Image default
Outros Grãos

Algodão Marrom: descoberta de novo gene pode aumentar sua qualidade

Para identificar o gene que controla a pigmentação, pesquisadores realizaram várias análises de uma versão do algodão marrom.

Quando alguém fala em algodão, o que nos vem à cabeça costuma ser a de um botão com fibra branca. Entretanto, existem variedades naturalmente coloridas da fibra, a exemplo do algodão marrom. Esse tipo está chamando a atenção da indústria têxtil por ser mais eco-friendly, dado que não precisa ser tingido quimicamente. Essa coloração está associada a uma característica genética que confere ao algodão um pigmento marrom.

Por outro lado, estudos mostraram que, embora a cor seja um aspecto desejável, em geral, o algodão marrom tem baixo rendimento e sua fibra não é tão boa. Exatamente por isso, estudar as características genéticas responsáveis essa pigmentação é importante para introduzi-la em variedades de melhor desempenho ou mesmo melhorar a cor e ampliar suas finalidades.

Na busca pelo melhoramento genético desse algodão, pesquisadores descobriram um gene envolvido na síntese do pigmento marrom da sua fibra. A descoberta pode ser uma chave para melhorar o rendimento e a qualidade do algodão marrom. O artigo que revela o empenho desses pesquisadores foi publicado na Plant Biotechnology Journal, por Qian Yan e seus colegas da Universidade Southwest, na China.

Como foi identificado o pigmento do algodão marrom?

Para identificar o gene que controla a pigmentação, os pesquisadores realizaram várias análises de uma versão do algodão marrom. Como resultado, isolaram o gene GhTT2-3ª, envolvido na ativação de outros genes que levam à formação do pigmento. Os pesquisadores também descobriram que aumentar a expressão desse gene na planta resultou em fibras com maior qualidade. Além disso, nesses casos, a quantidade de fios foi quase a mesma que da encontrada no algodão de fibra branca. Os resultados obtidos no estudo indicam que os efeitos negativos da coloração sobre o desenvolvimento da fibra poderiam ser eficientemente eliminados com o uso de técnicas da biotecnologia.

O melhoramento do algodão marrom pode trazer benefícios ao meio ambiente

Com a crescente demanda por produtos verdes (que favorecem a proteção ambiental e a sustentabilidade) na sociedade moderna, o algodão marrom atraiu interesse da indústria têxtil. Para a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, o melhoramento genético e a biotecnologia são ferramentas poderosas para o desenvolvimento de variedades mais ambientalmente amigáveis. “O sequenciamento genético pode identificar genes com características de interesse, a exemplo da pigmentação. A partir dessa descoberta, podemos usar o melhoramento genético para desenvolver uma variedade com essa característica ou, se não for possível por essa via, lançar mão da transgenia para obter essa nova cultivar.”, explica a doutora em biologia.

Segundo o pesquisador da EMBRAPA Algodão, Luiz Paulo de Carvalho, uma das vantagens de se plantar o algodão marrom é o fato de ele dispensar o tingimento, evitando contaminação do meio ambiente com resíduos de tinta e economizando água e energia gastos nesse processo. “O outro benefício é o preço, dado que o produtor recebe bem mais pela fibra colorida do que pela branca. Além disso, o custo de produção do algodão colorido é o mesmo do algodão branco.”, revela.

Sobre o CIB

O Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), criado no Brasil em 2001, é uma organização não governamental, cuja missão é atuar na difusão de informações técnico-científicas sobre biotecnologia e suas aplicações. Na Internet, você pode nos conhecer melhor por meio do site www.cib.org.br e de nossos perfis no Facebook, no LinkedIn e no YouTube.

 

FONTE: Giulia Jubelini – Edelman 
giulia.jubelini@edelman.com 

Related posts

Mapeamento da ANA e da CONAB identifica 1,3 milhão de hectares de arroz irrigado no Brasil

Mario

XIII Congresso Nacional de Feijão começa no dia 28 e será totalmente virtual

Mario

Expoarroz Tech 2019: Tecnologia pós colheita, embalagens e refeições coletivas estão entre os expositores

Mario

Deixe um Comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais