Ana Maria Primavesi
Comumente acredita-se que a presença do adubo no solo garante a nutrição boa da planta, e forçosamente teria de promover colheitas altas. Porém a presença do adubo no solo não indica ainda sua absorção. Esta somente se processa quando o adubo for dissolvido na água, quando a raiz o alcançar, quando a concentração externa não for maior que a interna na raiz e quando o excesso de um nutriente não impedir a absorção de outro, por exemplo, o amônio a absorção do potássio e cálcio.
Mas mesmo se a raiz possuir a capacidade de absorver nutrientes, sua presença na seiva não indica ainda a nutrição boa da planta. Se não consegue metabolizá-los somente podem se tornar tóxicos, mas não contribuem para o aumento da colheita. Assim, o desequilíbrio dos nutrientes ou a falta de micronutrientes afeta seriamente a metabolização e produção.
Quando aumenta muito a circulação de nutrientes na seiva, geralmente não é sinal de uma nutrição farta, mas de uma metabolização deficiente. Quando faltam enzimas, estes biocatalisadores, o metabolismo ocorre muito lento, a formação de substâncias é deficiente, muitas ficam a meio caminho e a qualidade do produto é bem diferente do que seria quando o metabolismo for normal.
Mesmo se a metabolização for boa e não houver transporte das substâncias para a raiz, esta não teria a capacidade de absorver o suficiente para manter o metabolismo eficiente. E este transporte depende principalmente do nutriente BORO.
O potencial radicular varia de espécie para espécie e de variedade para variedade. E como existe uma estreita inter-relação entre o potencial radicular e a fotossíntese, esta diminui quando a raiz se enfraquece, e isso diminui o potencial radicular.
