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Ampliação de capacidade é um ponto crítico para portos brasileiros

Porto de Santos movimentou 5 milhões de TEUs em 2022, chegando quase no limite para o processamento de contêineres. Situação nos portos aquece o debate sobre privatizações no setor.

O Porto de Santos registrou em 2022 a sua melhor marca histórica, movimentando 162,4 milhões de toneladas de carga — 10,5% a mais do que no ano anterior. Também houve recorde na movimentação de contêineres, que alcançou 5 milhões de TEUs (medida que equivale ao volume de um contêiner de 20 pés), 3,2% a mais do que em 2021 e 21% a mais do que em 2018.

No entanto, o porto paulista está se aproximando da ocupação total da sua capacidade para operações com contêineres, que é de 5,3 milhões de TEUs por ano. “A Autoridade Portuária de Santos (SPA) afirma que está prevista a construção de um novo terminal, que deve possibilitar o processamento adicional de 2,3 milhões de TEUs por ano. Esse tipo de ampliação é fundamental”, ressalta Pierre Jacquin, vice-presidente para a América Latina na project44, plataforma líder em visibilidade em tempo real para o transporte de cargas.

Segundo o especialista, investimentos podem evitar sobressaltos como os aumentos expressivos do dwell time (tempo de permanência de contêineres carregados nos portos, à espera das viagens) registrados nos últimos dois anos nos embarques de produtos pelo Porto de Santos.

“De acordo com a plataforma da project44, em julho de 2021 e em agosto de 2022 o dwell time para exportações por Santos chegou a dez dias e a oito dias, respectivamente. Normalmente, o índice médio é de cinco ou seis dias. Novos aportes no porto paulista podem evitar gargalos e acelerar os fluxos das operações. Em certos portos de estrutura mais moderna, os tempos de permanência para exportações costumam ficar em dois ou três dias”, pontua Jacquin.

Porto de Santos movimentou 5 milhões de TEUs em 2022, chegando quase no limite para o processamento de contêineres.

A situação do Porto de Santos, o maior do país, também aquece o debate sobre possíveis privatizações de autoridades portuárias O assunto ganhou força nas últimas semanas com as transições no Poder Executivo federal e nos governos de alguns Estados. Desde antes da sua posse, o novo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, tem dado declarações descartando, por exemplo, a desestatização da SPA. O novo ministro da Casa Civil, Rui Costa, no entanto, afirmou que não existe uma definição e que o assunto deve ser discutido. O comentário foi feito logo após um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Infraestrutura e novo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em 11 de janeiro.

“Há quem aponte a falta de casos de sucesso de outros países na privatização de autoridades portuárias. No entanto, diversos expedidores e transportadoras, além de especialistas, concordam que é preciso ampliar a capacidade operacional de Santos e de outros portos, e os governos enfrentam dificuldades imensas para investir”, afirma Jacquin. “Os portos são recursos estratégicos para a economia brasileira. É fundamental que eles recebam novos aportes, independentemente da natureza”.

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