de retirada das amígdalas e encontrou o mel de Jataí.
As abelhas Jataí são uma espécie sem ferrão, consideradas sagradas pelo povo tupi. O mel das abelhas Jataí possui diversos benefícios medicinais, como aumento da resistência do organismo, ajudando na constipação e infecções intestinais, gripes, resfriados, entre outros problemas.
Juliana conta que desenvolveu o projeto Eborá com mulheres do Assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto (SP), para ensinar como criar abelhas sem ferrão, quais benefícios elas podem trazer para as plantações e para a saúde da comunidade, além de colaborar com a luta contra o desaparecimento das abelhas.
A bióloga alerta para os fatores que levam ao desaparecimento das abelhas, como a perda florestal, que acarreta também a dificuldade de encontrar ocos de árvores, o uso abusivo de agrotóxicos, entre outros.
FONTE: Vitória Junqueira – JORNAL DA USP
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