Image default
ARTIGOS

[Ana Paula Maranhão] – Vida longa às biotecnologias: depende também de você

ANA PAULA TORRESAN MARANHÃO
Engenheira Agrônoma, formada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), e
gerente de Proteção a Biotecnologias e Estratégias de Refúgio – Monsoy.
www.monsoy.com.br

O Brasil é um país repleto de desafios. Fazer agricultura por aqui, por exemplo, implica em conhecer, estudar e se adaptar a particularidades como solo e clima, além de buscar meios para viabilizar uma agricultura sustentável (econômica, social e ambientalmente).

Neste contexto, o clima é dado como fator condicionante na dinâmica do meio ambiente. Graças ao nosso clima tropical, é possível cultivar duas safras por ano, porém, nessa jornada, a incidência de plantas daninhas, insetos e doenças nas principais culturas – soja, milho e algodão – são os principais inimigos do produtor brasileiro.

Para ajudar os produtores a vencerem essas batalhas diárias, a biotecnologia surgiu e revolucionou a forma de fazer agricultura no mundo. O tripé “biotecnologia + germoplasma + manejo integrado” possibilitou levar a agricultura a regiões do Brasil onde não imaginávamos plantar soja. O resultado disso é comprovado por números. De acordo com a consultoria Agroconsult, a taxa de adoção da biotecnologia chega a 92,3% para soja no país.

Segundo a consultoria Kleffmann Group, na safra 2017/2018, 34 milhões de hectares de soja foram plantados no Brasil e levaram o país a assumir a liderança na exportação da oleaginosa. Para o ciclo 2018/2019, a expectativa é que o Brasil desbanque os Estados Unidos e se torne o maior produtor de soja do mundo. A previsão é do próprio governo americano, que por meio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), afirma que a produção brasileira chegará a 117 milhões de toneladas de soja, pouco acima dos 116,5 milhões dos americanos.

Não faltam motivos para comemorar e nos orgulhar dessa história que vem sendo escrita em um curto espaço de tempo. No entanto, não podemos nos acomodar com os inúmeros benefícios que a biotecnologia nos trouxe. Somos todos responsáveis por sua manutenção e bom uso.

Quando falamos em proteger e cuidar dos benefícios proporcionados pela biotecnologia, significa a prática da agricultura no sentido literal. A adoção de Boas Práticas Agronômicas tem um papel fundamental para ajudar o agricultor a fazer um uso sustentável da tecnologia e, consequentemente, evitar perdas econômicas. Essa prática agrupa as seguintes técnicas de manejo: dessecação antecipada, uso de semente certificada, tratamento de sementes, adoção de áreas de refúgio, controle de plantas daninhas e voluntárias e monitoramento de pragas. Ao colocar essas ações em prática, você, produtor, contribui, por exemplo, para retardar a evolução da resistência de pragas e ajuda a proteger a produtividade da lavoura.

É fundamental também a conscientização sobre a importância da implementação das técnicas de Manejo Integrados de Pragas (MIP) como monitoramento e controle de pragas, além de sua contribuição para a eficácia e manutenção dos cultivos com biotecnologia. Proteger os benefícios da biotecnologia é, acima da tudo, assegurar seu investimento safra após safra.

Related posts

[Gisela Introvini] – Investimento em soja certificada visa aumento de produtividade no Maranhão

Mario

[Ciro Rosolem] – Esperança, confiança e desenvolvimento

Mario

[Gabriel Medina] – Participação brasileira em setores que melhor remuneram no agronegócio

Mario

Deixe um Comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais